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quinta-feira, 8 de março de 2012

Mais poder político para as mulheres!

Neste 8 de Março, publicamos Manifesto de uma das mais conhecidas e atuantes entidades do movimento feminista brasileiro, a União Brasileira de Mulheres (UBM).


Dia Internacional da Mulher: mais poder político para as mulheres!


Nos últimos 80 anos, desde que conquistamos o direito ao voto, as brasileiras lutam para ocupar cada vez mais espaços de poder e decisão, compreendendo que as transformações sociais, políticas e econômicas em curso no Brasil, passam, necessariamente, pela efetiva participação e ampliação do poder político destas que são mais da metade da população brasileira, ocupam cerca de 40% da chefia familiar e hoje se vêem representadas pela primeira mulher presidenta do Brasil, Dilma Rousseff.

Em um momento de crise sistêmica do capitalismo, que ataca trabalhadoras e trabalhadores em boa parte do mundo, reafirmamos que a lógica de um novo modelo nacional de desenvolvimento - que atenda às nossas necessidades econômicas, sociais e ambientais - precisa estar integrada a uma política que reduza juros, gere empregos, eleve salários e garanta maiores investimentos em: educação, saúde, mobilidade urbana, lazer, ciência e tecnologia, valorizando as manifestações culturais de nosso povo, com respeito ao modo de vida e de trabalho das comunidades tradicionais do campo e da cidade.

Há muito que as mulheres atuam na política, integrando-se às lutas mais gerais de nosso povo e reivindicando igualdade em direitos e oportunidades. Gerações de mulheres, em todos os tempos, dão o melhor de suas vidas quando lutam contra todas as formas de escravidão e pela autodeterminação dos povos em todo o mundo; quando dizem não às guerras e defendem a paz para mulheres e homens em sua diversidade de jeitos, cores e crenças; quando atuam por uma América Latina altiva, unida, diversa e soberana; quando defendem um Brasil, radicalmente democrático, que além de passar a limpo, sua história e memória; se transforme numa grande potência econômica, energética, alimentar, científica e divida riquezas com a esmagadora maioria do povo trabalhador.

É necessário aprofundar o poder político das mulheres nas mais diversas esferas de decisão - na universidade, nos partidos políticos, nas gestões públicas, nas casas legislativas, no poder judiciário, nas entidades e movimentos sociais e sindicais. Garantir nossa participação na esfera pública, em condições de influenciar nas decisões da agenda do desenvolvimento do projeto nacional que abranja às grandes questões sociais, políticas, ambientais, econômicas e culturais, atingindo, diretamente, a vida do povo.

As mulheres devem ser vereadoras, deputadas estaduais, deputadas federais, senadoras.  Em 2012, mulheres com compromisso e ousadia enfrentarão as eleições e, para avançar a democracia, é necessário que muitas destas corajosas mulheres sejam eleitas. No Brasil, as mulheres se voltam para o século XXI com a certeza de que temos que chegar muito mais longe, superando a subrepresentação política e nos mobilizando no centro das atividades partidárias, comunitárias, sindicais. Somos as gerações de mulheres que, organizadas e atuando politicamente, junto ao conjunto das forças populares, avançadas e democráticas, devem garantir:

1. a reforma política, com financiamento público de campanha, garantia de coligações proporcionais e lista fechada com alternância de gênero. Cumprimento da lei de 30% das cotas para candidaturas femininas e da aplicação de 5% do fundo partidário para formação política das mulheres como forma de favorecer o ingresso e melhores condições de disputa para as candidaturas femininas;


2. a reforma da mídia, como forma de enfrentar a criminalização dos movimentos sociais e das forças progressistas de nosso país, além de contribuir para a veiculação da imagem da mulher real: inteligente, trabalhadora e capaz de estar na política, e não como um corpo de consumo a ser explorado;


3. a redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas. A aprovação do PL 4857/2011 que garante igualdade salarial e de condições de trabalho entre homens e mulheres, como forma de incentivo à vida profissional e acadêmica das mulheres;


4. o fortalecimento do SUS com garantia de ampliação da rede de atendimento e respeito ao corpo e à diversidade das mulheres, nas muitas fases de suas vidas;


5. garantia de redes de equipamentos sociais (creches, lavanderias, restaurantes populares, centros de convivência) que possam contribuir para a liberação das mulheres ao espaço público, ao mundo das artes, da cultura, e da ciência;

6. a legalização do aborto como forma de fazer cumprir a agenda dos direitos sexuais e reprodutivos das mulheres como um direito humano, enfrentando o aborto clandestino como um grave problema de saúde pública que mata milhares de mulheres todos os anos;


7. a defesa intransigente da aplicação da Lei Maria da Penha nos atos de violência contra a mulher, com a instalação de delegacias especializadas, juizados especiais, centros de referência e casas abrigo), lutando pelo fim da violência contra mulheres e meninas;


8. a criação de secretarias de mulheres nos estados e municípios brasileiros como forma de incentivar e garantir a elaboração, execução e monitoramento dos Planos de Políticas para as Mulheres;


9. a proteção de nossas meninas e mulheres contra a exploração sexual comercial que faz vítimas cada vez mais jovens em nosso país;


10. o fim de todo tipo de desigualdades e discriminações em relação às mulheres negras, indígenas, jovens, idosas, lésbicas, trabalhadoras rurais, trabalhadoras domésticas, com deficiência e soropositivas.



Neste 8 de março de 2012, reforçamos a necessidade de avançar para que todos os compromissos do Governo Dilma com as mulheres e com o povo brasileiro sejam cumpridos.  Reafirmamos nossa luta em defesa de todas as nossas vitórias e por tudo que ainda temos  que conquistar! Viva as mulheres! Viva o 8 de março! Viva o povo brasileiro!

Por um mundo de igualdade , contra toda opressão!

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