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sexta-feira, 10 de abril de 2009

Boa troca de chefe no Banco do Brasil

Grande número de servidores públicos é correntista do Banco do Brasil, onde recebe seus salários. E que vinha fazendo a direção do BB com boa parte desse capital? Acumulando lucros que indiretamente alimentavam a boa vida de banqueiros privados e a libertinagem financeira.

O neoliberalismo, com a sua política de desmonte do Estado e desregulamentação financeira, tem sofrido forte desgaste no mundo todo devido à grave crise capitalista que ajudou a detonar. Mas os neoliberais continuam na ativa na sua adoração ao “deus-mercado”. A decisão do governo de trocar o presidente do Banco do Brasil é prova cabal disto. De imediato, os banqueiros e alguns jornalistas de aluguel criticaram a “obsessão” do presidente Lula em baixar os juros e o spread bancário.

Os porta-vozes do capital financeiro avaliam que a troca no BB é uma interferência indevida na economia. No "Jornal Nacional" da TV Globo, a apresentadora Fátima Bernardes afirmou que “O mercado reagiu mal à mudança”. No fim da noite, durante o Jornal da Globo, William Waack foi o ventríloquo dos banqueiros, ao comentar que a “obsessão” do presidente Lula em baixar os juros e o spread bancário equivale “a decretar a felicidade”.

Lula despachou Lima Neto para fora da presidência do BB e lá colocou Aldemir Bendine justamente para elevar o volume de crédito e reduzir o spread, que é a diferença entre o custo do banco para captar dinheiro e a taxa cobrada dos clientes. Essa taxa de spread, inclusive no BB, é um escândalo. O dinheiro que poderia servir para nutrir a economia nacional é entesourado (aprisionado) nos cofres das instituições financeiras. Somente no ano passado, os brasileiros pagaram R$ 134,5 bilhões em spread (dados da Fecomércio/SP). Um estudo recente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que irritou os banqueiros, comprova que o empréstimo para pessoa física no país custa dez vezes mais do que em qualquer agência bancária na Europa. O valor pago em spread em 2008 correspondeu ao dobro do orçamento do Ministério da Saúde.

Lima Neto, indicado para a presidência do BB em 2006, achava-se acima das orientações de um governo democraticamente eleito pelo povo. Na prática, representava os banqueiros no interior do governo. A sua substituição dá novo alento ao governo para enfrentar a grave crise mundial do capitalismo que, deixada ao sabor da “mão invisível do mercado”, resultará em mais falências, demissões e retração dos investimentos nas áreas sociais. Aldemir Bendine, ao reduzir os juros e o spread, injetando mais dinheiro na economia, ajudará a colocar na parede os poderosos banqueiros privados, já que estes sofrerão a concorrência da taxa menor do BB.
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Fonte: com informações da Coluna Altamiro Borges

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