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quinta-feira, 15 de fevereiro de 2024

Mosquinhas fêmeas desmaiam com o perfume de um amante melhor

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As mosquinhas-de-fruta fêmeas (Drosophila melanogaster) comumente tem muitos potenciais pretendentes e se juntarão com múltiplos machos sucessivamente. No entanto, nem todos os seus amantes serão pais de mosquinhas filhas: as moscas fêmeas são aptas do que os cientistas chamam de escolha oculta feminina, pela qual elas seletivamente fertilizam seus ovos com o esperma do macho que preferem. As mosquinhas-de-fruta conseguem isso expelindo o ejaculado dos machos que elas consideram ser de menor qualidade pouco depois da cópula. Agora os pesquisadores descobriram que as fêmeas não precisam realmente ver ou sentir um macho de alta qualidade para fazerem sua escolha: uma baforada dos feromônios dele cumpre esse papel.

Os pesquisadores(*) ofereceram a moscas fêmeas uma opção de escolha entre machos de duas cepas de moscas para determinar qual elas preferiam. Então, eles fizeram uma série de experimentos de engenharia genética com machos para que eles tivessem um esperma fluorescente para verificar quando as fêmeas expeliam as ofertas de um macho e se aquilo afetava a paternidade. Viram que as fêmeas eram rápidas para se livrar do esperma de seus parceiros quando eram capazes de copular com um parceiro de mais alta qualidade. As moscas também expulsavam o esperma do primeiro parceiro convenientemente quando postas na presença de um macho mais atraente, mesmo se não copulassem com ele. Mas, ainda mais impressionantemente, elas não precisavam ver, ouvir ou saborear a melhor opção. As moscas fêmeas com mutações que debilitam esses sentidos ainda expeliam rapidamente o esperma do primeiro pretendente. Somente fêmeas incapazes de cheirar apropriadamente falhavam no direcionamento da paternidade voltada ao melhor macho.

Experimentos posteriores revelaram que as fêmeas se apoiam em dois feromônios - cVA e heptanal - o que surpreendeu a equipe de pesquisadores, já que "estes feromônios não tinham sido implicados como importantes contribuidores na escolha da fêmea por um parceiro".

"Fornecemos a primeira demonstração, a nosso ver, de um mecanismo para explicar a escolha oculta feminina em resposta às 'deixas' do macho no caso da Drosophila melanogaster", relataram. "Estes achados demonstram que a paternidade pode ser influenciada por eventos que vão além da cópula e destacam a seleção sexual pós-copulatória".
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(*)Groningen Institute for Evolutionary Life Sciences, Universidade de Groningen, Holanda.
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Fonte: ScienceAdviser - 12/02/2024

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2024

COVID de repetição e o que fazer

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Quatro anos de pandemia, e muita gente no mundo todo acumulou múltiplas infecções de COVID. Não obstante, as consequências a longo prazo desses ataques repetidos ainda não estão claras. 

Está bem estabelecido que tanto indivíduos como governos podem implementar estratégias como a vacinação, as testagens e uso de máscara para reduzir os riscos de infecção. Evidências prévias, junto com a ciência, derivadas de outros vírus sugerem que é válido tomar tais medidas para evitar reinfecções de COVID, afirma Meghan Bartels, da revista Scientific American.

O que dizem os especialistas: "Embora você fatie a coisa, o que houver de efeito de longo prazo para a saúde que se observar, o risco (de reinfecção) não é zero", diz Ziyad Al-Aly, epidemiologista clínico da Universidade Washington em Saint Louis. "A verdade é que, sim, podemos estar enjoados e cansados com esse vírus, enjoados e cansados da pandemia - mas ela ainda está aí. Ela ainda está por aí lesando pessoas".

O que se pode fazer: Muitos meios de comunicação relatam hoje que novas orientações federais [nos EUA] não vão mais direcionar as pessoas que testam positivo para o vírus SARS-CoV-2 para ficarem em casa, desde que estejam livres de febre por um dia e seus sintomas sejam leves. Podemos ainda evitar reinfecções, todavia: usar máscara em ambientes fechados com muita gente, fazer isolamento se testar positivo para a COVID e estar com a vacina para COVID em dia, e também para influenza e outras patologias respiratórias.

Comentário adicional deste Blog: notícias recentes no Brasil dão conta de que está de novo havendo aumento de casos de COVID, e que, portanto, mesmo tendo tomado em 2022-2023 duas ou três doses da vacina, é recomendável reforçar essa vacinação, além das medidas recomendadas de uso de máscara em locais com aglomeração de pessoas e de ter à mão o álcool em gel.
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Fonte: revista "Scientific American" de 13/02/2024

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