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domingo, 23 de maio de 2010

TV Pernambuco radicaliza conceito de TV Pública. Por que não na Educativa e UFPR?

Atenção historiadores da TV brasileira: em Pernambuco escreve-se hoje uma página inédita dessa história. Pela primeira vez no Brasil uma TV pública está sendo reconstruída de baixo para cima. Trata-se da TV Pernambuco, criada pelo governo do Estado em 1984, tendo-se tornado, durante os governos pós-ditadura de Miguel Arraes (1987-1990 e 1995-1999), um importante veículo de informação e entretenimento regional. Abandonada na gestão Jarbas Vasconcelos (1999-2006), foi entregue em março deste ano pelo governador Eduardo Campos (PSB) ao movimento social, comprometido com a democratização da comunicação, para conduzi-la.

Na tarde da quarta-feira (19/5) cerca de 150 pessoas participaram de um encontro organizado pela nova direção da emissora para discutir a sua forma de gestão. Produtores, artistas, professores, estudantes, jornalistas e telespectadores em geral, reunidos no auditório do Porto Digital, no Recife Antigo, puderam dar livremente as suas opiniões de como a TV Pernambuco deve se organizar para se tornar efetivamente pública.

A mudança já começou. O novo presidente da TV é o apresentador e produtor cultural Roger de Renor, que de burocrata não tem nada. Brincando, mas revelando o tipo de gestão que começa a ser feita, diz que os primeiros novos departamentos por ele inaugurados foram os “do bom dia, boa tarde, boa noite; o do por favor e o do muito obrigado”. Pode haver coisa melhor, num meio marcado pelo egocentrismo e pelo autoritarismo?

Os parágrafos acima são de matéria do site Carta Maior; leia aqui a matéria completa assinada por Laurindo Leal Filho sobre a nova TV pública de Pernambuco. Achamos interessante transcrever a notícia porque a iniciativa do governador Eduardo Campos merece elogio e porque recordamos a intenção semanas atrás de um vereador tucano de Curitiba pretender apresentar um programa sobre saúde na TV pública da UFPR.

Ora, quem é o vereador Mário Celso para achar-se autoridade em saúde a ponto de querer estrelar um programa na TV de uma Universidade Pública que possui o maior setor acadêmico da área de saúde no estado? Só porque ele tem afinidades político-ideológicas tucanas com o reitor da UFPR? Por outro lado, bem podia a Administração da UFPR abrir espaços maiores para a produção independente dos movimentos sociais tanto extra- como intra-UFPR.

Às entidades representativas da comunidade universitária - DCE, Sinditest, Asufepar, APUFPR - se podia dar voto de confiança em sua capacidade de produzir material para exibição na UFPR-TV. E as entidades poderiam mobilizar, de modo plural e democrático, as suas bases para debaterem sugestões de programação e ajudarem na elaboração do conteúdo.
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Fonte: com informações do site Carta Maior

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