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domingo, 8 de janeiro de 2012

Nova diretoria empossada do Sinditest alenta esperanças

Desde sexta-feira o Sinditest conta com nova diretoria, eleita pela Chapa 2 "Mudando o rumo dos ventos". Velhos burocratas sindicais como Wilson Messias e Dr. Néris foram removidos da direção sindical.  Seria o fim de uma era, neste ano em que o Sinditest completará (em novembro) 20 anos de existência? Cedo para dizer. O que é obsoleto não cede facilmente lugar ao novo, teima em resistir.

A diretoria eleita soube colocar contra os velhos caciques algumas críticas pertinentes, que este Blog já afirmava desde 2008, e conseguiu com mais competência capitalizar o anseio de mudança e renovação presente na categoria, especialmente dentro do HC.  Com isso, o coletivo dirigido pela servidora da PROGRAD Carla Cobalchini alimenta, na categoria, esperanças de que haja mudanças para melhor dentro do sindicato.  Porém, será preciso coragem, trabalho e habilidade para promover alianças, pontuais ou mais duradouras, que permitam remover o que há de ultrapassado no movimento sindical da UFPR/UTFPR.

Recordando o texto de apresentação da Chapa 2 constante de seu site de campanha, ali existem críticas duras, apontando problemas graves na gestão "Sindicato Para Todos" conduzida pelo sr. Wilson Messias e pelo derrotado Dr. Néris.  Já de início se lê que a gestão que se encerrou era marcada pelo "coronelismo fundado no autoritarismo".  Novidade nisto para nós?  Não, e isso ficou patente durante algumas assembleias da greve de 2011.  Assim, esperamos nós , como a base também espera, que a condução da nova gestão seja baseada na mais ampla democracia sindical, tanto dentro da diretoria como nas instâncias de assembleias.  E que consigam realizar um processo coletivo que reforme positivamente o estatuto muito pouco democrático que temos desde 1992.

O mesmo texto diz que na gestão de Messias e Dr. Néris ocorria "benefício pessoal". Que tipo de benefício? Pecuniário?  Trocas de favores? Quais diretores eram favorecidos por esses benefícios, e de que maneira?  Outro aspecto a ser melhor explicado pela nova gestão do Sinditest.

Também acusa o mesmo texto da Chapa 2 que na gestão "Sindicato Para Todos" haveria "negociata com escritórios de advocacia".  Fala-se no plural: escritórioS.  Ora, o sindicato, na gestão presidida por Messias, manteve contratos com o escritório Wagner & Associados e com o escritório Benkendorf. Era com esses escritórios ou quiçá com outros que se transacionavam negociatas?  De que tipo? Para o bem de todos os filiados ou para o "benefício pessoal" de alguns, quais?  Se havia "negociatas", como elas irão acabar?  Esse é outro pepino a ser deslindado pela gestão 2012-2013 do Sinditest.

Critica-se nesse texto do site da Chapa 2 a falta de uma "política de enfrentamento à Reitoria e outros ´patrões´” , porém sobre isto pouco cabe comentar, uma vez que sempre foi mais ou menos evidente o compadrio entre a diretoria neromessiânica e a gestão do reitor Zaki Akel, que tomou gosto em chamar o Sinditest de "nosso sindicato" nas diversas cerimônias em que os pelegos sindicais destronados se faziam representar.

Por fim, a acusação pesada que o site da Chapa 2 lançou contra os caciques Messias e Dr. Néris, ao afirmar que "as despesas do sindicato não podem ser uma caixa-preta".  Este foi uma das teclas em que este Blog mais bateu por 3 anos, apoiado em denúncias do servidor "Paraná" e outras evidências.  As prestações de contas de 2008 e 2009, da extinta diretoria neromessianica, ambas feitas bem fora do prazo determinado pelo Estatuto sindical.  A renitente recusa em fornecer informações, sendo preciso recorrer à justiça comum para que simples balancetes fossem mostrados, como se isso fosse privilégio e não um direito estatutário de qualquer filiado.

Ora, desta vez, nessa campanha eleitoral de 2011, a denúncia da "caixa-preta" das contas do sindicato partiu não apenas da oposição, mas de pessoas que conviveram por 4 anos na intimidade da diretoria comandada por Wilson Messias!  Se de quem estava fora da diretoria havia suspeitas sobre manipulação de contas, da parte de quem viveu o cotidiano dentro da sede do sindicato a denúncia fica ainda mais séria!

O inepto Conselho Fiscal 2010-2011, comandado pela servidora do HC Maria Alice (amicíssima do ex-presidente Messias), coordenou, sem o direito de faze-lo, uma esdrúxula prestação de contas do exercício 2009, em assembleia  fora do prazo e apenas porque o Ministério Público a isso obrigou.  Esse mesmo Conselho Fiscal ainda deve à categoria a assembleia ordinária para a prestação de contas de 2010 (que deveria ocorrer em março/2011).  Nem sequer um novo Conselho Fiscal foi eleito como manda o Estatuto.  Logo, muito há que fazer nesse terreno das contas e das "caixas-pretas", mas a nova Diretoria promete a realização de ampla auditoria, uma boa notícia.  Desejamos bom trabalho e muita transparência para a nova gestão sindical, retribuindo assim a confiança que recebeu nas urnas por cerca de 40% do eleitorado.

5 comentários:

Xiru HC disse...

Temos que exigir que o sindicato licite um novo escritório jurídico .... com exceção claro terao que ser mantidos os atuais advogados para aqueles processos que eles ja haviam dado entrada, a nao ser que o sinditest consiga que os atuais facam substabelecimento dos processos atuais existentes, para o novo grupo que entratr.

Sebastião - UTFPR, Ctba disse...

Não precisa novo escritório jurídico e sim uma negociação de acordo com os anseios da base. Mudar o escritório e não adotar medidas de negociação concreta e amparadas por decisões em assembléia e com ampla discussão de detalhes envolvidos nessa questão é aumentar os problemas. Participei da gestão Novos Tempos, onde o Presidente Belotto procurou atender a categoria trazendo uma nova Assessoria Jurídica e o resultado não foi satisfatório devido a falta de continuidade para os trabalhos jurídicos, visto que decorridos os dois anos de gestão, houve o retorno da gestão anterior.
Portanto, acredito que é fundamental a REFORMA ESTATUTÁRIA em um primeiro momento visando a dar mais confiança aos prestadores de serviços, tanto jurídicos, quanto contabéis, além dos colaboradores dos serviços administrativos e de manutenção, pois a cada gestão que é trocada, via eleição, estas pessoas ficam sem saber qual será o rumo.
É preciso uma reformulação nas ações sindicais do Sinditest no âmbito da sua gestão interna e depois disso tudo, avançar nas outras esferas garantindo um sindicato cada dia mais forte e soberano nas decisões que beneficiem a sua base.
Que a nova Diretoria consiga avançar e concretizar suas propostas.

Ronaldo Raizer disse...

Sugestão de Pauta _ Não PUBLICAR

Reportagem publicada (Agencia SENADO) essa semana dá detalhes da Regulamentação do Direito de Greve no Serviço Público.

http://www.senado.gov.br/noticias/direito-de-greve-do-servidor-publico-na-pauta-da-comissao-de-constituicao-e-justica.aspx?parametros=greve

ecleticocom.blogspot disse...

É verdade Sebastião como é bom relembrar,sem contar que enfrentamos uma maratona competitiva entre diretores para atender a solicitação da categoria e depois quando o novo escritório assumiu,meio tímido teve que enfrentar uma série de problemas de ordem técnica e ética com relação ao escritório que até hoje esta pois eles praticamente foram nasceram e cresceram com o Sinditest,tornando os laços estreitos a ponto de se misturar a base aos interesses politicos da entidade dificultando assim novas perspectivas de troca. E o pior de tudo é que a mesma base que sugeriu a troca diante destes transtornos passou a criticar a nova assesoria que já timida não conseguiu corresponder as espectativas propostas. É ....e nós sabemos o desastre que foi. De qualquer forma valeu como aprendizado, tanto que hoje podemos afirmar de cadeira que melhor mesmo É NEGOCIAR e colocar prazos para respaldar a continuidade e ou só depois acenar para uma troca.

Sebastião - UTFPR, Ctba disse...

Eclético.com, enfim, vejo que temos que apresentar esta experiência vivida em 2006/07 e que trouxe vários transtornos de ordem técnica como você menciona aqui. Acredito que a Srª Carla não cometerá o mesmo erro e será uma exímia negociadora e coordenadora das ações que devem levar em conta a necessidade preemente da REFORMA ESTATUTÁRIA e depois se pensa em novas aventuras de assessoria jurídica. Bem lembrado de sua parte, que o escritório atual vem atuando quase desde o início das atividades sindicais do Sinditest e portanto, merece ser negociada sua atuação.
Vejo que o Sinditest tem hoje coisas importantes para serem resolvidas e que precisam ser tratadas de forma criteriosa, como por exemplo, as diversas aquisições imobiliárias que são discutidas na esfera judicial, as questões de difamação de Diretores, dispensas de funcionários por questões políticas e não técnicas, além de outros casos que antecedem a intitulada urgência de troca de assessoria jurídica. Não estou desta forma afirmando que se deva manter a atual assessoria, nem estou prpondo a troca, mas lembrando à todos que façam a discussão de forma ampla e negociada com a base. O Estatuto embora arcaico, se respeitado garante a decisão em Assembléia.