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quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Luta das 30 horas e a barganha Reitor/Sinditest

Um clamor de animação ressoou no começo da assembleia de greve de ontem, quando o presidente do Sinditest transmitiu o informe de que o reitor Zaki Akel estaria disposto a conceder a jornada de 30 horas para todos os servidores da UFPR.  Porém, prosseguiu Wilson Messias, há uma contrapartida desejada pelo reitor: o de que o movimento de greve libere o funcionamento do Portal do Aluno, site da internet por onde os estudantes efetuam matrícula.  O "porém" provocou um muxoxo na plateia.  Messias disse que a proposição das 30 horas seria colocada através de portaria assinada pelo reitor

Depois desse e de outros informes, aconteceu o "barraco" provocado pelo Dr. Neris destrambelhado, do qual falamos na matéria anterior.  Quando a poeira assentou é que se retomou o assunto da barganha proposta pela reitoria.  Curioso, entretanto, é que o presidente Wilson Messias queria colocar imediatamente em votação que o movimento de greve concordava com esse acordo, isto é, aceitaria a tal portaria das 30 horas em troca de ser reativado o portal de matrículas.

Felizmente, a maioria da plenária aprovou um encaminhamento, dado por um servidor da base, para que ao menos se fizesse um debate de meia hora para esclarecer melhor as coisas.  Assim, cerca de oito oradores analisaram a situação, sendo que a maioria reclamou da falta de maiores informações sobre os termos dessa tal portaria, da sua confiabilidade e da solidez jurídica da medida de redução da jornada.  Além disso, deixar reabrir o Portal do Aluno, um trunfo do movimento grevista, sinalizaria um arrefecimento da greve pela pauta nacional em prol da incerta conquista de um item da pauta local.

Ao final, votou-se que será cobrada da reitoria uma minuta (rascunho) da redação do instrumento legal que ela pretende publicar para implementar a redução da jornada e, de posse disso, voltar a analisar o tema na próxima assembleia (quinta-feira, 18), além de outras informações pertinentes, a serem distribuídas em impresso para todos na assembleia.

Cabe a pergunta: se em documento anterior de resposta ao Comando Local de Greve, a reitoria afirmava imensa dificuldade de implementar as 30 horas, por que agora ela parece tão generosa em concede-las apenas em troca da liberação de um portal eletrônico que, finda a greve, será rapidamente reativado?  Outra pergunta é: por que usar uma portaria, instrumento administrativo tão rebaixado na hierarquia das leis?

A este blog chegaram rumores, mesmo desde antes da greve, de que existiria um acerto entre o reitor Zaki Akel, suposto candidato a reeleição em 2012, e os diretores do Sinditest Messias e Dr. Neris.  Segundo esses rumores, para favorecer neste fim de ano a eleição ao Sinditest da chapa encabeçada pelo Dr. Neris, o reitor faria a expressiva concessão das 30 horas.  Eleito presidente do Sinditest, o suave e cândido Dr. Neris seria um dos principais cabos eleitorais do reitor para se reeleger em 2012.  O tempo passa, o tempo voa, e os rumores reaparecem numa boa.  Numa boa mal explicada barganha que pode afetar o rumo da greve na UFPR.

12 comentários:

PARANÁ disse...

a assembleia de amanhã vai ser quente!!!!!!

aguardem e verão o que estou querendo dizer.

vou adiantar só um pouquinho, APRONTARAM NOVAMENTE COM A CATEGORIA!

Unknown disse...

É Paraná? Então vamos assistir,só espero não ter que ver novamente o pau quebrar!!! Ou melhor, desta vez que seja a CATEGORIA a dar o Reverso da Medalha!!!

Luis Otávio disse...

O Sr Zaki amigão da turma da diretoria sindical esbraveja aos quatro cantos que acha justo e que apoia o movimento de greve. Só que na hora da verdade aparece com uma proposta que quebra as mais fortes armas do nosso movimento e divide a categoria afoita por algum ganho.
Se ele pode e tem interesse em dar as 30 horas que faça com o objetivo de ampliar o horário de atendimento e a qualidade de vida dos funcionários, mas fazer isso pra esfriar o movimento nacional e sair de bonzinho não é atitude de quem honra as calças que veste.
Toma vergonha magnífico...!

Rita de Cassia disse...

Realmente não é uma proposta digna de ser apreciada. Melhor o reitor usar outro palco pra fazer palanque eleitoral.

Sérgio disse...

Não sei o que é pior: o reitor fazer uma proposta sob estas condições ou o presidente do sindicato ter considerado e levado pra assembléia. Um presidente de sindicato que seja honesto e digno nunca permitiria que o reitor tente minar o movimento só pra levar adiante seu plano político pessoal.

FORMIGA ATOMICA disse...

Luis, Rita, Sergio..vocês estão certíssimos, essa é a verdadeira PROPOSTA INDECENTE!!
Mas esqueceram de que seria uma baita bandeira de campanha eleitoral tanto pro reitor como para o sindicato? O Zaki alegando que DEU as 30 h e o sindicato alegando que CONQUISTOU!!
Hehehe Amigos são pra essas coisas e pra essas horas..

Julio disse...

Só para lembrar.....As trinta horas do HC existem desde (não me recordo exatamente o ano) 1986 ou 1987, quando o Dr Paulo Franco (Diretor Geral) junto com o Diretor Administrativo Valdir Borba peitaram o Conselho do HC e o Reitor da época (Riad Salamuni) chamando para si a responsabilidade da implantação da 30horas.
Na época inclusive existiam alguns feudos de prof.Doutores que eram totalmente contra as 30 horas(hoje a grande maioria já aposentada), eles sempre se acharam donos dos técnicos adm. E se os servidores fizessem 30 horas não iam ter todo tempo do mundo pra fazer os serviçinhos particulares deles.......

O porem dessa história toda foi a partir dai que começou a degringolar a falta de servidores na Instituição e começaram com mais e mais contratações via Funpar; explico, por ex: Chefia q já tinha 10 servidores para executar uma jornada de 40h, passou a exigir que tivesse esses mesmos dez servidores por turno de 30h e assim por diante.

Carlos HC disse...

O que? TRINTA HORAS PARA TODA UFPR? EM PARTES SOU A FAVOR POIS ESTENDERIA O HORÁRIO DE ATENDIMENTO AO CIDADÃO, E POR OUTRO TOTALMENTE CONTRA POIS ACABARIAM IGUAIS AO POVO DO HC trabalhando em outro turno fora da UFPR, sacrificando tipo: se tiver que ir ao médico levar filhos a colégio, o servidor sempre irá no turno que faz na UFPR, pq o patrão mor é bonzinho..... pq no turno que ele efetivamente atue na empresa privada não pode.... então é uma faca de dois gumes.
DEFENDO SIM UM SALÁRIO MAIS JUSTO E MELHOR A TODOS DO QUE DIMINUIR A CARGA HORÁRIA......TEM MUITO POVO QUE NUM FAZ NEM VINTE QUER BRIGAR POR TRINTA É PIADA NEH

Turma do emprego e salario digno disse...

Carlos-HC até que enfim alguem sensato que vê as mazelas que ocorrem na distribuição das horas de trabalho pelos diversos setores e coloca a opinião REAL das coisas. É real essa sua colocação de que o cidadão vai ter dificuldade para cumprir a jornada de trinta horas conciliando com o outro emprego. Parabéns Sr Carlos. MELHORES SALARIOS, é disso que precisamos!!!

Luis Otávio disse...

Certamente o Carlos do HC é contra porque pra ele as 30 horas já estão garantidas e deve achar também que os docentes não devem ser cobrados.
A maioria trabalha das 9 as 12 e das 14 as 17 então fazer 6 horas corridas não muda a carga horária, mas melhora muito o atendimento e facilita o controle de horário.
O resto é falso moralismo de quem já garantiu o seu.

Sérgio disse...

Um pouco de informação é bom e evita as confusões que o nosso sindicato faz questão de manter pra passarem como poderosos. Turma do emprego, Carlos e outros:
Uma coisa é a pauta local, outra é a nacional e uma não tem influencia sobre a outra. Portanto é bom entender que podemos negociar as 30 horas sem que isso tenha influencia na negociação de salários que é lá em Brasília no M. do Planejamento. O nosso reitores pode implantar as 30 horas e não é esse fato que fará com que o governo decida ou não negociar a questão salarial das universidades. O que fará o governo negociar é um movimento forte e bem articulado. Este que o reitor e seus amigos sindicais estão querendo acabar a qualquer custo.

Turma do emprego!!! disse...

Parabéns Sergio pela sua ponderação nesse post, quem dera os Diretores do Sindicato atuassem com ess visão e abordassem a negociação com serenidade, transparência e de acordo com a BASE. Mais uma vez, parabéns pela abordagem suscinta e esclarecedora Sergio.