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terça-feira, 15 de abril de 2014

Greve da FASUBRA: onde está a perspectiva?

Onde está a perspectiva de abertura de negociação da greve da FASUBRA?

Quando se vai ao garimpo de informações substantivas nos IG’s (Informativos de Greve) da FASUBRA, essencialmente o que se encontra é aquele leque de ações usual de toda greve: busca de audiências em MEC e MPOG, contatos com parlamentares federais pedindo apoio, atividades tentando fazer visível a greve para a  população...  Fora isso, nenhum dado concreto que aponte algo do tipo: dentro de uma ou duas semanas poder-se-á pelo menos sentar à mesa com um ministro.  E também nenhuma avaliação política de fundo do CNG sobre as possibilidades e perspectivas (ou então várias avaliações, uma de cada corrente interna, caso não haja consenso dentro do CNG).

Já parece bem claro que uma greve geral unificada dos SPF (Servidores Públicos Federais) está fora do horizonte imediato.  Mesmo os docentes ligados à ANDES não demonstram claramente que estariam dispostos à parada.  Logo, é a FASUBRA sozinha com ela mesma, como em geral acontece.

Também não são postos esclarecimentos nos IG’s sobre o prazo expirado decorrente da legislação eleitoral (foi em 5 de abril), a partir do qual os governos (federal e estaduais) ficariam proibidos de fazer concessões com impacto financeiro imediato (ainda para 2014) ou mediato (2015).  Certas lideranças, buscando manter a esperança acesa, afirmam que ainda seria possível inserir rubrica a favor dos TAEs na Lei Orçamentária Anual (cujo prazo de fechamento pelo governo federal é agosto), e que, portanto, o prazo da Lei Eleitoral não teria importância.  De todo modo, isso não é devidamente esclarecido à base em greve, que fica, assembleia após assembleia, na espera de algo substantivo, de algo novo, mas só ouve o mesmo rame-rame.  Isso  é desalentador.

No caso da reivindicação de antecipação do aumento de 5% de 2015 para ainda este ano, o Governo Federal sente-se à vontade para recusar, escudando-se no acordo de greve de 2012, que previa os prazos exatos.  Afinal, a FASUBRA topou aquele acordo em 2012, também defendido por diretores atuais do Sinditest.  Fato é que nos manietamos a um acordo trianual de percentuais fixos em cenário de inflação pouco previsível.  Agora, durma-se com isso...

Economicamente, o Governo ainda é pressionado pela grande mídia a serviço do grande capital financeiro para cortar “gastos sociais” e com folha de pagamento (a velha luta entre Estado necessário x Estado mínimo do neoliberalismo), para que, com isso, supostamente ocorra queda da inflação, em moderada alta.  

Por fim, o governo federal sabe ser odiado por cerca de metade do movimento dos TAE (a parcela dirigida por partidos da ultraesquerda que fazem oposição sistemática a Dilma), situação que não reverteria mesmo fazendo concessões razoáveis à greve, o que deixa o governo predisposto a simplesmente “dar de ombros” para o movimento.


Uma caravana a Brasília deve ocorrer nos primeiros dias de maio, para fazer barulho em nível tal que possa fazer os ministros se mexerem em suas poltronas e talvez se disporem a  alguma negociação de fato.  Fora isso, não há nenhuma luz nesse túnel.

Um comentário:

Rita de Cassia disse...

Alguns diretores do sindicato e diretores da Fasubra dizem em claro e bom som que as pessoas que eles acham que são ligadas a partidos diferentes do que eles idolatram não são consideradas base e serão postas pra fora das assembleias. E pra piorar em momento algum disseram que não aceitam a contribuição mensal e o fundo de greve dessas pessoas que não tem direito de expressar sua insatisfação.
Diate dessa realidade tem nos sobrado um movimento movido pela intolerância e fadado ao fracasso.
Na verdade nós que pagamos a conta continuamos com o nosso salário indecente e a força política se diluindo como açúcar na água.