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domingo, 18 de março de 2012

Uma questão central para o XXI Congresso da FASUBRA

O  Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), fundado em 1955, foi criado pelo movimento sindical para desenvolver estudos e pesquisas que fundamentem as reivindicações dos trabalhadores em suas lutas.  Uma das análises que o DIEESE faz há muito tempo é avaliar qual deveria ser o valor real do Salário Mínimo conforme definido pela Constituição Federal, comparado com o SM nominal. O SM necessário ao trabalhador seria aquele "capaz de atender às suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social..." (Art. 7 da Constituição).  

Logo, o SM "necessário" é um indicador indireto que pode ser usado como elemento de comparação também para avaliar o poder aquisitivo dos salários de grande parte do funcionalismo.  O quadro acima, copiado do DIEESE, mostra a evolução dos dois tipos de SM de um ano para cá.  Apesar de o SM nominal de fev/2011 ter subido 15% nesse período, seu valor ainda está muito abaixo do SM necessário, o qual elevou-se em 5,9% para cumprir o que determina a Constituição.  A alta da inflação entre fev/2011 e março deste ano também está na casa dos 5,83%.

Os dados numéricos apenas reforçam aquilo que os servidores já percebem em termos práticos no cotidiano - a distância entre inflação na dianteira e salários correndo atrás está aumentando.  O último reajuste salarial, decorrente do acordo da greve da FASUBRA de 2007, foi em 2010.  Já a greve nacional de 2011, se de um lado encheu de arrogância os peitos de certas lideranças nefelibatas (como as que temos hoje dirigindo o Sinditest), por outro não conseguiu fazer o mesmo com os bolsos da massa servidora.

Pois é esta uma das questões centrais que um XXI Congresso da FASUBRA deve debater - como as diversas lideranças, grupos e correntes, o conjunto dos delegados eleitos na base, devem acertar os ponteiros para que a FASUBRA possa retomar a luta salarial de modo unitário e, por conseguinte, forte.  Mas não a luta pela luta, a luta para uns "palanqueiros" ficarem deitando discursos exaltados sem resultado prático algum.  Sim a luta unitária, massiva e eficaz para obter conquistas concretas.  Sem isto, a FASUBRA perderá progresssivamente prestígio e crédito no seio da categoria. E, por extensão, os sindicatos de base correm o mesmo risco.

2 comentários:

Debora disse...

Adorei a expressao "nefelibata" nao poderia tere encontrado adjetivo melhor para definir com classe, algumas pessoas da atual gestao UFPR.

Administrativo UTFPR disse...

Esse salário "mínimo" é para uma família sem filhos.