O Informe do Comando Nacional de Greve (CNG) de 13-14/07 confirma o resultado da rodada de assembleias dos sindicatos em greve, que, por 21 a 18 votos (computados por sindicato), decidiu manter a paralisação nacional. Está havendo trocas de delegados de várias bases e a nova configuração do CNG tenderá a refletir essa maioria pela continuidade da greve. O Informe também já expressa um modo de redação próprio dos grupos ultraesquerdistas "VAL" e "BASE", que fazem oposição sistemática ao Governo Dilma.
Então é preciso entender o que os autores do último Informe querem exatamente dizer em certos trechos. Por exemplo, ali se lê que estão "o governo Dilma e o Congresso Nacional comprometidos com a destruição do Serviço Público". É isso mesmo que a maioria da base dos técnicos das IFES pensa? Que Dilma e o Congresso querem mesmo acabar com o Serviço Público?
Em consequência a essa afirmação, mais adiante o Informe orienta uma atitude: "Só há uma saída: a derrota da política deste Governo [Dilma]". "Política" escrita assim mesmo, no singular, o que é mesmo que escrever "todas as políticas", todas as ações do Governo - em resumo, derrotar todo o Governo. E o Congresso Nacional junto.
Ora, os servidores entraram em greve em luta por uma bem delimitada pauta salarial e de melhorias na carreira. O movimento grevista agora vai assumir que - para sair da greve - "só há uma saída: a derrota da política [todas] do Governo"?
Sabemos que é essa a orientação política dos partidos da ultraesquerda (PSOL e PSTU) e da direita demotucana: querem que o Governo Dilma se exploda. O vice-presidente "duas caras" do Sinditest, travestido de ultraesquerdista, gosta de traduzir isso com sua frase bombástica de que "precisamos quebrar a Dilma no meio", proferida em mais de uma assembleia de greve da UFPR. A maioria da base, inclusive a parte que não vai regularmente às assembleias, realmente concordará com essa orientação?
Pois aos servidores presentes nas assembleias cabe observar, tirar suas próprias conclusões, verificar se o movimento grevista continuará sendo reivindicatório de base e disposto a negociações, ou se virará comício para furiosos discursos político-partidários despreocupados em de fato negociar a pauta da base.
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Um comentário:
É preciso estar muito atento aos movimentos grevistas, atentar para os discursos, de maneira que não nos deixemos usar e manipular, servindo como massa de manobra aos interesses politiqueiros de determinados grupos.
É de fundamental importância que estejamos com nossa pauta de luta sempre em mente, que tenhamos nossos objetivos muito bem definidos, a fim de que não vejamos uma repetição de 2005, onde a teimosia, irreverência e prepotência de alguns levaram a luta de muitos por água abaixo!
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