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terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Leite azedo na Maternidade do HC da UFPR

Se você é técnico e quer fazer um curso para melhorar sua capacitação ou instrução formal, terá o apoio da chefia para isso, inclusive adequando horário de trabalho, certo? Errado, se você trabalhar no HC, mais especificamente na Maternidade. Mais espeficicamente no Banco de Leite Humano. 

No Banco de Leite do HC, que trabalha com esse elemento tão essencial para o crescimento do ser humano, a chefia local se compraz em agir contra o crescimento educacional de seus servidores. Mais um caso de assédio moral. Um caso a mais, no HC... e sob a cobertura de uma “política” de RH que não está nem aí para o “H” do “R”. 

A nutricionista Débora Salles, servidora estatutária há 3 anos trabalhando no Banco de Leite, cometeu o “abuso” de começar um curso de especialização de curta duração, e para isso pediu à chefe do Banco, Celestina, um horário especial de trabalho, com base em prerrogativa legal para quem trabalha e estuda. O que obteve da celestial Celestina? Intransigência e a indicação da porta da rua do Banco, pior ainda sob o endosso das chefes da Maternidade, Sandra e Adelaide, e dessa “política de RH” da UFPR. Mas, Celestina, contam alguns servidores, já é velha conhecida de outros carnavais por sua prática autoritária, tratando o Banco de Leite como se fosse seu feudo. Débora foi excluída da lotação onde sempre gostou de trabalhar, posta em disponibilidade e forçada à desanimadora rotina de diariamente ir à UAP para assinar o ponto, sem poder fazer nada. 

Reconhecendo-se vítima de assédio moral, Débora buscou defender-se ante instâncias do HC e UFPR, como CoAd e PROGEPE, argumentando apoiada em dispositivos legais e outros casos similares com parecer favorável ao técnico estudante. Não obteve resposta. As chefias se fecham em copas e dizem para ela não criar caso para que a situação não piore... 

O novo Plano de Carreira dos técnico-administrativos (PCCTAE), implantado em 2005, tem como um de seus pilares o estímulo para que o servidor busque cada vez mais a formação, seja apenas para seu crescimento pessoal seja para que adquira conhecimentos a ser empregados diretamente no serviço da Universidade. Isto parece algo mandatório, e mesmo óbvio, em se tratando de pessoas que trabalham numa instituição pública cujo objeto é a Educação! Não obstante, quando uma servidora procura seguir essa diretriz do PCCTAE, seu intento é rudemente podado. 

E mais: na greve de 2011, um dos itens da pauta local era a ampla discussão a ser feita entre PROGEPE e técnicos sobre a política de gestão de RH na UFPR. Ora, a quantas anda isso? Parece que não anda, e enquanto isso mais casos de “indi-gestão” de RH acontecem, como nesse evidente episódio de assédio moral dentro do Banco de Leite do HC. É questão também para a nova diretoria do Sinditest cobrar da Reitoria e PROGEPE. 

A servidora Débora está compreensivelmente abatida e desestimulada, pelo modo insensível como foi tratada e pela situação em que se encontra, mas procura resistir. Da parte deste Blog, ao publicar este caso, damos a ela toda a solidariedade e apoio, que cremos também obterá da direção do Sinditest. A resistência dela e ações coletivas de enfrentamento da praga do assédio moral darão ânimo a outros/as servidores/as que também padecem da mesma opressão mas conformam-se, com medo de sofrerem o pior dentro do maior hospital do Paraná.

8 comentários:

Guaracira disse...

É lastimável que mais uma caso de assédio venha à tona. Aliás, eles devem mesmo vir à tona. O lastimável é que isso continue acontecendo. Não podemos admitir que essa truculência continue dentro da centenária UFPR, sem que os responsáveis sofram quaisquer punição e responsabilização.
Quem pensam que são? Será que o simples fato de estar em uma chefia lhes deixa menos humanos? Menos sensíveis? Pior, menos cumpridores das leis? Sim, porque horário especial para estudante tem amparo legal, ainda mais dentro de um hospital que funciona 24 horas - muito mais fácil de acomodar o cumprimento da carga horária.

Já vimos alguns casos acontecer, principalmente com colegas da FUNPAR e as chefias e mesmo a administração do HC e UFPR apelam e terrorizam ameaçando a pessoa para "deixar como está senão pode piorar". Ora, o que pode ser pior do que essa truculência e abuso de poder???
Há que se punir essas chefias e encorajar a todos os colegas que sofrem ou sofreram assédio tornem público. Somente desta forma poderemos combater essas práticas tão fora de moda, tão grotescas e improdutivas!

Sofia disse...

Nao posso acreditar no que estou vendo!!!!! Passei exatamente por isso e acabei desistindo de estudar para nao perder o cargo, ameaçada que fui pela "chefa". Sou solidaria a esta servidora, e acho q ela deve fazer aquilo que nao fiz: denunciar!!! Boa sorte e fique firme!!!!

Rita de Cassia disse...

Isso não é novidade no HC e em quase toda a universidade. Espero que o sinditest dessa vez não se limite a fazer uma cartilha e dar um curso sobre assédio. As pessoas já sabem o que é e vivem isso no seu dia a dia.
O que precisamos agora é de uma ação efetiva ou tudo fica como sempre esteve.

Anônimo disse...

Palhaçada da chefia.
O sindicato deve cair em cima e a servidora deverá abrir processo por danos materiais e morais.
Além de já ficar dois anos sem aumento ainda temos que aturar chefias incompetentes que se escondem atrás de seu cargo de confiança....é o fim da picada....

Maria do Perpétuo Socorro disse...

Infelizmente acontece, em 2009 sofri assédio moral dentro da UFRJ no IMA, por parte da minha ex-chefe e da assistente da direção, foi extamente por causa de um curso de capacitação, na época não me dei conta, eu só recebi autorização para fazer o curso seis meses depois e com resalva. Graças a Deus terminei o curso e ambas sairam do setor.

Sebastião disse...

Toda essa discussão só tem um culpado. A PROGEPE que não tem uma definição clara sobre a Politica de Capacitação e um plano de afastamentos e compatibiliozação de horários para que os servidores possam atingir uma qualificação apropriada de acordo com o previsto na LEGISLAÇÃO VIGENTE.
Quando as promoções forem por mérito e não conchavos políticos, as coisas podem ser que melhorem. Para isso teremos que arcar com uma dose enorme de paciência, pois vontade política não vemos tão próximo.

Debora Salles (debora_salles@ufpr.br) disse...

Olá, sou a Débora do relato acima... obrigada pessoal pelo apoio e divulgação...
Gostaria apenas de deixar claro que, se instâncias como UAP, COAD e Progepe de nossa Universidade tem se mantido surdas e mudas em relação ao meu caso, órgãos como o Ministério Público e Delegacia Regional do Trabalho estão bastante interessados. Além do atendimento excelente, a certeza de que atos de impunidade como os praticados num claro desrespeito a uma lei civil, não ficarão sem resposta.
Todas as providências administrativas possíveis foram tomadas, e tenho certeza de que a justiça será feita. E vale dizer que apenas sigo orientação da celestial Celestina, que disse "vá procurar seus direitos, caso ache que os tenha"...
Enquanto isso, convido a todos para comemorar meu 3º mês de aniversário de "à disposição na UAP"... afinal, talvez essa seja a licença prêmio que eu mereço... e que provavelmente não ganharia de outra forma.

Debora Salles disse...

Por Celestina Grazziotin.

O texto refere-se a: O QUE AS ESCOLAS NÃO ENSINAM...DICAS DE BILL GATES! Pode ser encontrado no google.

Este cara tem coragem pra dizer o que muitos não querem ouvir. Quando um funcionário pergunta ao chefe: porque ele e não eu??? aqui está a resposta! Temos que ser "humanos",sim, mas numa empresa, seja qual for a sua característica, um gerente é um gerente, e um subordinado é um subordinado. Cada um tem que saber e cumprir seu papel. Em questões de trabalho, há que separar o "amigo" do"profissional"....Mas quem tem maturidade ou interesse que seja assim? As metas da empresa estão acima do interesse particular, é pra isto que estamos lá. Quem não se adapta deveria deixar seu lugar pra outro ocupar; No funcionalismo publico, é dificil gerenciar pessoas justamente porque, há os que não tem compromisso e se "agarram" na estabilidade do cargo; porque ha muitos que sabem reclamar de direitos que muitas vezes nem tem, mas as suas obrigações nem sempre estão dentro do esperado pela empresa. Quando é cobrado, a "vítima" se diz que "sofreu" assédio moral......Ai Bill Gates, disciplina, respeito, compromisso, é so o começo!
FIM

Bem, como se vê algumas pessoas ainda querem viver na época do Trabalho Escravo!!!
Direitos??? Ops, esqueci de citar que a criatura acima é "chefe", por isso, é claro, todo o textinho enfeitado e babado.
E disciplina, respeito, compromisso, neste caso, é pra ela, nao para os outros...
Vamos ver se diante de encontros futuros a conversa vai ser essa.

Nao tenho duvida alguma sobre meus direitos. (caramba celestina, tá precisando ler o nosso manual, porque de direitos vc nao entende nada mesmo!)
Nao tenho duvida alguma sobre minhas qualidades.
Nao tenho duvida alguma sobre minha capacidade profissional, alias um merito que conquistei em primeiro lugar em concurso publico.

Nada pior do que uma vida em decadencia: como a pessoa pode tornar-se brutal, imoral e inescrupulosa.

E projetar toda uma imagem de pessoa perfeita e sensivel (facebook aceita tudo) apenas mostra como a pessoa "foge" escrevendo coisas pra tentar provar pra si mesma que é boa...