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segunda-feira, 8 de março de 2010

Mais de cem anos de lutas e conquistas das mulheres. Salve o 8 de Março!

Marcado como um dia de manifestações, reivindicações e celebrações, o Dia Internacional da Mulher deste ano tem um sabor especial: celebra seu centenário. Entretanto, o histórico de luta das mulheres mundo afora é mais antigo que a data. E ainda há um longo e árduo caminho a se percorrer.

O Dia Internacional da Mulher tem sua origem nas lutas e na militância das mulheres socialistas. A data começou a ser comemorada em 1910, quando a socióloga Clara Zetkin propôs, durante a 2ª Conferência Internacional das Mulheres Socialistas, realizada em Copenhague, na Dinamarca, a criação de um marco para lembrar a luta das mulheres nas fábricas.


Os registros históricos indicam que seria uma homenagem à iniciativa de operárias russas que nessa data realizaram uma greve contra a fome, a guerra e o czarismo. Porém, durante décadas serviu como referência a história da morte cruel, em 1857, de cem tecelãs norte-americanas em greve pela redução da jornada de trabalho, vítimas de um incêndio criminoso determinado pelo dono da fábrica.

Mas a consolidação do dia 8 de Março só ocorreu na Conferência Internacional das Mulheres Comunistas, em 1921, como homenagem às mulheres de São Petersburgo que desencadearam uma greve geral em 1917, saindo às ruas daquela cidade russa contra a fome, a guerra e o czarismo, e alimentando a futura Revolução Russa. A partir de 1960, essa tradição recomeçou como um grande acontecimento internacional. Então , em 1975, as Nações Unidas decidiram consagrar 8 de Março como o Dia Internacional da Mulher.



Cenário preocupante
As mulheres brasileiras atualmente contam com grande lista de vitórias, como a ampliação da licença-maternidade, a proibição da discriminação sexual no trabalho, o direito à posse da terra em nome da mulher rural, a lei Maria da Penha para fazer frente à violência doméstica, e a reforma no Código Civil. Contudo, continuam numa árdua e contínua batalha pela ampliação e efetivação dessas medidas. Sempre discriminadas, mesmo com escolaridade superior à dos homens elas têm que se submeter a baixos salários e à dupla (e extenuante) jornada de trabalho.


Segundo destaca pesquisa do DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), divulgada em março de 2009, o rendimento médio por hora de trabalho das mulheres casadas com filhos é de R$ 5,89, contra R$ 6,91 daquelas sem filhos. A taxa de desemprego das que não possuem filhos (13,1%) também é menor do que a das que possuem (15,6%), comprovando a preferência dos empregadores por aquelas que não tenham de realizar a chamada dupla jornada.


Discriminação
Ao mesmo tempo em que a mulher tem de lutar cotidianamente para se manter no mercado de trabalho, cabe a ela cuidar da casa, dos filhos, estudar e ainda brigar por salários iguais aos do homem. Esse quadro se agrava ainda mais quando falamos na questão de gênero aliada à de raça. As mulheres negras encontram muito mais dificuldade de inserção no mercado de trabalho do que as brancas. A inserção das mulheres negras no mercado de trabalho brasileiro é nitidamente desvantajosa, ainda que sua participação na força de trabalho seja mais intensa que a demulheres não-negras.

Essa discriminação fica mais evidente quando se analisam dados como o salário e o número de vagas ocupadas por elas. O salário médio da mulher negra com emprego formal, por exemplo, é menos da metade do que o salário de um homem branco. De acordo com a Relação Anual de Informação Social (Rais), do Ministério do Trabalho, a mulher negra ganha, em média, R$ 790 e o salário do homem branco chega a R$ 1.671.

Consciente das desigualdades existentes entre homens e mulheres, principalmente no mercado de trabalho, a CTB mais uma vez reforça sua bandeira por igualdade de salários e direitos, bem como contra qualquer tipo de discriminação. Para comemorar o centenário do Dia Internacional da Mulher, a CTB em todos os estados brasileiros contribui e participa de atividades que celebram a data. São numerosos atos públicos, passeatas, manifestações e shows por todo Brasil, que, além de celebrar as conquistas alcançadas em cem anos de mobilização coletiva, também mostrarão que a luta por autonomia, igualdade e direitos segue atual e necessária.
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Fonte: com informações do Portal da CTB


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