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quinta-feira, 10 de junho de 2010

A CONCLAT da unidade dos trabalhadores e o "Conclat" do racha

No primeiro dia de junho deste ano, cerca de 30 mil trabalhadores(as), ligados a 4.500 entidades sindicais, compareceram ao estádio do Pacaembu (São Paulo), atendendo ao chamado das centrais CTB, CUT, Força Sindical, CGTB e NCST. Esse conjunto de entidades e centrais representa aproximadamente 90% do movimento sindical brasileiro. Nessa Conferência da Classe Trabalhadora (CONCLAT), aprovou-se ao final um documento consensual defendendo um Novo Projeto Nacional de Desenvolvimento, com ênfase na defesa da soberania do país e na valorização do trabalho.

A grande imprensa, como era esperado, fez a pior cobertura possível, tentando garimpar aspectos ruins na CONCLAT para vender a ideia de que teria sido evento político-eleitoral. Por trás desse esforço deturpador dos fatos, está o receio dos grandes meios de comunicação da burguesia diante do grau de unidade alcançado pelo movimento sindical, unidade que é a chave para maiores mudanças progressistas no país. Cabe aos sindicatos e centrais participantes da CONCLAT acionar seus veículos de comunicação para levar às bases a verdade do que foi a grande reunião do Pacaembu.


CONCLAT e "Conclat"
De outro lado, um pequenino setor do movimento sindical, dividido entre várias siglas, resolveu copiar a proposta de CONCLAT, e fazer outro evento, também em junho, com o fim de juntar essa multidão de micro-siglas em uma única "Central". Convocaram o encontro para 4-5 de junho, e o batizaram também de "Conclat", mas significando "Congresso nacional das classes trabalhadoras". A questão neste encontro era unificar a CONLUTAS (Coordenação Nacional de Lutas) com a articulação chamada "Intersindical" e outros movimentos menores.


Curioso foi que a CONLUTAS, sendo majoritária, na prática quis anexar a Intersindical e as profundas divergências entre eles se mostraram numa polêmica engraçada, em torno do nome a ser dado à tal nova "Central". Isso gerou um racha ao final do "Conclat". Das várias designações propostas: "Cocep", "Ceclat", "Conlutas-Intersindical", a maioria acabou aprovando o nome "Conlutas-Intersindical Central Sindical Popular". Por causa disto, os representantes da Intersindical se retiraram do encontro e racharam o "Conclat". A "nova central" assim formada é mais uma CONLUTAS recauchutada, admitindo não só grupos sindicais como também de movimentos estudantis e populares.


A vida de Brian
Essa briga por causa de um nome de central, dividindo setores já minúsculos do movimento sindical, faz lembrar um trecho do filme do grupo cômico inglês Monty Pithon, chamado "A vida de Brian". Ambientada na Palestina da época de Jesus, quando organizações de judeus resistiam à invasão pelos romanos, há um diálogo engraçadíssimo na plateia de uma arena de gladiadores. Brian quer entrar para a resistência aos romanos mas fica confuso diante das divergências figadais entre dois grupos - a "Frente dos Povos Judeus" e a "Frente Popular da Judeia". Parece que o Monty Python andou assombrando o "Conclat" da CONLUTAS, porque o som que saiu de lá foi o crack-crack das rachaduras...

Vida de Brian: "Frente Popular da Judeia, não! Nós somos a Frente dos Povos Judeus!"

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