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terça-feira, 1 de setembro de 2009

Efeitos colaterais da gripe A

Faz poucos dias, o Diretório Central dos Estudantes da UFPR (DCE) lançou um Informativo falando do enfrentamento da Gripe A ("suína"). Um dos textos critica a Reitoria pelo descaso com o que o DCE foi tratado no episódio do fechamento do Restaurante Universitário (RU) e pela relação de grande intimidade do reitor com o Sinditest:


"Sobre a decisão unilateral da Universidade, devemos refletir se o Sinditest possui mais influência nas decisões dentro da UFPR acima até de conceitos técnicos (o próprio laudo técnico apresentado pela Reitoria) para combater a gripe. Afinal, os argumentos direcionados à situação dos estudantes, apresentados pelo Sinditest na reunião [com a Reitoria] não foram convincentes." [p. 3 do Informativo-DCE]

O que incomodou a entidade estudantil não foi tanto o fechamento em si do RU mas o modo como a Reitoria conduziu a questão, pois deixou de lado o DCE, que representa a maioria dos usuários do restaurante, pediu um laudo técnico a uma comissão de "especialistas" e depois o desprezou, e até para se entender com os servidores do RU o vice-reitor Rogério Mulinari fez trapalhada.

A necessidade de suspender o funcionamento do RU para evitar aglomeração de pessoas num ambiente mal ventilado e de umidade alta é algo que parece bastante óbvio até para leigos, no sentido de reduzir as chances de transmissão do vírus. Mas um laudo técnico elaborado por uma comissão montada pela Reitoria (3 médicos e 1 engenheiro) atestava que o RU poderia prosseguir funcionando. Estranho laudo esse!

Diante da legítima pressão dos servidores do RU, o vice-reitor Mulinari cedeu. Mas não sem antes ele aplicar a pecha de vagabundo a quem queria parar o RU e ainda se recusar a receber todos os trabalhadores que se mobilizaram até o gabinete da autoridade. "Na época de campanha, o candidato Mulinari queria falar a todos os trabalhadores do RU, agora só quer receber no gabinete uma comissão de poucos", observou agudamente um dos servidores mobilizados diante da resistência inicial do Dr. Mulinari.

A posição oscilante da Reitoria também se evidenciou na atitude do seu representante dentro do Conselho Regional de Medicina, que, segundo relato do Sindicato dos Médicos, defendia a posição de que a Secretaria de Saúde do Estado deveria determinar que todos os eventos que implicassem aglomeração de pessoas fossem suspensos, não apenas aulas. Quer dizer, enquanto no CRM a UFPR defendia a suspensão de todas as situações de potencial aglomeração, dentro da UFPR a Reitoria queria manter o RU aberto com base num estranho laudo técnico. A posição da UFPR no CRM era só epidemiologicamente sustentada ou politicamente interessada em desestabilizar o secretário de Estado Gilberto Martin?

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