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sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Livro-bomba: para entender o que é "roubo de gente grande"

Via revista CartaCapital

Não, não era uma invenção ou uma desculpa esfarrapada. O jornalista Amaury Ribeiro Jr. realmente preparava um livro sobre as falcatruas das privatizações do governo Fernando Henrique Cardoso. Neste fim de semana chega às livrarias “A Privataria Tucana”, resultado de 12 anos de trabalho do premiado repórter que durante a campanha eleitoral do ano passado foi acusado de participar de um grupo cujo objetivo era quebrar o sigilo fiscal e bancário de políticos tucanos. Ribeiro Jr. acabou indiciado pela Polícia Federal e tornou-se involuntariamente personagem da disputa presidencial [entre Serra e Dilma].

Na edição que chega às bancas nesta sexta-feira 9, CartaCapital traz um relato exclusivo e minucioso do conteúdo do livro de 343 páginas, publicado pela Geração Editorial e uma entrevista com o autor (reproduzida abaixo). A obra apresenta documentos inéditos de lavagem de dinheiro e pagamento de propina, todos recolhidos em fontes públicas, entre elas os arquivos da CPI do Banestado. José Serra é o personagem central dessa história. Amigos e parentes do ex-governador paulista operaram um complexo sistema de maracutaias financeiras que prosperou no auge do processo de privatização.

Ribeiro Jr. elenca uma série de personagens envolvidas com a “privataria” dos anos 1990, todos ligados a Serra, aí incluídos a filha, Verônica Serra, o genro, Alexandre Bourgeois, e um sócio e marido de uma prima, Gregório Marín Preciado. Mas quem brilha mesmo é o ex-diretor da área internacional do Banco do Brasil, o economista Ricardo Sérgio de Oliveira. Ex-tesoureiro de Serra e FHC, Oliveira, ou Mister Big, é o cérebro por trás da complexa engenharia de contas, doleiros e offshores [empresas fora do país] criadas em paraísos fiscais para esconder os recursos desviados da privatização.

O livro traz, por exemplo, documentos nunca antes revelados que provam depósitos de uma empresa de Carlos Jereissati, participante do consórcio que arrematou a Tele Norte Leste, antiga Telemar, hoje OI, na conta de uma companhia de Oliveira nas Ilhas Virgens Britânicas. Também revela que Preciado movimentou 2,5 bilhões de dólares por meio de outra conta do mesmo Oliveira. Segundo o livro, o ex-tesoureiro de Serra tirou ou internou no Brasil, em seu nome, cerca de 20 milhões de dólares em três anos.

A Decidir.com, sociedade de Verônica Serra e Verônica Dantas, irmã do banqueiro Daniel Dantas, também se valeu do esquema. Outra revelação: a filha do ex-governador acabou indiciada pela Polícia Federal por causa da quebra de sigilo de 60 milhões de brasileiros. Por meio de um contrato da Decidir com o Banco do Brasil, cuja existência foi revelada por CartaCapital em 2010, Verônica teve acesso de forma ilegal a cadastros bancários e fiscais em poder da instituição financeira.

Na entrevista a seguir, Ribeiro Jr. explica como reuniu os documentos para produzir o livro, refaz o caminho das disputas no PSDB e no PT que o colocaram no centro da campanha eleitoral de 2010 e afirma: “Serra sempre teve medo do que seria publicado no livro”.

CLIQUE AQUI para ler a entrevista no site de CartaCapital

PS: a grande mídia comercial - que em geral foi e é cúmplice do PSDB e do processo de privatização dos anos 90 - está noticiando pouco ou nada sobre o assunto.  Saiba mais acessando sites e blogs como: 


Blog do Miro (Altamiro Borges)
Viomundo (Luiz Carlos Azenha)
Blog da Cidadania (Eduardo Guimaraes)
Centro Barão de Itararé
Blog O Escrevinhador (Rodrigo Vianna)

4 comentários:

Romanus! disse...

Será que o Amauri Ribeiro Jr não poderia ceder alguns exemplares para o Betinho (Gov. Beto Richa)?
Talvez lendo esse livro o mesmo esquece a história da pseudo privatização da saúde através da OS - Organizações Sociais.
Esse país está perdido e precisa encontrar o rumo, senão a crise européia passa a ser sulamericana com epicentro no Brasil.

dirceu.... disse...

A o Amauri Jr esqueceu de colocar em seu livrinho um pequeno detalhe....."Vc está insinuando que o filho de Lula é sócio do Jereissati, o irmão do atualmente maior crítico do governo, Tasso Jereissati? Seria bem interessante, não?
Lulinha NÃO é o maior acionista da Oi/Telemar. É um fornecedor de serviços. Foi inteligente e inventou jogos para celular, que a Oi/Telemar, do Carlos Jereissati, comprou.
Seja vc também inteligente como ele, tenha uma boa idéia, venda-a e fique rico como ele ficou."

Concordo e assino embaixo!

Anônimo disse...

Antes chamavam de Privatizacao, agora eles chamam de concessão.... de aeroportos...
liberação de IPI so para industria automobilística porque sera hem .... deviam liberar o IPI de alimentos, ai sim eu acreditaria um pouco na seriedade desse povo...

Formiguinha!!! disse...

Tens razão Sr anônimo. Privatização agora é sinônimo de concessão ou na melhor das hipóteses uma PPP - Parceria Público Privada.
Acho que isso tudo vai acabar na "privada" e o povo, Ohhh!!! Ohhh! Que dóóóoóó...