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quarta-feira, 17 de setembro de 2014

'Veja' não informa, mas é muito bem informada. Marina está minguando rápido

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A melhor notícia que a campanha de Dilma Rousseff poderia receber hoje é a capa da revista Veja. A Veja, como se sabe, é uma revista muito bem informada, até porque para manipular a informação é necessário tê-la.  Como dizia a minha avó, ali não se prega prego sem estopa.

Por Fernando Brito, no Blog Tijolaço

Tudo o que eu, você e o distinto público em geral sabemos sobre pesquisa não é nada perto do arsenal de números de que dispõe a Veja.  Por isso é que a revista, como a gente fazia na oficina dos jornais de antigamente – hoje os computadores acabaram com essa graça – deve ser lida “de cabeça para baixo”.

No caso das gráficas, era um truque para não desviar, com a leitura, a visão que deveria perceber erros no registro das cores de impressão.

No caso da Veja, exatamente o contrário: não deixar que as cores e a riqueza gráfica nos afaste da leitura do conteúdo.  Onde se lê “resiste”, o que está escrito é “não está resistindo”.

Porque Marina é um pacote muito bem embrulhado para presente que, entretanto, vai decepcionando à medida em que a campanha eleitoral o vai abrindo.

Na classe média, este processo começou quando, de dentro dele, saltou um vociferante Silas Malafaia.

E no povão, quando ela abandonou a relativa prudência com que Eduardo Campos atacava o Governo (embora flertasse com muito menos pudores com a direita) e passou (ou aceitou) ao combate contra Dilma e, por tabela, Lula.

Entrou em choque com seus próprios eleitores na classe C – onde ainda perdeu menos, mas onde agora evolui mais fortemente sua perda – que não tem deles uma visão demonizada, como na classe média alta com a qual Marina passou a conviver e flertar.

Apostou no “antipetismo”, o que restringe seu campo, como o udenismo restringiu-se ao se tornar o “antiVarguismo”.

A capa de Veja é só parte do processo de mutualismo defensivo que a direita e um vago “marinismo” vivem neste momento.  É, porém, inócua, exceto no que pode confundir a candidatura petista – e como o petismo é confuso nisso! – e fazê-la recuar de um enfrentamento agudo como é necessário.

Deve servir, ao contrário, para um esforço para explorar os erros cometidos pela oposição, sobre os quais o petismo não tem quase responsabilidade alguma, até porque, há tempos – e o pífio desempenho das candidaturas do PT nos principais estados, exceto Minas, prova isso – o petismo não tem mais trator algum.

O que o PT tem é, sim, um difuso mas poderoso sentimento de país que foi abandonando a órbita colonial onde suas elites sempre o mantiveram.

O xeque a Marina veio dos erros de seus próprios movimentos: o furioso ultimato antigay malafáico, que evidenciou o fundamentalismo religioso, e a indecorosa e explícita conversão ao liberalismo econômico que lhe deram a face de um “PSDB 2.0″, rematado com o esdrúxulo abandono do pré-sal, do qual ela agora tenta se livrar tardiamente.

A estes erros, somaram-se os que a direita cometeu, ao escolher de início um candidato pífio como Aécio Neves e abandoná-lo assim que surgiu sua “esperança verde”.

A capa de Veja é uma ilustração deste medo (a caminho do pânico) que tomou conta da direita, como ontem já se assinalava aqui.

É o mais inequívoco sinal de que o “perigo”, agora, passou a ser sua vitória no primeiro turno. 

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Professores apoiam Dilma e causam crise de urticária na Diretoria da ANDES-SN

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Na última 5a.feira (11), reitores de 54 Instituições Federais de Ensino Superior encontraram-se com a Presidenta Dilma para manifestar apoio à sua reeleição.  Esses docentes reconhecem os grandes avanços realizados nos mandatos de Lula e Dilma na área da Educação, com o aumento de recursos financeiros às IFES, a expansão do número de IFES no país (mais de 15, sendo 3 no Paraná, incluindo a evolução do antigo CEFET) e também das vagas nas IFES já existentes. Além disso, haverá o aumento de recursos, decorrentes dos royalties do Pré-Sal, bem como o PNE aprovado.

Tais professores nada mais fazem do que entender o cenário desenhado da sucesão presidencial, onde não há "terceiras vias", mas apenas dois projetos em disputa: ou se prossegue avançando nas mudanças iniciadas por Lula em 2003, reelegendo Dilma, ou se retrocede ao velho projeto ortodoxo neoliberal representado por Aécio ou Marina.  São reitores, mas são também cidadãos eleitores, com um papel de liderança política em suas comunidades, e estão em seu direito de manifestar opinião pessoal, de indicar uma direção política a quem lhes quiser saber essa opinião.

Triste seria ver acadêmicos lavando as mãos, quando existe risco real de retrocesso nas conquistas educacionais até aqui obtidas, risco de se voltar ao tempo de brutais cortes nos orçamentos das IFES e até PDVs (Planos de Demissão Voluntária dos tempos de FHC).


Já a Diretoria da Associação Nacional dos Docentes do Ensino Superior (ANDES-SN) - por estar na oposição a tais mudanças, fazendo coro com a oposição política de direita do PSDB, DEM, PSC e outros - teve uma "crise alérgica" com a posição dos reitores das ANDIFES, e até emitiu nota de repúdio.  Claro, a ANDES-SN preferiria manifestação de apoio a algum candidato presidencial da ultraesquerda, sem a menor chance de vitória, que é como anda também o movimento docente capitaneado pela ANDES.  

Certos estão os reitores, eles estão no seu direito de tomar posição pública pessoal se assim o quiserem (não em nome da IFES que dirigem, é claro). Igualmente a Direção da ANDES-SN pode publicar sua posição de preferência por este ou aquele candidato.  Faz parte da democracia, mas não emitir repúdios porque alguém simplesmente declara sua posição.

A contribuição de Luciana Genro ao debate presidencial

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Embora eu simpatize com o estilo arrojado e uma parte do conteúdo do discurso da Luciana Genro, creio que todo mundo sabe que eu voto na Dilma. E acho que não tomaria a Luciana por nora... Hehe, mas publico aqui a opinião do Paulo Nogueira, do DCM, porque concordo com ele sobre Luciana nessa campanha, enfatizando dois assuntos muito relevantes também para meu partido, o PCdoB.

Por Paulo Nogueira, no site DCM

Luciana Genro não será uma campeã de votos em 2014.

Mas, ainda assim, a contribuição que ela deu ao debate eleitoral é milionária.

Dois assuntos vitais para o Brasil teriam ficado na gaveta se ela não os trouxesse à cena com sua ousadia gaúcha: a tributação das grandes fortunas e a regulação da mídia.

O sistema tributário brasileiro é um absurdo. É regressivo. Isso significa que, proporcionalmente, paga mais quem tem menos dinheiro.

Luciana Genro tem uma proposta para começar a corrigir essa aberração. Taxar em 5% ao ano fortunas acima de 50 milhões de reais.

Com seu estilo divertido e incisivo, amplificado pelo indomado sotaque gaúcho, ela diz que quer taxar o “ricaço”, e não o “riquinho”.

Luciana Genro está propondo algo que vigora na Escandinávia, e que explica, em grande parte, o avanço extraordinário da sociedade da região.

Os escandinavos ricos se orgulham de pagar altos impostos, porque sabem que só assim você vive em sociedades saudáveis, em que você anda nas ruas sem medo de ser morto.

Os brasileiros ricos se orgulham de sonegar, sob a alegação – sem nexo e sem sustentação em nada real – de que a carga tributária brasileira é “a maior do mundo”.

As grandes companhias de jornalismo alimentam essa falácia, com um noticiário repetitivo e maroto que leva o leitor a crer que paga impostos escandinavos.

O objetivo dessa campanha é legitimar os truques que as empresas de mídia – e tantas outras – cometem para sonegar os impostos.

O segundo ponto vital que Luciana Genro trouxe diz respeito especificamente à mídia.

Ela expôs com clareza seu ponto na sabatina a que se submeteu na Folha, na sexta passada.

Liberdade de expressão, como a que temos, é a liberdade de expressão dos donos das empresas de jornalismo”, ela disse.

Esse monopólio da opinião, que tanto mal causou ao Brasil, só começou a ser rompido com o surgimento da internet.

A internet trouxe uma pluralidade de ideias que enriqueceu fabulosamente o debate político nacional.

Todo jornalista sabe dessa verdade doída, embora muitos finjam que não é assim. A liberdade de expressão, na grande mídia, é limitada aos proprietários.

A pluralidade não pode depender da internet. Tem que estar na lei. Para evitar concentração de mídia, nos Estados Unidos a legislação veda que o New York Times seja dono, por exemplo, de uma cadeia de televisão, ou de rádio.

As leis antimonopólio americanas jamais permitiriam uma empresa como as Organizações Globo: os Marinhos espalham sua influência e seus interesses por virtualmente todos os meios possíveis, de jornal a tevê, de rádio a revista.

A questão da mídia é tão complicada, no Brasil, que ela acabou fora do programa de Dilma, mesmo com muitos líderes petistas lutando para que estivesse dentro.

Marina, com sua “nova política”, simplesmente ignora a questão da concentração da mídia em seu programa de governo.

Coube à combativa Luciana Genro, nesta campanha, segurar, sozinha, essas duas tochas – a da desconcentração da mídia e a da tributação das grandes fortunas.

Ela não vai se eleger. Não tem chance nenhuma de ir para o segundo turno.

Mesmo assim, vai sair dessa campanha muito maior do que entrou.

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Semi-abandonada a sede social de Shangri-lá

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Beirais de telhado podres e arriados, com telhas quebradas e buracos no telhado onde pombos fazem ninhos.  Pintura velha descascando. Moradores locais comentando que, de fato, a sede social de praia do Sinditest tem estado abandonada, sem ninguém para cuidar regularmente de seu estado.  

Esse foi o cenário visto por um filiado da base que, casualmente, passeando no município de Pontal do Paraná durante o feriadão da Independência, constatou o aspecto de um imóvel de alto valor entregue à própria sorte.  Pelo que se ouviu falar, nem tem mais um caseiro para vigiar esse local de lazer da categoria dos técnicos filiados ao Sinditest. Esse filiado só pode olhar de fora o estado de imóvel, mas o suficiente para causar má impressão e preocupação.

Esse é o nível de zelo com o patrimônio do sindicato, pago por todos?  Torra-se muitas vezes o dinheiro da entidade em eventos do partido da filiação dos principais diretores do sindicato, mas não se toma conta daquilo que é de todos.  Triste realidade.

Aumento de 49% no Plano da Unimed? Ô, loco!

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Um conhecido ex-presidente do Sinditest, apeado do 'poder' sindical há quase 3 anos, resolveu no começo do mês usar seu Facebook para por a boca no trombone contra seus desafetos da diretoria atual.  O motivo: o aumento da mensalidade do plano privado de saúde daquela operadora que gosta mais de financiar o time do Fluminense do que tratamentos mais complexos de seus afiliados doentes.  Olhem aí o comentário do "bom pastor":


Pelo que se lê no site do Sinditest, o desacordo entre a entidade e a Unimed está longe de ser resolvido.  A Unimed, é óbvio, quer melhorar ao máximo sua 'saúde', a saúde financeira do bolso dela, escorchando os filiados com mais um aumento.  A Diretoria sindical está chamando assembleias para debater o que fazer.  

Em assembleia sindical ocorrida em 03/09, foi formada uma comissão de trabalhadores (da base e da diretoria do Sinditest), com acompanhamento do escritório jurídico, para estudar as planilhas dos bons samaritanos da Unimed e elaborar proposta alternativa ao aumento pretendido. Uma nova assembleia sindical vai ocorrer em 16/09,

Nada fácil.  Planos privados de saúde, à medida que lucram muito e crescem, tornam-se verdadeiras máfias.  O caminho fundamental mesmo é o da luta pelo fortalecimento do Sistema Único de Saúde.

Ebserh admitida e confirmada. E depois?

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Apesar de toda a turbulência e emprego de métodos excepcionais (videoconferência, voto por celular) no dia 28/08, quando se deu a votação da admissão da Ebserh como gestora do HC da UFPR, a Justiça Federal endossou o resultado apurado de 31 votos a 9 na sessão "politópica" do CoUn.

A ação cautelar interposta na na 4a. Vara da Justiça Federal em Curitiba foi patrocinada por dois conselheiros alunos, pedindo anulação tanto da sessão do CoUn de 28/08 como da sessão do COPLAD de 03/09 (esta debateria detalhes do Contrato UFPR-Ebserh).  A Justiça não acatou o pedido, sob justificativa de que, se alega-se que as ditas irregularidades de reunião/votação do CoUn lesam toda uma coletividade, então esta coletividade é que haveria de ter interposto a ação cautelar e não apenas dois indivíduos. Com base nisto, a 4a. Varia extinguiu o processo.


Em 3 de setembro, o Sinditest convocou um agito para protestar contra a sessão do COPLAD que discutiria mais a fundo o contrato, mas isto foi retirado de pauta e a sessão realizou-se.  Também menos de 50 pessoas atenderam ao chamado de mobilização do sindicato.  Zaki Akel preferiu tirar a Ebserh da pauta do COPLAD para não reaquecer o assunto e remeteu o contrato para análise da assessoria jurídica.

Entretanto, até o fim de setembro pode haver nova chamada do COPLAD para examinar os termos do contrato, cuja minuta (rascunho) fala de um período de "transição" de dois anos, a partir da data de assinatura do contrato entre UFPR e Ebserh, ao fim do qual os "trabalhadores precários" (funparianos) teriam de estar fora dos quadros geridos pela empresa.

Sabe-se que, informalmente, práticas Ebserhianas já vão ocorrendo dentro do HC, de modo mais ou menos velado.  O que acontecerá quando se der a entrada formal da empresa pública no comando efetivo do hospital, como reagirão os trabalhadores do HC?