Rede Globo cria alarmismo absurdo na população
Escrevo esta postagem por dois motivos. Um, porque se trata de um blog que trata de temas ligados a um centro de ciência do país, a UFPR, na qual grande parte de servidores trabalha com questões da área da Saúde. Em segundo, para chamar atenção a mais um exemplo do poder da mídia grande de infundir alarme e mobilizar setores numerosos da população a serviço fundamentalmente de interesses políticos dessa mídia e seus aliados, não os da Saúde Pública.
Quem viu ontem as matérias da Globo (tv aberta e tv paga) sobre o alegado "surto epidêmico" de febre amarela, ficou dez ou mais minutos diante da tevê ouvindo apresentadores e comentaristas falando só da doença, predominando o tom de alarme, enquanto se mostravam filas enormes de pessoas nas cidades procurando se vacinar, independentemente de se iam ou não para áreas de mata onde há o mosquito transmissor do vírus. Pareceu clara a intenção da Globo de acuar o governo federal e o Min. da Saúde contra uma suposta incapacidade de conter a doença, buscando indispor o povo contra o governo Lula.
No entanto, quem tenha conhecimento mínimo sobre febre amarela, sabe que esse repentino "tropel" de uma enorme quantidade de gente para se vacinar não tem racionalidade. A não ser que de súbito o país esteja repleto de milhões de pessoas que vão, todas elas, nas próximas semanas, trabalhar ou passear no mato das regiões onde tem mosquito! Vai haver mais problemas de saúde por tomar a vacina sem necessidade objetiva (efeitos colaterais, situações contra-indicadas) do que doentes reais por febre amarela!
Então, vale a pena tomar vacina... a vacina contra as mentiras e manipulações interesseiras da informação por parte da grande imprensa.
Para corroborar este ponto de vista, reproduzo aqui trechos de entrevista com um médico especialista em infecções, da Universidade Federal de São Paulo, publicada pelo Portal UOL News :
Febre amarela: Em centros urbanos, "risco de contaminação é zero", diz infectologista
UOL News - 14/01/2008
Desde o começo do ano, o Brasil registrou 24 casos suspeitos de febre amarela, 17 deles ainda estão sob investigação. Outros dois casos foram confirmados e uma das pessoas contaminadas morreu. O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, afirmou não haver risco de epidemia, mas ainda assim, a procura pelos postos de vacinação aumentou até cinco vezes em diversas cidades do país. Em entrevista ao UOL News, o infectologista Celso Granato, chefe do laboratório de virologia da Escola de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) afirmou que o risco de uma pessoa ser contaminada em áreas urbanas "é zero" e aconselhou a vacinação apenas para quem tiver contato com áreas de risco.
"O número de casos é pequeno, muito menor do que tem acontecido em anos passados e são casos de pessoas que estiveram em região de mata, não estamos tendo casos de pessoas que permaneceram na cidade. A chance de uma pessoa de São Paulo ter febre amarela sem sair da cidade e ir para uma região de mata é zero", afirmou Granato.
A recomendação de Granato é manter-se protegido ao visitar "certas regiões do Mato Grosso e da Amazônia brasileira" e outras áreas indicadas pelas autoridades. "Indivíduos com problemas de alergia à vacina, mulheres grávidas ou quem tenha algum grau de imunodeficiência não devem tomar a vacina. Não é uma vacina para ser tomada à toa", disse o especialista.
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2 comentários:
Pertinentes as colocações sobre o tema emuito bem associadas com a atual diretoria do Sinditest-pr.
Aproveito para colcaborar incluindo mais umanoticiazinha sobre tão alardeante tema: FEBRE AMARELA".
São absurdos atrás de absurdos...
O pior é que a população menos esclarecida e até mesmo aqueles que seacham "doutores" no assunto, entram nessa verdadeira comoção!
Brasil deixa de exportar vacina para garantir estoque
O Brasil suspendeu a exportação de vacina contra febre amarela para garantir o abastecimento nacional. A decisão foi tomada já no fim de 2007 - duas semanas antes de o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, convocar rede nacional de rádio e TV para dizer que não há risco de epidemia -, depois da notícia do número de mortes de macacos em regiões de risco da doença.
Além disso, o Brasil fez, por meio da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), uma consulta a países próximos para um eventual empréstimo de suprimentos, como "medida preventiva". Maior produtora mundial de vacina contra a febre amarela, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) exportou, em 2007, 15,5 milhões de doses para mais de 30 países. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Também entendo como criação de pânico irracional essas notícias sobre alguns poucos casos de febre amarela. E esse alarmismo artificialmente criado aqui dentro é repercutido no estrangeiro, como aparece numa notícia de ontem da Agencia Reuters:
"MILHÕES NO BRASIL BUSCAM VACINAÇÃO COM MEDO DA FEBRE AMARELA
[http://www.alertnet.org/thenews/newsdesk/N15407443.htm]
15 Jan 2008 13:21:22 GMT
Reuters
by Isabel Versiani
BRASILIA, Jan 15 (Reuters) - Milhões de brasileiros fazem fila nos hospitais e clínicas para receber vacinação contra febre amarela enquanto mortes e casos suspeitos alimentam medo de ressurgimento da doença mortal.
A morte de um homem em Brasilia na semana passada causou preocupações de que a febre amarela possa atingir centros urbanos, dos quais ela foi erradicada nos anos 1940.
O governo negou que o país esteja diante de uma epidemia, que é transmitida por mosquitos, mas as autoridades estão avisando turistas que visitarão florestas, parques nacionais e áreas rurais do Brasil para que vacinem-se pelo menos 10 dias antes de viajar."
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