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quarta-feira, 28 de julho de 2010

Fábulas cabulosas: o rolo da língua

Mais uma da série iniciada com a história do Jacaré Bibin-ho e o Sapo Saissemo.

O corretor Oirson V. de M. ficou olhando o açougueiro empacotar cuidadosamente suas compras. Quando o açougueiro Maximiliano Octarius já estava absorto no empacotamento, Oirson mexeu acintosamente na carteira e disse, pesaroso: "Xi, seu Octarius, estou sem um níquel, depois eu pago." Octarius já conhecia Oirson e disse: "Não faz mal, doutor Oirson, eu aceito um cheque."


Oirson fez uma expressão ainda mais pesarosa: "Seu Octarius, pois não é que deixei tudo em cima da cama, na hora de sair? Mas, olha, de tarde mesmo passo por aqui e pago."

O açougueiro fez um ar de desespero e disse, botando a mão no embrulho: "O senhor vai perdoar, doutor Oirson, mas da última vez que ficou devendo levou três meses pra me pagar. Não posso fiar, não; eu vivo disso".

Oirson botou também a mão em cima do pacote: "Olha, seu Octarius, o senhor sabe como eu sou supersticioso. Crente. Boto a mão aqui como se fosse na Bíblia(1). Juro que volto com o dinheiro logo depois do almoço. Se não voltar, quero que me caia a língua!”

Oirson falou com tal sinceridade que o açougueiro Octarius não teve jeito. Tirou a mão de cima do embrulho e deu de ombros, aborrecido, como quem diz “Tá bem!”. Oirson saiu do açougue, dobrou a esquina e, ali mesmo, abriu o pacote de carne. No meio do acém, das maminhas(2) e das costeletas estava a língua. Pegou-a e deixou-a cair no chão.

MORAL: TEM GENTE SINCERA E TRANSPARENTE.

(1)Há gente que bota a mão na Bíblia como se a pusesse sobre um bife.
(2)Maminhas lembram pequenas mamatas.
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Fonte: com contribuição de seu M. de F.

Um comentário:

MEDEIA disse...

Quem ta acostumado a so ficar no blá, blá, blá, como essa turma de Diretores do Sinditest, um dia acbará perdendo a língua, porque não tem OCTARIUS que se perpetuem, visse sr. OIRSON V. M.!
Aliás, ao que parece os Paratodistas já estão se perdendo nas mentiras, enrolações e acusações falsas.