-->

quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Nada de preces para Showtrick - Cap. 5

Nenhum comentário:
- Está feito e acho que não deixamos rastros.
- Me sinto triste, apesar das bobeiras, ele era um cara legal. Não entendo por que deu aquela vacilada.
- Ele andava ligado demais à igreja dele, pode ter influenciado.
- E daí, você é um cara de igreja, você é um “obreiro” dessa porra dessa tua igreja evangélica!
- Calma, calma, em nossa igreja separamos as coisas da terra e as do espírito...
- Porra, o que eu sei é que o cara saiu desta terra e agora no máximo é um espírito! E o espírito dele não te incomoda? E a família do cara que apagamos?
- Eu sei, eu sei, mas afinal de contas foi para um bem maior, não é? Se o cara desse com a língua nos dentes pra polícia, pra Receita, ou até pra gente da oposição, aí a coisa ia ficar feia pra nós, pra todos, pra nossos próprios filiados que precisam de uma administração equilibrada!  Vamos rezar pela alma de nosso bom vacilão John Dick!

Diante desse argumento racionalizador, o presidente relaxou um pouco.  Sentiu menos a perda de seu principal tesoureiro, ao lado de quem já tinha feito tantas lutas na Clínica Geral da universidade dez anos antes.  Sua disposição voltou, o negócio era ir adiante. O morto tinha que virar passado. Enterrado e abolido da memória.  Até a Polícia já estava dando o crime como de difícil solução e ninguém havia chegado na USCU para maiores investigações, além de uma visita para perguntas protocolares.  Tudo ia bem e tudo iria bem.

Em breve a transação imobiliária seria anunciada para a multidão ignara dos filiados, num grande almoço pago pelos próprios, mas com aparência de “boca livre”, é claro. O presidente ligou para Marla pedindo uma matéria especial para o jornal da USCU  anunciando o negócio concluído. Depois, emborcou mais uma dose de JB, murmurando frases obscenas e encomendando alguém do serviço de acompanhantes de Daytona Beach.


sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Os 10 piores casos de complexo de messias em 2014

Nenhum comentário:

O fim do ano é o momento em que nos lembramos do messias JC, mas é impossível deixar de lado os malas sem alça que possuem o complexo de messias. O ano de 2014 foi pródigo em megalomaníacos com fórmulas infalíveis para a salvação do Brasil e, em última análise, do universo.

Por Kiko Nogueira, no site DCM

Alguns tentaram nos livrar de uma ditadura comunista, outros ameaçaram seus discípulos se não seguissem seu voto — em comum, todos incapazes de admitir qualquer erro e eternamente tentando encaixar os fatos em sua visão de mundo. O tipo de gente que estraga qualquer festa de réveillon.

LOBÃO

O velho cantor já vinha há alguns anos num ritmo pesado e intenso de paranoia, trocando Herbert Viana pelo PT em sua doideira. Na sequencia da eleição de Dilma, adotou uma longa barba de profeta, copiada do bispo Edir Macedo, e resolveu incorporar o papel de líder revolucionário. Ficou chateado quando tomou um cano de Aécio numa manifestação com 15 pessoas, rompeu com outros colegas de extrema direita, foi até o Congresso com aloprados. Junto com seu guru Olavo de Carvalho e o brucutu Marcello Reis, do grupo Revoltados Online, alertou os brasileiros sobre o socialismo. Sua grande vitória política foi tomar um café com Marco Feliciano.


GILMAR MENDES
O ministro do STF é o Palpiteiro Oficial da República. Denunciou o perigo do Supremo se converter “numa corte bolivariana”, disse que Lula não passaria no teste do bafômetro, suspeitou de lavagem de dinheiro nas doações para pagar as multas de petistas condenados no mensalão, culpou Dilma pelas suspeitas de fraude nas eleições etc etc. Com exceção, talvez, do futebol, não houve assunto em que Gilmar não tenha emprestado um átimo de sua sabedoria. “Os fatos são chocantes. Há uma cleptocracia instalada”, diz ele. Dependendo do ângulo, Gilmar dá saudade de Joaquim Barbosa.


JOAQUIM BARBOSA
JB saiu da história para cair na vida, mas não deixa o posto de Batman nem sob decreto. Ninguém mais se importa com o menino pobre que mudou o Brasil, mas no Twitter ele continua trovejando. Entre uma saída e outra para ir ao teatro com a atriz Antônia Fontenelle — ninguém é de ferro — , JB dita os rumos da nação, eventualmente em inglês e francês. “The ousting of a congressman by his peers for his involvement in this disgusting scheme. A new check for the Brazilian political system?”, mandou. “Min Público é órgão de contenção do poder político. Existe para controlar-lhe os desvios, investigá-lo, não p assessorá-lo. Du jamais vu!”. “Du jamais vu” é sua releitura pedante do bordão lulista “nunca antes” etc. Dependendo do ângulo, Barbosa dá saudade de Gilmar Mendes.


SILAS MALAFAIA
O pastor mais sem noção da América Latina gritou suas excentricidades ao longo do ano, guiando seu povo contra o PT. Mostrou-se um pé frio. Primeiro apoiou Marina Silva, evangélica como ele. Quando Marina beijou a lona, inclusive por causa de seu apoio, pulou para o barco de Aécio. Quando se trata de Malafaia, tudo assume ares de histeria e convocação divina. Conclamou seus fieis para “tuitaços” que micaram, ameaçou com o fogo do inferno os que votassem em Dilma, mentiu, ofendeu — e perdeu. Malafaia deu voz à estupidez da extrema direita religiosa.


MARINA SILVA
Ela surgiu do útero da floresta com a promessa da nova política, batendo na polarização PT-PSDB, se vendendo como uma opção nem de esquerda e nem de direita. Sua candidatura tomou um direto no queixo com quatro tuítes de Malafaia, para sucumbir de vez diante de suas próprias contradições. O fanatismo religioso fez com que utilizasse o velho messias (no caso, Jesus Cristo) para justificar seus problemas, como o da falta de clareza. Segundo ela, Jesus “tergiversava”. Devemos a Marina a popularização do termo “desconstrução”, usado por ela para explicar a tática de seus adversários e hoje aplicado até mesmo em receitas de risoto de frango.


FELIPÃO
O ex-técnico da seleção jamais assumiu qualquer erro na condução da seleção brasileira. Jogadores choravam antes de bater o escanteio, mas o time não tinha problema de desequilíbrio emocional. Neymar se machuca, os atletas têm um chilique, mas e daí? Até acontecer o inolvidável 7 a 1 diante da Alemanha e, na partida seguinte da Copa, os 3 a 0 para a Holanda. Na coletiva, a casa já em escombros, Felipão deu declarações como “desde 2002 não chegávamos às semifinais”, “disputei três Copas do Mundo e fiquei entre os quatro em todas”, “não jogamos mal” e “tivemos momentos muito bons”. Felipão foi visto no Grêmio.


JUIZ DA LEI SECA
Uma agente da Lei Seca dirimiu uma dúvida ancestral: se juízes achavam, mesmo, que eram Deus. Ela cumpriu sua função ao tentar multar o juiz João Carlos de Souza Correa, que dirigia um Land Rover preto sem placa e estava sem a carteira de habilitação no momento da abordagem. (Depois se descobriu que Correa, titular da 1ª Vara de Búzios, é protagonista de uma coleção de imbróglios jurídicos). Mas o doutor Correa não precisa cumprir a lei porque, afinal, está acima de você. “Imagina eu, que faço Justiça, sendo injustiçado. Ela disse: ‘Ele é juiz, não é Deus’. Foi desacato”, afirmou deus-juiz.


FERNÃO LARA MESQUITA E EDITORIAIS DO ESTADÃO
Ninguém lê, mas os editoriais do Estadão e os artigos de um dos herdeiros são como uma máquina do tempo em direção ao nada. A missão de resguardar os valores liberais se transforma numa necessidade doentia de orientar seus pobres leitores no sentido de se precaverem diante de qualquer coisa que cheire a bolivarianismo, seja lá o que isso quer dizer. Isso inclui dar conselhos para os EUA sobre como conduzir a reaproximação com Cuba. Fernão Lara Mesquita –fotografado num protesto com um cartaz com os dizeres “Foda-se a Venezuela” — mantém a tradição batendo no inimigo morto da família: Getúlio Vargas. No dia 25 último, escreveu que Getúlio “veio para combater a corrupção, impôs o fascismo como instrumento do desenvolvimento e encarregou o Estado, com o Trabalho e o Capital a reboque, de promovê-lo”.


EDIR MACEDO
O dono da Universal inaugurou o Templo de Salomão no Brás, em São Paulo, uma atualização brega do santuário arrasado pelos romanos na Antiguidade. Com uma barba de profeta, copiada de Lobão, e um novo cerimonial inspirado em ritos do judaísmo, com direito a quipá e solidéu, Edir levou Dilma, Alckmin e outros políticos à abertura de sua obra máxima, numa prova de seu poder e prestígio terrenos. Edir vive garantindo a volta de Jesus, mas Jesus provavelmente olha para ele e pensa que é melhor ficar de boa onde está.


ARNALDO JABOR
O dono da Universal inaugurou o Templo de Salomão no Brás, em São Paulo, uma atualização brega do santuário arrasado pelos romanos na Antiguidade. Com uma barba de profeta, copiada de Lobão, e um novo cerimonial inspirado em ritos do judaísmo, com direito a quipá e solidéu, Edir levou Dilma, Alckmin e outros políticos à abertura de sua obra máxima, numa prova de seu poder e prestígio terrenos. Edir vive garantindo a volta de Jesus, mas Jesus provavelmente olha para ele e pensa que é melhor ficar de boa onde está.

----------------
Fonte: texto e fotos do Diário do Centro do Mundo

sábado, 20 de dezembro de 2014

Nada de preces para Showtrick - Cap. 4

Um comentário:
Agosto, amanhecia em Daytona Beach, quando as águas do Atlântico Norte entregaram à areia um estranho volume.  Marla e Joey, de volta à praia, tinham o hábito de levantar cedo para correr pela praia, e estacaram ofegantes diante daquele cadáver cujos olhos já tinham sido comidos pelos peixes ou pelas gaivotas.

- Ah, meu deus, que coisa horrível!!!!, exclamou Marla olhando para o molambo encharcado ainda lambido pelas ondas.  Esse aí está parecendo o... o...

- O John Dick, nosso tesoureiro da USCU, Marla, completou Joey perplexo.  Mesmo sem aqueles olhos idiotas, não há como não reconhecer que é ele mesmo!  Que diabos aconteceu?

- Ai, que triste e que nojo, Joey! Temos que avisar a polícia...

- Não, não, não...

- Como não?

- Não vamos nos envolver com isto, vamos embora, não tem ninguém na praia, ninguém olhando, vamos em frente e fingir que nem vimos isto.  Vamos, vamos!

- Mmmmas, Joey, é nosso colega, faz poucas semanas estivemos reunidos com ele lá em Orlando! Temos que fazer algo!

- Ele está morto, Marla, não podemos fazer mais nada, e não podemos nos envolver neste rolo. Não quero papo com polícia, vamos embora!  Depois ligamos pra Salvatore.

Marla, chocada e enxugando lágrimas sinceras, relutou mas acompanhou o marido.

O casal se afastou celeremente, olhando para os lados e para a avenida beira-mar, acreditando-se não percebido, sob as vistas apenas das aves marinhas que deviam pressentir no morto um cardápio diferente dos peixes e crustáceos habituais.

Os restos ensopados de Dick, com cinco buracos de bala no peito e na barriga, ainda ficaram à mercê das pequenas ondas de beira-mar e das gaivotas por mais uma hora até que a polícia foi avisada e chegou a equipe da perícia para examinar o que sobrara do velho dirigente sindical.

**********************

- Joey, aquilo foi horrível! Como pode ter acontecido? Marla debatia-se na cama, esperando o efeito do calmante que Joey lhe havia dado.

- Não faço ideia.  Notou que ele foi baleado?  Tinha uns três furos de bala no peito.  Alguém apagou o cara. Não sei por quê.  Um sujeito tão legal e bonachão. Meio burro e devagar, é verdade, mas legal.  Sempre nos tratou bem. Fico com pena.  Mas é melhor esquecer.

- Avisou Salvatore e os outros?  Eles tem que saber, afinal era o tesoureiro do nosso sindicato!

- Ainda não, vou ligar agora. Você trate de se acalmar, e durma um pouco.

Joey pegou o celular e ligou para Orlando, no número de Salvatore.  Ocupado. Ligou para Nelly.  Ocupado também.

- Atendam! Que saco!

******************************
John Dick, antigo enfermeiro da Clínica Geral da Corners University, havia certo tempo que se tornara um burocrata do sindicato.  Não cheirava nem fedia, era um pouco atoleimado, às vezes fazia vistas grossas para umas mutretas de Salvatore, por vezes participava da divisão do “bolo”.  Estava por dentro dos rolos, inclusive por ser tesoureiro.  Tinha sua parte e não costumava encher o saco. Mas era um arquivo sobre duas pernas.  Teria aberto algum jogo perigoso?

Certa vez, tendo brigado com Salvatore, contou a estagiários de um jornal-laboratório da Universidade sobre uma mutreta praticada pelo colega de sindicato, e aquilo foi publicado, ainda que sem citar nomes. Salvatore havia escondido seu próprio carro na garagem de um amigo e dera parte de roubo para receber o valor do seguro. Recebeu o seguro, com o qual comprou um carro novo, e tempos depois o carro supostamente roubado foi achado pela polícia.  Mas então o rolo estava feito, com sucesso.  Dick revelou o estratagema, provocando a ira de Salvatore e por um bom tempo os dois não se conversaram.  Entretanto, o caso não rendeu nenhum problema para Salvatore e tudo voltou às boas entre eles.

Agora, porém, algo diferente tinha acontecido.  Teria a ver com a transação do terreno da USCU?  Ou era outra coisa dentro do sindicato?  Podia também ser mera fatalidade, um assalto...

A unidade CSI que examinou Dick constatou que ele morreu pelos disparos de arma de fogo no tórax e depois foi jogado ao mar, pois não tinha água nos pulmões.  E havia sido na noite que antecedeu seu achado na praia pelo casal Marla/Joey.  O corpo não tinha outros sinais, nos bolsos somente alguns dólares e o documento de identidade.  Caso difícil. Mas era preciso investigar as relações do morto em Orlando e em Daytona. 
[CONTINUA...]

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Sem Unimed, Fluminense jogará patrocinado pelo SUS

Nenhum comentário:
Assim como milhões de brasileiros que não tem plano de saúde, o Fluminense também dependerá do SUS para sobreviver. O rompimento da Unimed na parceria de quinze anos, que rendeu vários títulos ao clube, pegou jogadores e torcedores de surpresa. Por enquanto o Fluminense jogará com apoio do Sistema Único de Saúde, mas a diretoria do clube já negocia um patrocínio dos Tapetes Tabacow para a próxima temporada (na temporada 2014, o patrocínio foi da STJD Guarnições e Tapetões).
----------------------

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

“Você não merece ser estuprada”. Este é o padrão Bolsonaro de decoro.

Um comentário:
Da Folha, agora há pouco:

"Em discurso no plenário da Câmara, o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) disse nesta terça (9) que só não 'estupraria' a colega Maria do Rosário (PT-RS), ex-ministra de Direitos Humanos, porque ela 'não merecia'. Conhecido por suas posições polêmicas, contrárias aos direitos humanos, Bolsonaro atacou a ministra ao rebater um discurso feito por Maria do Rosário minutos antes no plenário da Câmara, no qual a ex-ministra defendeu a Comissão da Verdade e as investigações dos crimes da ditadura militar."

Por Fernando Brito, no Blog Tijolaço

Repetiu, agora da tribuna, a estupidez que já tinha feito tempos atrás, no Salão Verde do Congresso.

Bolsonaro afirmou que o Dia Internacional dos Direitos Humanos é o “dia internacional da vagabundagem”, direitos humanos só se aplicam a “bandidos, estupradores, marginais, sequestradores e corruptos”.

É um personagem assim que virou herói da direita brasileira?

Ah, e o que o valoroso Conselho de Ética vai fazer?

Pedir as notas taquigráficas para estudar um processo sobre a quebra de decoro por Bolsonaro.

Só rindo. Bolsonaro quebra, pica, mói e faz virar pó qualquer ideia de decoro e civilidade.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

O otário que acreditou que Aécio iria ao protesto

Um comentário:
Um protesto pode virar, perfeitamente, uma comédia, como se viu sábado (6/12) em São Paulo.  O mais difícil é saber quem foi o palhaço principal.  São três os candidatos: Aécio, Lobão e Serra. Francamente, estou em dúvida sobre qual foi mais ridículo.

Por Paulo Nogueira, no DCM

Vejamos um a um.

Lobão começou o dia superlativo no Twitter. “HOJE O CHÃO DA PÁTRIA IRÁ TREMER”, tuitou ele antes do protesto.  Assim mesmo, em maiúsculas.

Pouco depois, ele usou o plural majestoso. “Chegamos !!!!!!!”. Para poupar seu tempo, aviso que foram sete pontos de exclamação.

Depois a realidade, esta pantera, começou a se impor. Disse ele no Twitter: “Infelizmente, tive mais uma vez que sair da passeata por todos os motivos que expus ontem. Estou de luto.”

No dia anterior, ele freneticamente tentara evitar que “militaristas”, como ele chama os que defendem um golpe militar, participassem do protesto.  Já não havia maiúsculas, já não havia exclamações, mas uma mistura de frustração com raiva.  A Folha captou um desabafo de Lobão. “Cadê o Aécio? Tô pagando de otário.

E aí chegamos a Aécio, outro candidato ao título de idiota do dia.

Bem, se Lobão imaginou mesmo que Aécio gastaria uma tarde ensolarada de sábado para ir a um protesto, é mesmo um otário.

Aécio faz tudo por uma manifestação num sábado contra a Dilma, exceto ir. Mas por momentos pareceu que ele romperia sua tradicional vida boa e mansa. Num vídeo postado na véspera do protesto, ele convocou as pessoas a ir para a rua.

Era presumível que ele mesmo fosse, mas Aécio se mostrou incapaz de mobilizar a si próprio. Ficou claro o tamanho de sua liderança. Talvez ele devesse ter mandado em seu lugar o Aécio de Papelão, mas nem isso.

Serra, mais trabalhador, foi. E então chegamos ao terceiro candidato à coroa de trouxa do dia.

Como Aécio, Serra gravou um vídeo no qual pedia que as pessoas fossem às ruas. Ele conseguiu dizer o seguinte: que nunca, em sua vida, vira manifestações tão espontâneas quanto estas que têm sido feitas contra Dilma.  Em seu mundo particular, Serra deve ter ficado impressionado com um protesto anti-Dilma em Belo Horizonte que se dispersou diante das primeiras gotas de chuva.

A capacidade de mobilização de Serra ficou tão evidente quanto a de Aécio. Fora o fato de que ele pelo menos foi, as estimativas giravam em torno de 800 manifestantes, divididos em dois blocos.

Um era o dos “militaristas”. Outro, o de “civis” como Serra. Isto quer dizer que Serra levou 399 almas para a rua.

Não. Aécio tem também sua parte, já que gravou um vídeo. Cada um levou 199,5 almas para a Paulista.

É uma dura parada. Aécio, Lobão ou Serra? A piedade me leva a excluir Lobão: ele é a única pessoa que acredita nos propósitos de políticos como Aécio e Serra.

Opto por Aécio como o mentecapto do dia. Serra ao menos compareceu.

A quem eventualmente o recrimine pelo WO que deu, Aécio poderia dizer uma frase em inglês que não tem tradução: “Get a life! Entrei na política por muitas razões, menos trabalhar.”
-------------------

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Trotsquistas que "se acham"

Um comentário:
Eles puxam lutas e perdem.  Foi assim pro pessoal do RJU de março a junho (greve nacional de 3 meses, sem vitória) e pro pessoal da CLT da Funpar (o reitor deu um nó neles no ACT e no caso das demissões com a vinda da EBSERH).

Não prestam contas de nada, mas querem dobrar o que arrancam do bolso dos filiados na mensalidade sindical.  Quem vai aceitar?

E tem esqueletos escondidos nos armários.  Morrem de medo que de lá saiam.

Essa a gestão dita "combativa" no Sinditest. Que tristeza. Quanta PSTUpidez.

Sorria, filiado do Sinditest! Seu dinheiro já está sendo gasto para viagens dos espertos para reuniões da CONfusão das LUTAS!

2 comentários:
A CONfusão das LUTAS, vulgo CONLUTAS, está a todo vapor gastando o dinheiro dos filiados do Sinditest-PR desde a fraude da assembleia de "filiação" em 4/11. Bom, verdade que eles já gastavam dinheiro da categoria financiando atividades da CSP-Conlutas antes (será que aparece na contabilidade?)...

Como o próprio site do SinditestPSTU-PR informa e fotografa (acima), eles estão garantindo que o governo Dilma-2 não emplaca. Aliás, juntinhos com a extrema-direita do país, que fez atos esvaziados no último fim-de-semana como se pode ver abaixo.  Talvez, em breve, vejamos os dois extremos se juntando contra Dilma. Seria ainda mais patético.



segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Nada de preces para Showtrick - Cap. 3

Um comentário:
O expediente no Box Bank já havia acabado naquela calorenta tarde em Alafaya, mas numa mesa dos fundos da agência cinco pessoas acertavam um negócio, conversando quase por meio de sussurros.


- Não vai embora, Caccioli?, gritou da porta o penúltimo bancário saindo do trabalho.

- Não, Donald, estou terminando um último negócio aqui. Boa noite e bom descanso pra você, colega! Amanhã almoçamos na Fergie’s.

Subgerente no Box Bank, com autonomia para liberar financiamentos, Fortunato Caccioli pesquisava os olhares ladinos à sua frente de Salvatore, Nelly, Niels e de um corretor imobiliário curiosamente apelidado de “Graceland”.

Gerald “Graceland” Ipkiss era muito fã de Elvis Presley, daí o apelido alusivo à famosa mansão do cantor em Memphis, mas, considerando sua ocupação atual, a alcunha ficava dúbia – “terra da graça”. Mas não de graça. E ele sabia muito bem que interesses estavam em jogo naquela rodinha. Estava intermediando a transação do terreno da USCU entre Salvatore, Nelly e o comprador Niels, contando com a boa vontade do subgerente para liberar o financiamento sem maiores entraves burocráticos, tais como comprovações de renda de Niels e da esposa.

Salvatore resumiu a situação do negócio:

- Olha, Caccioli, acabamos de conseguir as assinaturas de outros diretores importantes da USCU no Termo de Retificação da Ata, que nos permite desmembrar o terreno e com isso vocês do banco financiarem os componentes legalizados 4 e 5 do total do imóvel. Niels vai logo nos passar 50 mil de entrada em cash, o seu Banco repassa 200 mil restantes ao Niels e ele nos paga a segunda parcela, ok?

- Tá certo, mas por favor, sigilo total sobre isto aqui. E o Niels tem que me pagar direitinho as prestações do financiamento estes meses próximos. Antes que a direção superior desconfie que o contrato não é perfeito.

Niels, sempre calado, murmurou um “pode deixar”. E acrescentou: “Minha mulher e eu viremos aqui assinar quando você chamar.”

- Fico no aguardo dos negócios posteriores com os componentes sobrantes do terreno, disse Caccioli. Só espero que isso não demore muito tempo.

- Com a valorização dessa área de Alafaya, não vai demorar para vendermos os lotes restantes, pode ficar tranquilo, asseverou Nelly, mais uma vez com seu sorrisinho falso.

- E o meu lotezinho também!, exclamou contidamente o corretor Graceland. Já tenho em mira um potencial comprador assim que finalizarmos tudo e eu ganhar essa minha comissão na forma desse lote.

Prosseguiram a conversa, acertando últimos detalhes para que nenhum furo ficasse, nenhum fio solto que permitisse a algum xereta chegar à meada da armação. No final, brindaram com goles de água mineral gasosa, a única coisa ainda bebível naquele fim de expediente num banco. 

Niels, Caccioli e Graceland iam ganhar o seu “de direito” pela colaboração, Salvatore e Nelly também iam se dar bem e – pensavam estes dois – os filiados da USCU iam todos ficar também contentes por finalmente terem-se livrado de um terreno tão “inútil” para a organização sindical.

Mas Salvatore estava eufórico e convidou para celebrar mais:

- Aí, pessoal, o negócio todo está encaminhado, graças a nossa capacidade e ousadia! Está um calor danado, e eu acho que a gente devia comemorar de verdade! Que tal irmos todos lá pra Orlando dar um rolé no show de strippers do “Black Cat”?

Os olhares dos outros brilharam de entusiasmo inicial pelo convite à farra, mas Niels e Caccioli desistiram, alegando compromissos com as respectivas “patroas”.

- E você, Graceland?, inquiriu Nelly, do alto de sua religiosidade pragmática.

- Olha, caras, esse lance está tão maneiro que vou nessa com vocês! Uhu!

Dali a três horas, era quase 9 da noite, estavam Salvatore, Nelly e Graceland aboletados numa mesa rústica, pedindo uns petiscos no famigerado “Black Cat”, o point de Orlando que só fechava às cinco da manhã com direito a variadas emoções.

[CONTINUA...]