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domingo, 12 de junho de 2011

Greves e silêncios providenciais da mídia grande

Reproduzimos abaixo parte do artigo de Altamiro Borges sobre a longa greve da Volkswagen do Paraná e o silêncio da mídia nacional sobre o movimento.  Vem bastante a propósito deste momento em que os servidores técnicos das Universidades Federais deflagram uma greve e não podem esperar boa vontade dos jornalões impressos e televisados, além de ameaças de judicialização do movimento por parte da AGU.

Uma das formas mais eficientes de manipular a informação é omitir os fatos. Há mais de 30 dias os metalúrgicos da Volkswagen de São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba (PR), estão em greve por melhores salários.

A chamada grande mídia, porém, não aborda o conflito, protegendo a imagem da poderosa multinacional alemã, umas das principais anunciantes do país.

A paralisação, iniciada em 6 de maio, foi motivada pela recusa da empresa em elevar a Participação nos Lucros e Resultados (PLR). Os operários exigem R$ 12 mil de PLR, mas a multinacional só aceita conceder R$ 5,2 mil.

A Volks lidera o ranking das montadoras no Brasil, auferindo enormes lucros e remetendo fortunas para a sua matriz. Mesmo assim, ela esbanja intransigência contra a reivindicação sindical. Prefere ter prejuízos a atender os trabalhadores.

No trigésimo dia de greve, a fábrica com 3.100 operários havia deixado de produzir 17.820 veículos, nos modelos Golf, CrossFox e Fox, acumulando prejuízo de R$ 713 milhões.

"A Volks prefere perder meio bilhão de reais quando menos de 1% disso já seria suficiente para atender a nossa reivindicação. Parece ilógico", observa Jamil Davila, secretário-geral do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba.  Para ele, a multinacional pratica "uma matemática de doido". A motivação é política e não econômica.

Entretanto, graças à unidade do movimento dos trabalhadores da montadora, depois de 37 dias de greve, finalmente os patrões cederam e aceitaram o “pacotão” reivindicado pelo Sindicato dos Metalúrgicos. Os metalúrgicos voltam a trabalhar na segunda-feira.

A Participação nos Lucros e Resultados (PLR), reivindicação que causou a paralisação, também está contemplada no pacote. Os trabalhadores vão receber R$ 11,5 mil, sendo que a primeira parcela, no valor de R$ 5,2 mil, será paga na próxima semana. E a segunda, no valor de R$ 6,3 mil, virá em janeiro. O valor é muito próximo ao reivindicado pelos metalúrgicos, que era de R$ 12 mil.
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Fonte: com informações do Blog do Miro e Gazeta do Povo

Um comentário:

Guaracira disse...

Exemplo típico de que "A UNIÃO FAZ A FORÇA".
Que todos nós técnico-administrativos das IFES possamos nos "mirar" neste exemplo e consigamos levar a greve até a conquista das nossas reivindicaçoes; se não 100%, que é dificil, ao menos muito próximo a isso!
Demonstremos isso aqui na UFPR.
Todos a favor da greve neste dia 15/06!
Infelizmente, por questões familiares e viagem já agendada, não estarei presente nesta assembleia,mas confi n bom senso da categoria.