Na Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), grande parte das graduações está associada à matriz produtiva regional, enquanto alguns dos cursos mais tradicionais, como direito e pedagogia, foram adaptados à realidade e às demandas das comunidades que as orbitam.
Com início das aulas marcado para agosto, a Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila), sediada em Foz do Iguaçu (PR), na fronteira com Paraguai e Argentina, ambiciona se tornar polo de conhecimento do continente.
Com uma proposta multicampi, a UFFS tem sede em Chapecó, oeste de Santa Catarina, e unidades em Laranjeiras do Sul e Realeza, no sudoeste do Paraná, e em Cerro Largo e Erechim, norte do Rio Grande do Sul.
A mesorregião é composta por cerca de 300 cidades - a maioria delas com menos de 20 mil habitantes -, caracterizadas por forte atividade agropecuária, do pequeno produtor a grandes empreendimentos do agronegócio e indústrias de alimentos.
Com base nesse perfil, a maioria das graduações foi desenhada para contemplar o setor: agronomia, desenvolvimento rural, gestão agro-industrial, nutrição, veterinária e três modalidades de engenharia (de alimentos, ambiental e de energias renováveis). O foco acadêmico na economia regional estimulou filhos de trabalhadores e proprietários rurais, que somam atualmente quase 25% dos 2 mil matriculados da UFFS, dos quais 89% são egressos de escolas públicas.
"Muitos jovens de Chapecó e pequenas cidades da região saíam para cursar uma universidade, porque não tinham opção, e muitas vezes não voltavam, aí perdíamos gente para ancorar um trabalho técnico-científico na região. Isso deixa de acontecer com a interiorização da universidade", avalia Geruza D"Avilla, diretora de assuntos estudantis da UFFS.
O vice-reitor, Jaime Giolo, explica que a criação da UFFS é demanda antiga de movimentos sociais, prefeituras e empresas da região. Segundo ele, "o acesso ao ensino superior no interior nunca favoreceu a grande massa de pessoas, seja da agricultura familiar ou do operariado urbano, que não pode pagar mensalidades. Atualmente, 46% dos alunos da UFFS têm renda familiar de um a três salários mínimos, e 29%, de três a cinco mínimos".
------------------------------
Fonte: Valor Econômico
Nenhum comentário:
Postar um comentário