Dentre os principais grupos que apresentam suas propostas para o Congresso da FASUBRA, apenas a CSC/CTB faz a defesa enfática da unicidade sindical, contra a adoção da Convenção 87 da OIT (Org. Internacional do Trabalho). O Coletivo "Tribo" e o conglomerado "Vamos à Luta" apóiam a Convenção 87, que segundo eles estabelece a "liberdade de organização sindical".
"Liberdade" de organização para quê? Para que seja permitida a existência de mais de um sindicato na mesma base de trabalhadores, e que a lei não exija que haja um único sindicato na mesma base. Assim, ficaria facultado aos trabalhadores da base filiarem-se ao sindicato que preferissem. Imagine-se no caso do Sinditest, onde existe disputa política às vezes acirrada entre vários grupos de situação e oposição: a Convenção 87 poderia permitir que existisse o sindicato comandado pelo grupo A, outro dirigido pelo grupo B, outro pelo C, etc.
Ou seja, a Convenção 87 permite a "liberdade" de dividir a luta dos trabalhadores na base, de fragmentá-los em várias entidades, o que certamente enfraquece o movimento. Isso já acontece em alguns países que adotam a convenção 87 e a realidade de divisão na base se estabeleceu, para alegria dos patrões, que então podem escolher sempre negociar os salários com o sindicato que seja mais "bonzinho". Porém, para o patronato, eles são mais espertos em preservar seu sindicato único.
No caso da cúpula do movimento, a realidade de várias centrais sindicais atuando já existe há muitos anos e, de dois anos para cá, o governo resolveu reconhecer as centrais. As centrais que atenderam a critérios do Min. do Trabalho são a CTB, a CUT, a Força Sindical, a NCST, a CGTB e a UGT. Intersindical e Conlutas são outras duas articulações também existentes, mas não foram reconhecidas oficialmente. As Centrais podem se entender para promover ações conjuntas, como aconteceu recentemente nos protestos do dia 30/03 contra a crise mundial. Ou seja, a unidade na cúpula e nas bases sindicais acaba acontecendo em ações práticas.
Por isso, entendemos que - para assegurar a unidade dos trabalhadores em cada base - é fundamental preservar a unicidade sindical e rejeitar a Convenção 87. Nas cúpulas, as Centrais podem se entender mantendo um Fórum de diálogo permanente. Por isso, não vemos como um problema, mas como um desafogo, a FASUBRA desfiliar-se da CUT em seu Congresso de maio, na medida em que a CUT já não mais representa - nem com sua política nem com seus métodos hegemonistas forçados - a maioria do pensamento dos fasubristas, entre os quais atuam ainda as centrais CTB, Conlutas e Intersindical. A FASUBRA deve se desfiliar e permanecer assim até que a maioria absoluta dos seus ativistas de base resolva adotar a filiação a alguma outra central.
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2 comentários:
Será que tem gente dentro do nosso sindicato preparado pra discutir essas questões?
Eu tenho minhas dúvidas. Tão mais preparados pra fazer discursinho demagogo em defesa de si proprios. Uma vergonha que parte da categoria não enxerga.
Viva unicidade!!! Que nada isso só transforma os sindicatos brasileiros em relfexos de partidos politicos.
Devemos todos ser apoiadores da liberdade sindical, pois se tivermos mais de um sindicato por categoria haverá disputa e concorrência, fatores os quais obrigariam os sindicatos a cada vez mais oferecer uma representação melhor e realmente efetiva, assim atendendo de forma concreta a vontade do trabalhador.
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