Se nas universidades públicas existe a bandeira da jornada semanal de trabalho de 30 horas, no setor privado, a luta é para reduzir de 44 para 40 horas, sem redução de salários. A história dos movimentos de trabalhadores, desde o começo do século 19, levanta essa bandeira da redução da jornada como expressão da luta contra a hiper-exploração da força de trabalho pelos patrões capitalistas. As atuais 8 horas diárias só foram consignadas em lei porque no passado os trabalhadores e trabalhadoras travaram inúmeros combates para reduzir jornadas que atingiam 12 a 15 horas diárias, em geral sem folga em fim de semana.
A Redução da Jornada de Trabalho sem Redução de Salários será a principal bandeira da VI Marcha da Classe Trabalhadora, convocada pelas centrais sindicais CTB, CUT, Força Sindical, Nova Central, UGT e CGTB para 11 de novembro, no Distrito Federal.
As centrais pretendem mobilizar dezenas de milhares de trabalhadores e trabalhadoras, em Brasília, em apoio à PEC (Proposta de Emenda Constitucional) 231/95, dos senadores Inácio Arruda (PCdoB-CE) e Paulo Paim (PT-RS), que reduz a jornada de 44 para 40 horas semanais. A proposta está em tramitação na Câmara dos Deputados. A perspectiva dos sindicalistas é de que vá à votação em plenário ainda este ano.
A marcha em Brasília demonstra a crescente unidade do movimento sindical em defesa dos direitos e interesses da classe trabalhadora e reforça a necessidade de realizar a nova CONCLAT (Conferência Nacional da Classe Trabalhadora), um encontro que poderá aprovar uma plataforma comum de luta, acima de todas as divergências entre as Centrais Sindicais.
Esse movimento nacional - cuja vitória terá significado histórico no Brasil - deve ser apoiado por todos os sindicatos de base, inclusive os do setor público onde o regime já é de 40 horas. E também por quem de fato luta pela redução para 30 horas semanais e combate o excesso de horas-extras. Quando o Sinditest propôs na última assembléia uma campanha contra as horas-extras, deveria antes estar dando exemplo e participando da luta geral pela redução da jornada. A Diretoria sindical não o faz porque prefere o isolamento dentro de seu castelinho da rua Agostinho Leão Jr.
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