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terça-feira, 2 de junho de 2009

A brutal perda de poder aquisitivo dos aposentados


Segundo cálculos da FAP/MG (Federação dos Aposentados e Pensionistas), quem se aposentou em 1998 com dez salários mínimos, começou recebendo R$ 1.200 (na época, o mínimo era R$ 120). Mantida a paridade, deveria receber R$ 4.650 hoje, mas com as correções diferentes, o benefício atual é de R$ 2.635,06, uma perda de 76,47%

Os aposentados e pensionistas pretendem reunir um milhão de ações na Justiça contra o fator previdenciário e pela criação de uma política nacional de recuperação do poder de compra do benefício. O movimento, encabeçado pelo Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos da Força Sindical, diz que as primeiras dez mil ações devem ser ajuizadas em meados de junho, em São Paulo.

De acordo com o presidente do Sindicato, João Batista Inocentini, dos 26,5 milhões de aposentados brasileiros, sete milhões foram prejudicados pelo fator previdenciário - regra criada em 1999 para inibir aposentadorias precoces. Quem se aposenta antes da idade mínima (60 anos para mulher e 65 anos para homens) tem redução média de 40% no valor do benefício. Os aposentados entendem que a regra é inconstitucional.

Outros 16,5 milhões sofrem com a defasagem do benefício. Desses, 8,5 milhões ainda recebem mais que um salário mínimo e oito milhões recebiam acima do piso quando se aposentaram e hoje recebem um salário mínimo. A diferença acontece porque a correção do piso salarial do país é sempre maior do que a da aposentadoria. Este ano, o mínimo subiu 12,04% e a aposentadoria, 5,92%.

Inocentini afirma que a ideia não é vincular a correção do benefício ao mínimo, e sim criar um indicador próprio para reajustar as aposentadorias. "Se o índice for o mesmo, só vai corrigir daqui para frente, não vai recompor as perdas que já tivemos", explica. Esse índice deve ser baseado nos custos de vida do aposentado. De acordo com Inocentini, foi elaborada uma lista com cem itens que vão desde os gastos com a casa (luz, água, telefone, gás) até itens de saúde (plano de saúde, medicamento de uso contínuo, óculos, dentista). "Não tem como o aposentado fugir desses gastos. E todos eles sobem mais que o INPC", diz.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) é normalmente usado para basear os reajustes dos benefícios. A campanha do Sindicato já foi lançada em outras cidades, principalmente as do Sul e Sudeste, regiões que concentram 85% dos aposentados e pensionistas que recebem mais que um salário mínimo.

A ideia é que os aposentados procurem os sindicatos da categoria em cada cidade para ajuizar ações individuais, mas que serão encaminhadas coletivamente à Justiça. "Um milhão de processos até dezembro é uma forma de pressionar o governo a negociar", afirma.

Para o ministro da Previdência, José Pimentel, o fator previdenciário é constitucional e, por enquanto, não deve acabar. Estranha posição de alguém que pertence ao PT, partido cujo programa pretendia defender todos os trabalhadores, ativos ou aposentados.


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Fonte: com informações do DIAP e FNA

3 comentários:

Maria disse...

Que eu saiba foram duas aposentadas pro congreso da Fasibra, mas até agoa não vi nada do que aconteceu lá elas não contaram nada. Quando vão informar?

Anônimo disse...

Que eu saiba o sindicato faz grpo disto e daquilo e nao resove nada.

Rita de Cassia disse...

Motivos não faltam pra que se lute bravamente pra manter a paridade de ativos e aposentados.
Esta postagem é a prova do risco que corremos.
Preocupante é saber que a atual diretoria do Sinditest não manifestou qualquer preocupação sobre o assunto.