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sábado, 14 de novembro de 2009

Recontando mais uma vez o embrulho da famigerada "chácara" de Piraquara

Há poucas horas, conversando com uma servidora da Maternidade do HC, ela pediu esclarecimentos sobre o rolo da "chácara" do Sinditest, que tanto se comenta e se cobra. Isso mostra que, embora muita gente tenha ouvido falar do problema, talvez vários ainda não tenham compreendido toda a "novela".

O caso da "chácara" tem a ver inclusive com o dia de hoje, 15 de novembro. Há 120 anos foi proclamada a República no Brasil. Lembremos que a palavra "república" vem do latim res publica, isto é, a "coisa pública". Se - no tempo da monarquia, o imperador e seus apaniguados não tinham que prestar contas de nada ao povo -, no regime da "coisa pública" os governantes e dirigentes têm que dar satisfação de seus atos. Numa entidade sindical, mexe-se com dinheiro de todo um coletivo de trabalhadores pagantes de mensalidades; logo, dirigentes sindicais tem dever de informar à categoria como lidam com esse dinheiro.

E é basicamente isso que se pede no caso da "chácara", comprada irregularmente em dezembro/2005 e vendida em julho-agosto/2009 de um modo não esclarecido. Não se está acusando a priori ninguém de favorecimento pessoal nessa transação imobiliária; o que se pede é transparência com a coisa pública sindical.

Recapitulando resumidamente a "novela" do imóvel de Piraquara:

1.Numa assembléia geral em 16/12/2005, que durou MENOS DE DOIS MINUTOS, os diretores do Sinditest Moacir Freitas (presidente na época) e Antonio Néris (vice-presidente) tentaram aprovar a compra da "chácara" em Piraquara, mas nenhuma contagem de votos foi feita nem o resultado final foi proclamado. Mesmo sem a autorização da platéia, eles compraram a "chácara".

2. Durante a gestão 2006-2007, presidida por José Carlos Belotto, que recebeu o presente de grego da "chácara", finalmente duas assembléias em 2007 (em 14/setembro e 27/novembro) aprovam que esse imóvel deve ser vendido o mais rápido possível e todo o dinheiro da venda revertido aos cofres do Sinditest para ser empregado em algo realmente útil.

3.Wilson Messias assume a presidência na gestão 2008-2009 e, em assembléia ocorrida em 04/março/2009, ele anuncia haver um interessado em pagar 265 mil reais pelo imóvel. A venda da "chácara" como um todo (isto é, os 12 terrenos que a compõem) é confirmada por mais essa assembléia, com concordância unânime tanto de membros da Diretoria como dos membros da Oposição ali presentes.

4.O "Jornal do Sinditest" lançado em Setembro/2009 publica que a "chácara" foi vendida em agosto, ao valor de 265 mil reais.

5.Não entendendo porque um imóvel situado em Piraquara foi registrado em Campina Grande do Sul, um servidor foi até o cartório dessa cidade, obteve 2a. via da Escritura e se surpreendeu com o valor da venda: 162 mil reais. Esse valor correspondendo a apenas 9 terrenos do total de 12 da dita cuja "chácara". Por quê?

6.O mesmo servidor foi até Piraquara e descobriu outros documentos, mostrando que mais 2 terrenos da mesma "chácara" foram vendidos por 256,5 mil reais. Curiosamente, vendidos ao mesmo comprador dos 9 terrenos acima citados. Por quê?

7.A soma de 162 mil com 256,5 mil resulta no total de 418,5 mil reais. O Jornal do Sinditest anunciu que a venda se deu por só 265 mil reais. Diminuindo este valor de 418,5 mil reais, tem-se uma diferença de 143,5 mil reais.

8.O que se quer saber essencialmente é: onde está essa diferença de 143,5 mil reais? Alguns servidores, pedindo esclarecimento, até protocolaram no Sinditest um Requerimento, no começo de outubro, mas a Diretoria presidida por Wilson Messias se recusa a responder. Por quê? Não acusamos ninguém de nada, mas estranhamos muitíssimo essa falta de transparência. E é por isso que se formou uma Chapa de Oposição, a Chapa 2, que destaca entre seus compromissos de campanha praticar efetivamente a transparência sobre as contas e atos do Sinditest.

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