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sábado, 9 de maio de 2020

O sapo e o escorpião

Cismando diante da correnteza do rio, lá estava o escorpião tentando achar um meio de atravessar para a outra margem.  Chega todo lampeiro o sapo, pronto para cair no rio e se deleitar nadando na buliçosa água.  Vê o escorpião, e se afasta.

- Ei, amigo sapo, dá uma ajudinha aqui para seu velho chapa! Me ajuda a atravessar esse rio!
- Eu, hein, pensa que não conheço a história de seus irmãos?  Ponho você nas costas e no meio do rio você me morde, e morremos os dois...

- Náá, que é isso, só porque um ou outro irmão sacaneou com um amigo seu, não vai ser sempre igual. Eu te garanto que atravessaremos numa boa esse rio aí, e depois cada um segue seu caminho.  Vamos nessa?



Muito reticente, o sapo acabou topando e colocou o escorpião nas costas para a travessia.  

- Muito obrigado, amigo sapo.

- Tudo bem aí, senhor escorpião?

- Cada vez melhor. A vista é linda.


Atravessaram o rio e o sapo colocou o escorpião no chão, ainda surpreso de nada ter acontecido durante a travessia.

- Puxa, chegamos bem, e você nem me picou no caminho!

Já se afastando, correndo, o escorpião responde:

- Picar, não piquei mesmo, mas te passei uma baita duma dermatite!

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