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terça-feira, 17 de agosto de 2010

Horário eleitoral pode ser chato mas ainda é o espaço para conhecer candidatos


A rádio e teledifusão são concessões do Poder Público. Quando há eleições gerais - um processo público - esse espaço tem que ser usado pelos candidatos para que os eleitores tomem conhecimento de quem eles são e o que propõem. Onde mais? As emissoras privadas de rádio e TV reclamam o quanto podem por ter que veicular a propaganda das candidaturas, e seus âncoras e repórteres repetem sem parar como o horário eleitoral é chato etc e tal, omitindo o fato de que tem obrigação pública de faze-lo.

OK, mas qual o espaço apropriado para conhecer TODAS as candidaturas, por melhores ou piores que sejam, e ainda que contem promessas que talvez nunca possam realizar? Na rua, fortuitamente pegando alguma propaganda impressa distribuída por pequena parcela desses candidatos ? Nos debates e entrevistas que os donos particulares das emissoras controlam a seu bel-prazer, às vezes nem convidando todos?

Ouvimos agora ao menos a jornalista âncora da BandNews-FM estimulando os ouvintes a acompanharem o horário eleitoral, apesar de ela repetir as críticas de o quanto podem ser chatos alguns candidatos. Mas que também pode ser divertido, porque as performances de certos candidatos de fato provocam risos. Imaginem se o vice-presidente do Sinditest tivesse arriscado ser candidato... Hahahahaha.

No século 17 o povo inglês fez uma revolução (1640-1680) contra seu rei porque simplesmente ele, o rei, era o único cara que mandava no lugar e, naturalmente, só beneficiava seus amigos, pouco se importando com os interesses da maioria. Uma das reivindicações foi justamente que o poder absoluto do rei devia ser menor e que representantes do povo, no parlamento, deveriam ter poder equivalente para elaborar as leis. O rei foi decapitado, e o parlamento inglês foi fortalecido. Ora, desde então aconteceram muitas lutas, em muitos países, para impedir o exercício do poder de forma tirânica por uma única pessoa, e se criaram instâncias em que o poder se equilibre sem ser monopolizado por apenas um deles.

Se, depois de derrotada a ditadura militar brasileira (1964-1985), temos hoje de novo um Congresso Nacional, cujos membros são mais permeáveis aos interesses dos diversos segmentos da população, é preciso valorizar isso, saber escolher os candidatos e votar com consciência. Tanto deputados quanto os candidatos majoritários, o Presidente e os senadores. Abdicar disso é abdicar de parte da cidadania brasileira.

11 comentários:

Milton-UFPR disse...

Horário eleitoral, propaganda eleitoral, esquema eleitoral. Veja o trecho desse artigo de ontem:
Cooptação sindical

Publicado em 17/08/2010 Fale conosco RSS Imprimir Enviar por email Receba notícias pelo celular Receba boletins Aumentar letra Diminuir letra A relação íntima entre centrais sindicais e o governo federal merece uma maior atenção da sociedade. A quantidade de verbas públicas que as centrais recebem anualmente, via contribuições sindicais, assim como o número de trabalhadores que representam podem ser instrumentos relevantes em anos eleitorais. O uso político partidário de sindicatos pode levar, num cenário pessimista, a uma república de sindicalistas, nos moldes do peronismo argentino, em que o Estado vai sendo aparelhado por dirigentes sindicais.

A experiência latino-americana tem mostrado que os governos procuram cooptar os sindicatos para reduzir os choques de interesses entre trabalhadores e governantes. Essa cooptação vem em forma de vantagens pessoais, como oferecimento de cargos e recursos públicos. Com a oferta de benesses, “capturam-se” líderes sindicais, imobilizam as tensões sociais e fazem com que os sindicatos tornem-se mais dóceis às determinações governamentais.

Um segundo passo que vem sendo dado na relação entre governos e sindicatos é a tentativa de usar as centrais como importantes aliados para a conquista do poder político, pois o peso político dos sindicatos é bastante alto. Cerca de R$ 144 milhões foram recebidos pelas seis maiores centrais sindicais entre 2008 e 2009 – recursos de contribuições sindicais que saíram dos bolsos de trabalhadores que possuem carteira assinada. Juntas, essas seis centrais representam 4,5 milhões de trabalhadores. Como bem assinalou matéria da Gazeta do Povo publicada no domingo passado, a estrutura política e financeira desses grupos pode ser considerada um “segundo” partido dos trabalhadores.

TUDO É ESQUEMA. MENOS A TURMA DO PARANÁ...

Dodo disse...

O Jornal "Gazeta do Povo" é um periódico de propriedade de membros da elite paranaense. Não surpreende que eles publiquem uma matéria que ataca o movimento sindical e suas entidades. Isso de falar em "república sindicalista" era o papo que corria nas vésperas do golpe militar que instalou uma Ditadura em 1964 (aliás, tristemente repetido pelo candidato neoliberal José Serra), para combater o Governo de João Goulart e depois derrubá-lo. Diziam que Goulart queria instalar uma "república sindicalista" no Brasil porque Jango simplesmente dialogava com os sindicatos tanto de empregados quanto os dos patrões.


Também não surpreende-nos que um leitor deste blog reproduza essa matéria retrógrada e anti-sindical do jornal paranaense, pois ela afina-se com as posições políticas conservadoras, e mesmo pelegas, que ele costuma apresentar neste espaço.

Defendemos, como portadores de uma visão classista de sindicalismo, que os trabalhadores, organizados em suas entidades de base e centrais, tenham maior protagonismo na decisão dos rumos do país, mais e mais, o que não significa confundir sindicato, partido e cargos de governo.

Lula, o melhor presidente da história do Brasil, é ex-sindicalista, e é absolutamente natural que, ao lado de intelectuais, técnicos e servidores de carreira já presentes no Estado, ele também chamasse ativistas do movimento sindical que demonstrassem capacidade para ajudar em tarefas do governo. Porque Lula confia neles e porque podem ser brasileiros competentes tanto quanto qualquer membro da elite burguesa Com isso também se mudou a concepção de como um governo democrático deve se relacionar com os movimentos sociais. Só quem é muito tapado, ou é de direita, não vê.

Milton-UFPR disse...

Ingênuo em Dodô. Sindicalismo é para lutar e brigar pelos filiados não ser cooptado junto a governos. que o jornal é de direita é e daí a constatação do que está escrito é verdade. sindicato virou esquema do estado. esquemas de diversos "naipes"

Marcelo Ramos disse...

Uma constatação é certa: muita gente tá indo contra a turma do Paraná só por causa desse blog. tiro sairá pela culatra.

Dodo disse...

Caro Marcelo,

Em disputas de informação e de opinião, naturalmente as pessoas se dividem. Não publicamos textos no blog para agradar a gregos e troianos. Não vamos praticar o bom-mocismo para ficar de bem com todo mundo. Temos lado, e não é o lado da falta de transparência, do peleguismo, das práticas sindicais escusas ou mal explicadas.

O colega Paraná, como já dissemos em comentário anterior, tem colaborado com este blog, que dá vazão às opiniões dele, e, mais que isso, assegura espaço para que se divulguem fatos e evidências que ele e nós temos levantado demonstrando que há várias coisas por explicar por parte da Diretoria sindical a quem fazemos oposição. Quem se incomodar com isso, paciência.

Saudações democráticas

Bandidão disse...

Sindicato, cental sindical, tudo isso é ruim. Bom mesmo é quando no governo Fernando Henrique não havia qualquer diálogo como os sindicatos e nós ficamos com o salário congelado por uns 10 anos. Isso sim era bom. Ahhh mas melhor que isso só mesmo uma boa ditadura pra enquadrar esse sindicalistas.
E melhor de tudo é ver funcionário publico se ferrando. Isso me dá um prazer quase sexual.....!

Milton-UFPR disse...

Não não não. Funcionário público tem que trabalhar como todos os trabalhadores. coisa que não ocorre pois têm muitos "vagabundos" no serviço público. é só isso...

PARANÁ disse...

Marcelo, não sei quem voce é, mas mesmo assim fico feliz que voce tenha feito esta constatação e deu aqui sua opinião.

mas de fato não me causa nenhuma preocupação, até porque não estou aqui para agradar a ninguém, nem com segundas intenções e muito menos me verão pedindo votos por ai, como teimam em dizer, ou me candidatando a qualquer cargo dentro ou fora desta UFPR.

o que me basta de fato, é que verei toda a verdade vir a tona, e mais ainda, não ditas por mim, mas sim pela JUSTIÇA que será feita.

então repito, estou pouco me lixando com as opiniões de pessoas derrotadas, cegas e que compactuam e aprovam o que esta turma faz, me sinto forte e tranquilo com o sabor do dever cumprido, e esta vitória que se dará, não será minha, mas sim de todos aqueles que de uma forma ou de outra torceram para que tudo ficase as claras, e como vai ficar!!!!

Milton-UFPR disse...

O Paraná é a encarnação do monge fanático-religioso Zé Maria. Só pode ser.
"O fim está próximo. Só os justos se salvarão. Glória aos justos"

GUFLOS disse...

E o Milton deve ser a encarnação da Besta - 666, só pode ser!!

Milton-UFPR disse...

Não, a Besta foi o Belotto quem comprou. Esqueceu??