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quarta-feira, 15 de junho de 2016

Um golpe contra a Ciência nacional

A extinção do Ministério da Ciência e Tecnologia e Inovação (MCTI) não foi o maior dos golpes desfechados pelo governo Temer contra o desenvolvimento nacional. Mas é muito provável que seja o mais simbólico.

Por Luciano Rezende, no site FMG

Simboliza bem a política subalterna recém retomada, que reforça a idéia de um mundo dividido em aqueles países capazes de produzir ciência de ponta, situada na fronteira do conhecimento, e aqueles outros que no máximo conseguem copiar alguma coisa. E para os golpistas o nosso lugar é eternamente nesta segunda categoria.

Aliás, é esse o complexo de vira-latas predominante no tal “Ponte para o Futuro”. O pensamento expresso em tal documento faz os golpistas se perguntarem: para que investir na chamada ciência nacional se podemos comprar tecnologias prontas e acabadas dos países desenvolvidos?

A questão central, portanto, não se resume à discussão oca se um Estado é mais ou menos eficiente com 40, 30 ou 20 ministérios. Tampouco a diminuição da intervenção do Estado está condicionada à redução do número de ministérios. É perfeitamente possível ter um Estado forte com poucos ministérios, bem como um Estado mínimo com muitos.

O centro do debate é se a ciência nacional está presente em um dos eixos centrais do organograma institucional de um país. Independente se é uma secretaria, um departamento ou um ministério, o fundamental é saber qual a prioridade dada a essa pasta.

É a ciência nacional o motor do desenvolvimento de um país como bem lembra a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) em nota de repúdio à extinção do MCTI. Subjugando o desenvolvimento científico autóctone, ficamos caudatários da ciência produzida no exterior.

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