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quinta-feira, 3 de junho de 2010

Em clima fraterno, CONCLAT aprova Agenda da Classe Trabalhadora

O Pacaembu lotou mesmo na terça-feira (1/6) para a 1º Conferência Nacional da Classe Trabalhadora (CONCLAT), convocada pelas cinco principais centrais sindicais do País - CUT, Força Sindical, CTB, Nova Central e CGTB. Cerca de 30 mil militantes compareceram ao evento unitário, que destacou a luta por um novo projeto nacional de desenvolvimento, com soberania, democracia e valorização do trabalho.

O sindicalista Hugo Perez, idealizador da primeira Conclat, em 1981, estava lá, vestindo a camiseta daquele encontro histórico há 29 anos. A delegação da CTB do Pará veio cantando: "É tucupi/É tacacá/Chegou a CTB do Pará".

De Curitiba saíram 3 ônibus lotados de ativistas da CTB-Paraná, a maioria composta por operários da fábrica Kraft da CIC, somando-se a outros vindos dos sindicatos de trabalhadores rurais mobilizados pela FETAEP. Com alegria, por verem finalmente vingar uma proposta - a realização dessa Conferência unitária dos trabalhadores - que originalmente foi proposta pela CTB, em seu Congresso de fundação, em 2007.

Teve garoa e frio, e até uma equipe do Programa CQC apareceu. Nada tirou o entusiasmo da imensa massa militante presente no estádio que é mais conhecido pelas exibições futebolísticas do Corinthians Paulista.

O clima era de confraternização entre as Centrais CUT, Força, CTB, Nova Central e CGTB - e de companheirismo entre as delegações que foram se espalhando pelas arquibancadas. Nenhum incidente foi registrado, e os oradores foram se sucedendo, por entidade, cada qual mandando seu recado. Obrigatório registrar que, ao contrário da versão que setores da mídia tentaram passar, não houve um único gesto partidário e não se viu bandeira de nenhum partido, embora parlamentares de diversas siglas circulassem pelo local. Aliás, os órgãos da mídia grande - Globo, Estadão, Folha de S. Paulo, essa rede burguesa que se apelida de PIG ("Partido da Imprensa Golpista") - venderam versões tentando desmoralizar esse histórico evento sindical, por saberem o quanto a unidade dos trabalhadores assusta as classes abastadas. A Gazeta do Povo não informou nada aos paranaenses...

Para o consultor sindical João Guilherme Vargas Netto, um evento como a Conferência, com tamanha dimensão, representatividade e unidade na prática, só poderia acontecer no Brasil hoje devido à maturidade alcançada pelo movimento sindical.

E não teve política? Teve, na medida em que todos os presidentes de centrais - Artur, Paulinho, Wagner, Calixto e Neto - destacaram as conquistas e avanços dos últimos anos e rechaçaram qualquer possibilidade de retrocesso político no País. Também falaram representantes do Movimento dos Sem Terra (MST) e do Fórum Sindical dos Trabalhadores (FST), indicando o caminho do avanço.

Agenda da Classe Trabalhadora
Por volta das 13h30, os 30 mil sindicalistas, de 4.500 entidades de todo País, aprovaram por unanimidade um extenso documento de 249 itens, com seis eixos estratégicos, anteriormente discutido pelas centrais, com suporte do Dieese. Clique aqui para ver uma exposição em vídeo sobre os seis eixos.

O documento é a plataforma da classe trabalhadora. Será, primeiramente, entregue a todos os candidatos a Presidente da República. Mas a Agenda da Classe Trabalhadora para o Desenvolvimento será enviada também a cada membro do Congresso Nacional. Como plataforma de luta dos trabalhadores, esse documento serve também para nortear o movimento sindical no próximo período, seja nas ações de base seja nas grandes movimentações nacionais.
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Fonte: com informações de DIAP e Agência Sindical

3 comentários:

Milton-UFPR disse...

Essas centrais estã formando uma nova classe: a do sindicalista- milionário-boa-vida. E tem vários hoje em dia...

Dodo disse...

Caro Sr. Milton, é impressionante a sintonia entre sua opinião e a dos grandes jornalões da burguesia paulista, expressando horror e asco diante do mero fato de sindicatos e centrais empregarem os recursos dos filiados para organizar a luta dos trabalhadores. Mas eu acho mesmo é que você leu o editorial da Folha de S. Paulo de ontem e só repetiu aquela opinião conservadora, reacionária, aqui.

Luis Otávio disse...

Se o Milton pensa assim então não faz sentido defender da forma que defende os seua amigos que estão no sindicato há tanto tempo. Será que ele é louco?