A política brasileira é repleta de mitos que a grande imprensa e os defensores do neoliberalismo muitas vezes ajudam a reafirmar, perpetuando clichês e até mesmo propagando incorreções. O debate sobre o “déficit” da Previdência, por exemplo, padece dessa doença crônica, a ponto de a segunda palavra parecer, invariavelmente, ter de vir acompanhada da primeira. Mas será que, de fato, é déficit o que existe no sistema nacional de aposentadorias?
O Ministério da Previdência anunciou recentemente que o setor teria amargado R$ 2,7 bilhões de déficit em junho e R$ 22,832 bilhões no primeiro semestre de 2010.
Alguns veículos forçaram a mão dizendo que tais números demonstrariam um “rombo” nas contas. “Não há rombo nenhum”, respondeu o ministro Carlos Eduardo Gabas, em julho, quando do anúncio dos números da Previdência. O presidente Lula, por sua vez, afirmou que “é melhor a Previdência ter dívida do que um cidadão morrendo de fome”.
Em março, o presidente afirmou, ainda, que “se pegarmos o que pagam os trabalhadores e o que eles recebem, empata tudo. Não há déficit. Se você analisa tudo o que colocamos na Constituição, aí aparece um déficit de R$ 45 bilhões, que não é déficit. Foi uma decisão do Estado de fazer uma política de seguridade social para o povo mais pobre”.
Apesar disso, a cada anúncio das contas, o noticiário segue a toada histérica de que o sistema vai mal, beirando o abismo das contas públicas, ignorando assim o que, de fato, os números significam. É uma atitude deliberada da mídia ainda apegada às fórmulas neoliberais para "preparar o espírito" da opinião pública para uma nova reforma previdenciária, que essa mesma mídia defende e pressiona para que o Governo Federal faça, penalizando aposentados.
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Fonte: Portal Vermelho
2 comentários:
Mito que alimenta a mídia neoliberal e insufla a população contra os servidores públicos, pois atribui a estes a culpa pelo déficit, pelo buraco que na realidade não existe ou não é tão grande assim.
Lula não é mágico , não conseguiu resolver todos os problemas da população, é óbvio!!! Mas em grande escala atingiu os menos favorecidos e isto é um progresso. Só que a população não se compõe apenas de miseráveis e menos favorecidos, logo é preciso dar atenção às demais "castas", Taxar os mais ricos com impostos proporcionais a seus ganhos, paera que os pertencentes à classe média possam permanecer nela ou até mesmo subir. Não basta que os mais pobres tenham podido subir de classe, é necessário manter os que já alcançaram patamares bons, no mínimo, onde estão. Tá na hora de rever a tabela do IRPF, por exemplo, entre tantas outras ações.
Na iniciativa privada todos os meses o empregado paga 8% e o patrão mais 12%. Alem disso existe um teto para desconto independente do salário que a pessoa receba. No serviço publico nós pagamos 11% sobre todo o vencimento mas o patrão não deposita nada. Assim fica difícil fechar as contas. E o pior é que a imprensa ainda diz que somos nós que estamos quebrando a pevidencia. Mente pras pessoas dizendo que não pagamos nada e ainda ficamos com o salário integral na aposentadoria.
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