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quinta-feira, 14 de julho de 2011

Corremos o risco de repetir o desfecho da greve de 2005?

Muito preocupante o atual momento da greve nacional da FASUBRA.  Na semana passada, depois de o Comando Nacional de Greve (CNG) receber um documento do MPOG e do MEC propondo retomada da negociação desde que a greve fosse suspensa, e de o CNG votar por 52 a 47 uma orientação nesse sentido enviada às assembleias de base, estas recusaram a suspensão por um placar também apertado: 21 a 18.

Criticamos a postura do MPOG (Min. Planejamento) de se recusar terminantemente a fazer a negociação da pauta mesmo em estado de greve, pois o MPOG do período Lula negociou na greve de 2007 sem exigir sua interrupção.  Desta vez, pelos documentos publicados, a posição do MPOG seria de intransigência no sentido de nada negociar se for mantida a greve.

Por outro lado, uma maioria, embora apertada, de assembleias de base avaliou que a greve nacional estaria forte o bastante para obrigar o Governo a negociar assim mesmo, apostando também que o movimento pode se radicalizar ainda mais.  É também esta a impressão que se tem ao ouvir boa parte dos discursos inflamados nas duas últimas assembleias de greve da UFPR, onde certos dirigentes do Sinditest se esmeram nos ataques à figura da presidenta Dilma e a seu partido, além de lançarem insinuações maldosas contra quem faça alguma fala no sentido da reflexão e prudência.

Objetivamente, prevalecem hoje no CNG e também na direção da greve da UFPR as orientações políticas dos grupos que fazem, em termos partidários (PSOL e PSTU), oposição sistemática ao governo Dilma, os quais parecem acreditar que uma greve de servidores das IFES poderia "derrotar" Dilma, tantos são os xingamentos que a ela são lançados nas assembleias.

Ora, em uma greve é preciso que, em algum momento, haja negociação.  Nesta, nenhum dos lados sai com 100% do que almeja.  Ambos os lados tem que ceder em alguma coisa.  Os grupos visceralmente anti-Dilma aparentam não querer ceder nada.  Se o governo também permanecer em sua posição de nada negociar se mantida a greve, o impasse se prolongará não se sabe até quando, com risco de perda do prazo de envio da LDO ao Congresso (31/08) sem incluir nada significativo para os técnicos.

Situação assemelhada aconteceu numa greve nacional feita no segundo semestre de 2005.  Os mesmos grupos ligados a PSOL e PSTU - que naquele ano saíam às ruas propondo, junto com a direita demo-tucana, o impeachment do presidente Lula - conquistaram a maioria no CNG-FASUBRA e não construíram nenhuma condição para negociar com o Governo.  Resultado: a greve se esvaziou aos poucos, acabou sem que o CNG pudesse fazer algo e nada se conquistou.

Os mesmos grupos estão agora com a palavra, donos do jogo. Vejamos o que tem a propor de factível para que 2005 não se repita e a greve deste ano possa obter alguma conquista.

13 comentários:

FORMIGA ATOMICA disse...

Vamos ver ate quando os comentários inflamados e discursos anti Dilma vão segurar essa greve. Em 2005 quem estava à frente era Toninho/Moacir, que também endureceram e não houve nenhuma vitória, nenhuma conquista. É possivel sim que isso se repita, ate a pauta local está emperrada!

PARANÁ disse...

o que é conjuntura?
o que é aliado politico?
o que é ponderar?
o que é avaliar?
o que é fazer de conta?
o que é respeito?
o que é humildade?
o que é perspectiva?
o que é base?
o que é disputa?
o que é ficar sem reajuste?
o que é LOA?
o que é traidor?
o que é pelego?
o que é picareta?
o que é safado?
o que é senvergonha?
o que é capa?
o que é acordo poitico?

que saber de uma coisa, é muita coisa para saber e entender, prefiro não entender muito menos compreender.

sou um alienado, e por ser um ignorantes que nada quer saber, serei um eterno escravo, sabe quem sou EU?

um verdadeiro analfabeto politico.

Roberto disse...

Formiga,
Na greve de 2005, o Sinditest era presidido pelo megaultracombativo Moacir, esse que faz comentários chulos falando de saco (escrotal mesmo) na frente das colegas na assembleia. E o Sinditest nem sequer entroui na greve de 2005... vai ver pq estavam economizando $$ pra gastar em imovel em vez de greve...

FORMIGA ATOMICA disse...

Ah Roberto,
você tem razão mesmo! Essa dupla dinamica nao SACO e muito menos competência pra tocar uma greve. Saco, esse escrotal do Moacir, uiiiii, sem comentários...falta tudo nesses dirigentes...

MEDEIA disse...

Pois é Roberto, talvez estivessem mesmo economizando $$$, já que seu Neris falou hj em Assembleia que o sindicato não tem grana pra jogar no lixo, referindo-se a uma proposta de se lotar 3-4ônibus para a passeata no litoral, dia 01/08. Na certa dinheiro de sindicato é pra transações imobiliárias...

Claudio disse...

Alguem sabe me dizer a quantas anda a pauta local. Os superamigos já negociaram alguma coisa? Ta parecendo que vão esquecer o assunto.

PARANÁ disse...

parabéns a aos poucos que lembram deste fato de 2005, mas eles tambem estavam a frente da greve de 2003, outra derrota.

tambem foram os responsáveis pela muita aplicada ao SINDITEST em 2007, esperar o que desta turma?

é uma pena que os novos servidores não tem conhecimento disso, e não sabem que estão embarcando em uma furada.

quanto a muitos servidores antigos, eles gostam mesmo é de serem enganados o que é uma pena.

e como me disse algumas pessoas, elas tambem gostam da politica, o que elas detestam é a forma como estão conduzindo esta greve, PURA POLITICAGEM.

Na luta - UTFPR disse...

Paraná acredito que vc está certo quando conclama os servidores a repensarem a trajetória que este movimento está tomando, quando não olha os insucessos obtidos no passado. Acredito que precisamos auxiliar o CNG a decidir os melhores caminhos nesta luta que tem do lado do Governo uma experiência ímpar na apresentação de culpados quando falta o dialogo. Entendo seu posicionamento quando invoca os insucessos anteriores e o porque deles terem acontecido e entendo que a manutenção deste movimento vai exigir EMPENHO dobrado, já que o recuo do Duvanier está dificil de ser conseguido.
Enfim, já que assim está, então vamos lutar para não ficarmos vendo moscas voando sem rumo.
Que venha a VITÓRIA, mas não será nada fácil.

Valter Antonio Maier disse...

Amigos do Blog
O debate de idéias é salutar. Apoiar as propostas da minoria também o são. Agora de todos os que aqui postam, o único que vai a público, na assembléia defender suas idéias é o Paraná. O restante dos que aqui postam não tem nem aparecido na assembléia. Não concordo com os encaminhamentos eleitoreiros Nero-Messiânicos da Diretoria do Sinditest. Mas estou na assembléia fazendo as minhas colocações. A mera divulgação virtual de idéias não muda a cabeça de quem está nas assembléias. Parece que existem dois grupos virtuais: 28 de outubro (de direita) e Na luta (de centro). Abraços

Dodo disse...

Valter,

Sua generalização - de que comentadores críticos neste blog sobre a condução da greve não vão a assembleias nem defendem lá suas ideias - é, no mínimo, de um simplismo atroz, além de precipitada.

Nosso colega "Paraná" (sempre achincalhado pelos seus amigos do Sinditest, seus de voce, Valter) tem o mérito e coragem de sempre defender suas ideias, de cara limpa, sem concessoezinhas oportunistas de ultima hora. E no caso da greve, mesmo sem estar de posse de várias informações e elementos mais recentes da conjuntura da greve, da negociação e do CNG, ele foi diante da plenária defender a suspensao da greve para reabrir a mesa de negociação. Foi vaiado como se tivesse proferido uma heresia diante de um Tribunal da Santa Inquisição. Pareceu-me isso: a greve está virando um artigo de fé, não objeto de debate racional e respeitoso. Eu aplaudo o "Paraná" por sua postura ética e sincera.

Nessa ocasião, eu próprio me manifestei sobre o tema da manutenção/suspensão da greve, com dúvidas e reconhecendo ali náo ter elementos suficientes para opinião mais precisa, razão pela qual defendi então a continuidade da greve na AG da semana retrasada. Lembro de ter tentado recuperar o historico das greves mais recentes, para mostrar que tanto se pode vencer (2007) como perder (2005) numa greve. Hoje, depois de colher muito mais informações, já não tenho a mesma convicção daquela ocasião.

Entretanto, ainda espero que, dos que defendem a greve com tal gana que parece que ela é um FIM EM SI MESMO em vez de ser meio para a negociação, desses espero ver quais as propostas CONCRETAS para que o movimento possa avançar e obter o canal de negociação efetivo, embora tenham recusado a mesa negociadora proposta por MEC e MPOG há 2 semanas.

Afinal, queremos a "mesa" (de negociação) mas não queremos a mesa? Afinal que mesa se quer? Querem os ultraesquerdistas que a presidenta Dilma caia de joelhos perante o movimento, peça perdao e dê um aumentaó salarial ainda pra este ano?

É o que se verá nas próximas assembleias, o debate sobre resolver o impasse, ou o não-debate de nada, que se nutre apenas de vaias e palmas, com neuronios ociosos.

Lucia disse...

Valter
Certamente você não conhece todos que postam aqui no blog e não tem condições de garantir se estavam ou não nas assembléias.
Quanto a defender as posições em publico está quase impossível. Nem todos estão dispostos a ser vaiados por um bando de alienados só porque tem opinião diferente da que é imposta pela diretoria do Sinditest. As nossas assembléias estão longe de ser democráticas e respeitosas.
Portanto Valter o que tem que ser criticado é a falta de liberdade de opinião e não a dificuldade de se colocar para um publico que não está disposto a ouvir.
Eu particularmente e muitos outros tem sentido essa dificuldade. Contamos com sua colaboração no sentido de defender em uma proxima assembléia o direito de opinião com respeito e liberdade.

PARANÁ disse...

a todos que postaram seus comentários aqui desde já agradeço por estarem enchergando tudo o que está acontecendo, isto me conforta muito, pois sempre acreditei e continuo acreditando que tem muita gente boa sendo de uma formo au outra impedidos de exercerem seus direitos a democracia. ficando assim com este receio de se manifestar nas assembléias.

sou sincero a voces, podem continuar vaindo que vou continuar a me manifestar e colocando o meu ponto de vista, pois quero e vou consseguir ser o contra ponto de toda esta sacanagem que eles aprontam com a categoria.

na assembléia de terça, vou continuar me posicionando com toda tranquilidade e coerencia possivel, se quiserem vaiar que vaiem, to me lixando para estas pessoas que parece que não tem massa cefalica.

terça vou dar uma porradinha de leve, agora aguardem para ver quem será ou serão o meu alvo.

eu acredito que a agua vai bater na bunda, logo logo.

Unknown disse...

É isso aí PARANÁ,eu concordo com a Lúcia esta um verdadeiro Festival as assembléias,tenho acom panhado e confesso só quem tem posição definida não teme esta falta de respeito, mas também creio que para tudo há um limite e acho também que esta na hora da VAIA ser trocada por,questionamentos à esta diretoria.Eu tenho certeza de que quem acompanha a sua SAGA esta SOLIDÁRIO.