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segunda-feira, 27 de junho de 2011

Correntes políticas no movimento dos técnicos e o papo despolitizante de ex-lideranças sindicais

Ativistas dos movimentos populares e sindicais, quando compreendem que mudanças de fundo no setor em que atuam dependem de mudanças gerais na sociedade, costumam buscar onde existam projetos propondo transformar a sociedade.  É nos partidos dotados de ideologia, expressões de interesses maiores de uma classe social, ou de segmentos de classes, que se discutem e formulam ideias e projetos para mudar um país. Portanto, é inteiramente natural que também ativistas do movimento dos técnicos se filiem e militem em partidos e correntes, pois isso ajuda a dar uma visão mais global e não localista ou corporativa do próprio movimento.

Desde a fundação da FASUBRA é assim, e, aliás, a própria fundação da Federação, no final dos anos 1970, foi realizada por militantes de organizações políticas da esquerda que resistiam à ditadura militar.

Hoje na Federação, como em praticamente todas as bases sindicais, atuam correntes políticas, ligadas ou não a partidos e centrais sindicais, mas coexistem democraticamente dentro de um esquema que até hoje preserva a unidade e a força da FASUBRA.  A Federação adota o sistema da proporcionalidade para montar em Congresso a sua direção, e cada grupo está representado na medida de sua expressão de apoio entre os delegados eleitos pelas bases para o Confasubra (Congresso da FASUBRA).

Na atual Direção Nacional (DN) da FASUBRA estão representadas as seguintes correntes:

* Tribo: grupo que é isoladamente o maior mas não detem maioria na DN, em geral expressa as visões da ala majoritária do PT.

* CSD: sigla para "CUT Socialista e Democrática", expressa a ala denominada DS do PT (Democracia Socialista). Junto com a Tribo e a corrente "O Trabalho" (também do PT), a CSD compõe o segmento da FASUBRA que se liga à CUT (Central Única dos Trabalhadores).

* CTB: grupo dos militantes que atuam na Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil, central sindical fundada em 2007, integrada por sindicalistas ligados ao PCdoB, PSB, PDT e grande número de independentes.

* VAL: sigla do grupo "Vamos à Luta", de militantes ligados ao PSOL, em grande parte dissidentes do PT depois de 2003.

* BASE: ajuntamento heterogêneo que inclui militantes do PSTU, dissidentes da Tribo, do VAL e outros ativistas sem filiação partidária conhecida.

Existem algumas outras correntes, com expressão numérica e política menor, às vezes só com presença em um único sindicato ou região, e também as que aparecem e desaparecem entre um Confasubra e outro.

Das principais correntes citadas acima, todas (talvez com exceção do "BASE") tem militantes atuando no movimento da UFPR/UTFPR há um tempo menor ou maior.  Assim, este Blog NaLuta, por exemplo, guia-se pelas posições políticas da CTB desde 2008, na sequência da chapa "Avançar na Luta" que disputou a eleição do Sinditest de 2007.  O colega Luiz Fernando, veterano ativista do movimento dos técnicos da UFPR, está ligado à CSD.  Bernardo Pilotto e Carla, atuais diretores do Sinditest, participam da corrente VAL.  E o Dr. Néris e seu pequeno séquito de discípulos adotam atitude ambígua: em assembleias de base costumam atacar o PT e as posições da corrente Tribo; já quando vão a reuniões nacionais, vestem sem pudor as camisetas da Tribo e votam nas propostas dessa corrente.

Fazemos esse resumo panorâmico para que fique claro o quadro dos posicionamentos políticos, dizer quem é quem.  E em resposta a certas (ex) lideranças sindicais, que, apesar dos cabelos brancos que deveriam conferir sabedoria, vomitam mentiras, bobagens e disparatados ataques contra os partidos e correntes, em discursos no "palco" da assembleia que, em vez de educar as consciências dos trabalhadores, tentam jogá-las para o nível mais baixo e despolitizado.

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