Reunidos na quinta-feira (10/1), na sede nacional da CUT em São Paulo, dirigentes das centrais CUT, Força Sindical, Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), União Geral dos Trabalhadores (UGT), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) e Nova Central Sindidal dos Trabalhadores (NCST) aprovaram realizar ações conjuntas em defesa dos recursos dos programas sociais e da manutenção dos acordos firmados com os servidores públicos - garantindo os reajustes e a realização de concursos para novas contratações. A decisão das centrais é uma resposta a pressões da mídia e a ameaças de setores do próprio governo de que tais cortes seriam necessários após o fim da CPMF.
''Cortes? Só no superávit primário e na especulação financeira'', repetiam os sindicalistas. Eles defendem que o Estado tem o papel de alavancar o desenvolvimento, não podendo abrir mão de recursos fundamentais para o atendimento das necessidades da população brasileira. Diante da queda de braço e das versões enganosas da grande mídia, as Centrais pretendem mobilizar a sociedade, reapresentando ao Governo e ao Congresso Nacional sua proposta de Reforma Tributária, formulada durante a Jornada pelo Desenvolvimento com Distribuição de Renda e Valorização do Trabalho.
Sem pressão desde a base não se garantirá uma reforma de impostos diretos que taxem os mais ricos, como a constituição de uma nova estrutura da Tabela de Imposto de Renda e o aumento do inexpressivo Imposto Territorial Rural. As grandes heranças e o Imposto sobre Grandes Fortunas fazem parte também dessas medidas.
Na avaliação de Antonio Carlos Spis, membro da CUT e da Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS), ''esta ação unitária é decisiva para fazer frente à campanha depreciativa e de desinformação feita pela mídia, que quer impor sua pauta contra o projeto político em curso, o que provocaria um retrocesso''. ''Não vamos admitir em hipótese alguma a retirada de recursos das áreas sociais. A redução do superávit primário é a melhor alternativa, assim como maior taxação dos especuladores'', acrescentou.
Nos comentários das grandes redes de jornais, rádios e TVs, cada vez mais fica notório o esforço para pressionar o governo no sentido de que promova cortes nos direitos sociais, se prejudique o salário mínimo e os servidores públicos, a fim de que as forças conservadoras possam colher frutos nas próximas eleições. Carlos Rogério, dirigente da recém-fundada Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB), denuncia: ''A mesma mídia defensora do projeto neoliberal de Fernando Henrique, que quebrou o Estado e inviabilizou seu papel de indutor do desenvolvimento, agora quer semear mais confusão entre governo e trabalhadores, engrossando a campanha para que acordos com o funcionalismo sejam descumpridos''.
Engrossando o movimento das Centrais Sindicais, outras entidades - entre elas, UNE, MST, CNBB - publicam um Manifesto chamado "Por uma Reforma Tributária Justa", buscando envolver mais setores que pressionem o governo a não ceder à algazarra neoliberal de tucanos, DEMos, Leitões e Jabores.
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