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terça-feira, 29 de março de 2011

Governador tucano do Paraná imita Serra e persegue mídia alternativa

Não é por “problemas técnicos” que, volta e meia, o blog do jornalista Esmael Morais sai do ar. O site, um dos mais influentes do Paraná, sofre ataques à margem da lei por parte do governador Beto Richa (PSDB), que não suporta a publicação de nenhum tipo de crítica ou mesmo notícia que lhe seja desfavorável.

Richa promove uma versão alternativa do modo tucano de reprimir jornalistas independentes. O expoente maior dessa tradição é o ex-governador José Serra. Se um jornalista da grande mídia o incomoda com perguntas indesejáveis, Serra não pensa duas vezes: telefona para o dono da empresa e pede a demissão do desavisado entrevistador.

No caso dos blogueiros — que não têm patrão —, o ex-governador se limita a lançar infâmias contra eles, tachando os blogs progressistas de “falanges do ódio”, “sujos”, entre outros rótulos. Beto Richa também partilha da estratégia de patrulhar a imprensa e ofender a blogosfera — mas, como não tem tanto apoio midiático quanto Serra, faz parcerias é a com a Justiça.

Um tema particularmente constrangedor para o tucano — e corajosamente denunciado pelo Blog do Esmael — diz respeito ao chamado Comitê Lealdade. Em 2008, quando Richa disputou a reeleição à Prefeitura de Curitiba, o PRTB decidiu apoiar Fabio Camargo (PTB). De uma hora para outra, 23 candidatos a vereador do partido desistiram da candidatura, anunciaram uma inusitada dissidência e organizaram a fundação de um comitê em apoio a Richa.

Soube-se, meses depois, que a adesão foi paga com "Caixa 2" (dinheiro não declarado à Justiça Eleitoral) e cargos na gestão municipal. O chefe do esquema era Alexandre Gardolinski, que foi pessoalmente indicado por Richa e se responsabilizou pelos pagamentos — em espécie. O Comitê Lealdade parecia funcionar como fachada.

Em depoimento ao Ministério Público Regional Eleitoral do Paraná, o empresário Rodrigo Oriente — um dos arrecadadores do Comitê Lealdade — denunciou a participação pessoal de Richa na negociata. O órgão confirmou a existência de "Caixa 2", mas inocentou o prefeito — apesar de a Resolução 22.175/2008 do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) dizer que “os candidatos são responsáveis solidários por qualquer informação ou ilegalidade” na campanha.

Em 2010, depois de renunciar ao cargo para concorrer ao governo estadual, o tucano tentou emplacar na campanha a fama de “gestor moderno”. Mas a marca mais notória de sua candidatura foi a ofensiva judicial para proibir a divulgação de todas as pesquisas de intenção de votos que mostravam seu adversário, Osmar Dias (PDT), na liderança.

Ao mesmo tempo, Richa desencadeou a perseguição a jornalistas independentes e à mídia alternativa. “Ele já me tirou do ar duas vezes. A censura ao blog começou durante a campanha de 2010”, diz Esmael. O blog reconstituía as denúncias do Comitê Lealdade e refrescava a memória do eleitor paranaense. “Não fui só eu que disse que houve desvio de dinheiro para comprar políticos. As acusações apareceram até no Fantástico e derrubaram integrantes do alto escalão da Prefeitura.”
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Fonte: Portal Vermelho

Um comentário:

Guaracira disse...

Infelizmente em pleno seculo XXI ainda nos deparamos com atitudes retrógradas, déspotas, pobres de espírito como esta do Beto e Cia.

Esmael, continua tua luta, pois este é o papel fundamental de qualquer jornalista que se preze: denucniar, apontar, informar sobre tudo e todos quanto possível, sempre com lisura, imparcialidade, transparência, como é teu caso.

Analogamente e não por acaso, enquanto lia a materia me veio a mente fato ocorrido aqui na UFPR, com a destituição de CD do colega Valter simplesmente por ter discordado do reitor Zaki, simplesmente por ter manifestado apoio à jornada de 30 horas, pleiteada há muito pelos servidores das IFES.

Mera coincidência???
Penso que não....afinal ambos os chefes pertencem ao PSDB.
Será que isso não quer dizer nada???