"Diante da restrição fiscal crescente, os reajustes a servidores públicos prometidos a partir de julho, por exemplo, deveriam ser postergados, a fim de evitar novos cortes nos investimentos programados ou uma deterioração ainda maior do déficit público." Essa é a cantilena de um dos jornais da grande burguesia paulista, a "Folha de São Paulo", em matéria publicada no sábado, 27/6.
A "Folha" - jornal cujos donos já serviram a interesses da ditadura militar nos anos 70 e hoje faz profissão de fé para eleger o governador paulista José Serra presidente da república - expõe pela enésima vez a cantilena liberal de que o governo precisa conter os ditos "gastos" públicos, especialmente com folha salarial. Neste momento em que o Presidente Lula parece sinalizar a seus ministros que paguem o reajuste devido em julho, a grande imprensa verbaliza a contrariedade do sistema financeiro.
O jornal reclama que o governo federal reduziu a "reserva de caixa para banqueiro", o chamado superávit primário, já no primeiro parágrafo da mesma matéria, onde se lê:
"A fim de atenuar as repercussões da crise internacional sobre a economia brasileira, o governo federal reduziu a meta de superávit primário (recursos poupados para abater a dívida pública) no início do ano. A meta de todo o setor público passou de 3,8% do PIB para 2,5%." E que, como as contas públicas no momento estão sofrendo um aperto para fecharem, quem deve ser sacrificado é o bolso do servidor, em nome da "preparação para o futuro".
Portanto, mesmo com notícia recente reproduzida aqui mesmo, que diz que Lula não quer adiar o reajuste, todos devemos saber que a pressão dos ricos e poderosos do sistema financeiro é muito forte. E é mais: é diária, nos jornais, TVs e rádios. O movimento sindical precisa estar sempre pronto para levantar sua voz para fazer o contraponto às investidas da classe dominante brasileira.
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