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terça-feira, 30 de novembro de 2010

Por enquanto, reitor da UFPR admite um recuo sobre adoção do ponto eletrônico

Servidores técnicos na Sala dos Conselhos aguardam o Reitor

Embora pudesse ter sido maior o comparecimento, a pressão dos cerca de 60 servidores sobre a Reitoria da UFPR funcionou na manhã de hoje.  Trabalhadoras e trabalhadores da UFPR, apoiados por alguns estudantes do DCE, atenderam ao chamado da assembleia do Sinditest e, em encontro na Sala dos Conselhos Superiores, levaram o reitor Zaki Akel a admitir que fará refluir a discussão de ponto eletrônico e colocar no centro dela a possibilidade de redução da jornada para 30 horas semanais.  

Depois de receber um documento formal do Sinditest criticando a ideia de ponto eletrônico e defendendo as 30 horas, o reitor procurou a todo momento adotar um tom conciliatório e reafirmar que está sempre aberto ao diálogo que favoreça os interesses da Universidade Pública.  Objetivamente, ele reconheceu e cedeu à pressão exercida pelos servidores, prometendo abrir um "novo debate" que, segundo ele, deverá ouvir todos os segmentos da comunidade universitária, incluindo as entidades Sinditest, APUFPR e DCE.  O controle de frequencia de servidores, seja do jeito que for, ficará subordinado a uma avaliação mais ampla, que deverá ter no centro a duração da jornada.


No entanto, no encontro desta manhã, alguns falaram da questão da composição majoritariamente docente do Conselho Universitário (COUN), em que a presença de técnicos é de apenas 15% do total de conselheiros.  Assim, fica a ver uma questão: enquanto entre os servidores afirma-se que uma decisão de implantação geral das 30 horas pode ser resultado direto de uma "canetada" do reitor, este quer que isso seja discutido e aprovado no COUN, onde pode haver uma maioria de professores resistentes à proposta.

De todo modo, esse compromisso é a palavra do reitor neste momento, depois de uma sessão em que ele foi alvo de uma saraivada de cobranças, inclusive a do presidente do Sinditest que afirmou que, se por um lado o reitor diz ter boa vontade e querer diálogo, os seus atuais subordinados executam uma política "da porrada" e da perseguição sobre os chefiados como "nunca se teria visto em qualquer gestão anterior de Reitoria".  Então, assim como o professor Zaki Akel aceitou a pressão de hoje dos servidores, como reagirá diante da contrapressão (que certamente virá) de seus colegas de Administração Superior (pró-reitores, chefes) e de seus pares docentes?

Assim, não se pode afirmar com certeza que o assunto "ponto eletrônico" esteja de fato retirado de cena. É preciso ver se, com efeito, o reitor induzirá o COPLAD e o COUN a animarem-se a fazer esse debate amplo sobre gestão de pessoas da UFPR que inclua como centro a jornada de 30 horas semanais.

Um comentário:

Formiga Atomica disse...

Alguem sabe, por acaso, qual a origem dessa ideia de implantar o ponto eletrônico.
Sera que surgiu de repente ou vem amadurecendo com o tempo. A quem interessa esta implantação.

Claro que o movimento dos servidores eh valido, mas creio ser importante refletir sobre estas questões.