A primeira mulher eleita presidente da República do Brasil contou com apoio de 5 das 6 Centrais Sindicais oficiais - CUT, CTB, Força Sindical, CGTB e NCST. A UGT, com forte influëncia do PSDB e dos renegados do PPS, ficou neutra, mas deu algum apoio a Serra. As Centrais pró-Dilma deram apoio sobre uma base programática, apoiada numa pauta aprovada na II CONCLAT (Conferência Nacional das Classes Trabalhadoras), realizada no 1o. semestre do ano em São Paulo. E também por reconhecerem que a polarização Dilma x Serra expressava o antagonismo entre dois projetos bem distintos de país - o projeto defensor do diálogo democrático, da ampliação de direitos de cidadania e da soberania nacional, do lado lulo/dilmista; do lado serrista, a volta do projeto excludente neoliberal, rebaixador da soberania, castrador de direitos dos trabalhadores, e antidemocrático por essência.
Com Dilma, em perspectiva, venceu o projeto avançado e progressista. O novo governo Dilma, assim como o de Lula, traz uma garantia básica para os trabalhadores e seus movimentos: o de que sempre haverá diálogo e negociação, aliado a uma intenção de valorizar o pólo do trabalho, fortalecendo poder de compra das massas e o mercado interno.
Isso não significa que o novo Governo dará de mão beijada melhores salários e condições de trabalho. O Governo, aliás, é alvo constante do bombardeio dos setores neoliberais da elite e de sua mídia, que vivem a cobrar cortes radicais de gastos públicos, em especial sobre a folha salarial do funcionalismo e a Previdência Social. Além disso, no Governo e mesmo no PT existem segmentos e lideranças que mostram excessiva simpatia por certos postulados do neoliberalismo (vide o ex-ministro Palocci) e desdenham as reivindicações dos trabalhadores. Assim, no seio do próprio Governo, corre uma luta entre setores mais avançados e os que pregam a dita "estabilidade" econômica a todo custo. Não será muito diferente no Governo Dilma.
O que o Movimento Sindical precisa fazer é estar vigilante e mobilizado, cobrando a pauta dos trabalhadores aprovada na CONCLAT, porém num patamar muito maior. No campo da FASUBRA, já existe uma pauta aprovada em suas plenárias e uma orientação para a Campanha Salarial de 2011. De antemão, nenhuma conquista salarial para os técnico-administrativos está dada. O movimento nas Universidades precisa reanimar-se, organizar-se e ir à luta se quiser ganhar algo no ano que vem.
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