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terça-feira, 5 de maio de 2009

Presidente de Sindicato recusa receber documentos de filiada da base

Pode um Diretor Sindical, presidente de uma entidade representativa de classe, recusar-se a receber documentos, simplesmente por medo de colocar sua assinatura no protocolo de entrega?

Poder até pode, mas o que representa essa atitude?

Foi exatamente o que aconteceu, quando, na manhã de hoje, estive no Sinditest-Pr, com o propósito de protocolar os seguintes documentos:

1) as Atas das reuniões da Comissão de Acompanhamento da compra da nova sede sindical , em virtude do encerramento de seus trabalhos;

2) um requerimento solicitando explicações sobre a omissão de meu nome da referida comissão, quando da elaboração da Ata da Assembléia do dia 04 de março de 2009, na qual foram aprovados 05 membros para essa Comissão: Guaracira Flôres da Silva, Kátia Cristina de Brito, Maria Aparecida de Oliveira, Rita de Cássia Kavulak e Claudio Messias de Albuquerque.

Assim, julguei apropriado levar em mãos ao Presidente ou ao 1. Vice-presidente da Entidade tais documentos, e de fato o sr. Wilson Messias, Presidente, chegou a passar os olhos pelos papéis que eu pretendia entregar. Depois de ler o conteúdo dos documentos, Messias recusou-se a recebê-los, "empurrando" a responsabilidade ao vice-presidente, Antônio Néris, que chegava naquele momento. A alegação de ambos foi que não concordavam com o texto dos documentos e que haviam sido orientados pelo Dr. Paulo Vieira, advogado contratado da Assessoria Jurídica do Sinditest-Pr, a NÃO ASSINAR NENHUM DOCUMENTO. Mesmo eu explicando que se tratava apenas de assinar um protocolo de recebimento, Messias e Antonio Neris rechaçaram o mero recebimento dos papéis.

O Presidente Wilson Messias chegou ao cúmulo de inventar uma suposta prerrogativa que lhe conferiria o Estatuto da entidade quanto a ter o presidente o direito exclusivo de designar para Comissões os nomes de quem ele bem entender.

Espantada com tal demonstração de autoritarismo, perguntei ao sr. Presidente se ele podia manipular nomes de uma Comissão:

- mesmo que esses nomes tenham sido aprovados em uma Assembléia?

- mesmo que o Estatuto defina que decisões de Assembléia são soberanas?

- e se o Estatuto só vale quando convém à Diretoria?

Como resposta a estes questionamentos, o Presidente Wilson Messias apenas emitiu alguns grunhidos e sugeriu que eu entrasse na Justiça para fazer valer meus direitos. Quase não acreditando no que acabava de ouvir, perguntei se ele achava mesmo que eu perderia tempo entrando na Justiça comum para garantir um simples protocolo de documentos no Sindicato do qual faço parte, coisa totalmente ridícula!

Diante de tais fatos, é difícil não pensar no motivo de tanto medo em assinar um simples protocolo de recebimento de documentos. O que pode estar assustando os Diretores? "Quem não deve, não teme", diz o ditado. Se há coerência, honestidade e transparência, o que tanto receiam esses Diretores? O que está por trás de tudo isso?

O sr. Messias alegou que a Comissão estava "incomodando e querendo atrapalhar a compra do imóvel", que ela "só deu trabalho". Mas por quê? O que fez esta Comissão?

Sendo uma Comissão de Acompanhamento, nem lhe era facultado o poder decisório sobre nada, até porque o aval para a compra do imóvel foi dado pela assembléia. Nosso papel era apenas de acompanhar a transação, tornar públicas as informações do negócio e para tal se fazia necessário solicitar documentos à Diretoria, tais como:

1) Avaliação do Imóvel por Instituição oficial e idônea - não foi apresentada;

2) Autorização prévia do Conselho Fiscal , como manda o artigo 79 do Estatudo do Sinditest/PR, cuja necessidade é contestada pelo Presidente, alegando que "a assembléia é soberana" - não tinham essa autorização e ainda deram a inverídica explicação de que o Conselho Fiscal não teria atendido diversas convocações feitas pela Diretoria;
3) Cópia do documento de "Compromisso de compra e venda", onde, de maneira arbitrária, foram colocado os nomes de três membros da Comissão figurando como intervenientes anuentes concordantes. Mais tarde soube-se que o tal documento era, na verdade, a Escritura do Imóvel - não foi apresentado;

4) Cópia da Ata da Assembléia do dia 04/03/09 - não foi apresentada.

De modo bem diferente da recusa da Diretoria do Sinditest, o Conselho Fiscal, na pessoa de seu presidente, sr. Natalino Ernani Schreiber, recebeu as Atas das reuniões da Comissão, em 30/04/2009.

A idéia da formação desta Comissão de Acompanhamento se deu justamente para que não pairassem dúvidas e desconfianças, tão comuns neste meio sindical, em se tratando de movimentação de alto valor, como é o caso - mais de meio milhão de reais - que vão sair do bolso dos filiados. Pode-se tranquilamente concordar com a intenção de adquirir uma sede maior e melhor, mas por que a atitude da Diretoria é autoritária, sem transparência e de total desrespeito com filiados nomeados por Assembléia? Algo de podre pode existir no reino do Sinditest ?

Infelizmente essa é a realidade. Todo filiado e filiada que prezar o dinheirinho com o qual contribui mensalmente para o Sinditest deveria ficar alerta para o destino que é dado a esse recurso.

9 comentários:

PARANÁ disse...

ou se faz uma coisa ou outra,
1º junta uma meia duzia de companheiros (as) de luta, vão juntos ao Sinditest para protocolar o recebimento das atas, se eles se recusarem a receber, as pessoas que para lá se dirigiram serviram como testemunha do não recebimento.
2º xerox esta materia e divulgar a categoria, principalmente no HC, pois as pessoas tem o direito de saber o que realmente esta acontecendo.

"quando se perde a vergonha na cara:
junto vai a honestidade,
junto vai a dignidade,
junto vai o respeito pelo próximo junto vai a transparencia com as coisas alheias junto se perde o amor próprio.perdendo tudo isto, como pode as pessoas confiarem nesta gente?

Dodo disse...

A interrogação que todos devem se fazer é sobre que razão leva diretores do Sinditest a simplesmente FUGIR de prestar informação e esclarecimento acerca de uma transação de compra de imóvel na qual está em jogo a alta soma de meio milhão de reais. Dinheiro que saiu (na entrada de 200 mil reais) e sairá do bolso de cada filiado (nas parcelas do saldo de 320 mil).
Por que fugir da obirgação de informar, e agora, pior ainda, recusar até mesmo receber em protocolo alguns documentos levados por uma filiada? Nem sabemos se os pobres funcionários controlados por essa diretoria receberam ordens para recusar qualquer protocolo da parte de filiados que são publicamente conhecidos como membros da oposição. Se isso acontecer, é flagrante o desrespeito, o mandonismo, a arbitrariedade.
O artigo do Estatuto que fala dos direitos do filiado fica jogado na lata de lixo.
E ainda informa a matéria que o advogado, também pago por todos os filiados, teria orientado os diretores a agirem assim de modo esquivo.
Ou seja, nessa toada, tem-se um sindicato que devia ser democrático e DE TODOS transformado na PROPRIEDADE PRIVADA de alguns.
Essas atitudes devem levar cada filiada a refletir sobre o que se passa, e desconfiar de que possa haver irregularidade mais séria nesse negócio. Atitudes de esquiva e ocultação de informações conduzem à desconfiança total sobre a lisura com que se lida com a grana dos filiados.

Anônimo disse...

Aqule velho e sábio ditato " QUEM NÃO DEVE NÃO TEME" é bem verdadeiro.
Quem tem medo até de receber documentos via protocolo é pq tem muito a esconder.

Roberto disse...

Tem uma lógica muito simples e cristalina orientando essa postura autoritária e de desrespeito por parte dos principais diretores do Sinditest. A lógica de "aos amigos, tudo, aos inimigos, a lei interpretada na forma mais dura", e o estatuto do sindicato permite o autoritarismo do presidente, pra ele chegar ao ponto de dizer que tem direito de alterar como bem entender a composição de Comissões que são ELEITAS EM ASSEMBLEIA.

A lógica de eles saberem que tem eleição da diretoria no fim do ano e tem que se precaver contra tudo que PAREÇA ameaça, mesmo quando se trata apenas de pedidos de informações. Então, qualquer servidor que já atue como oposição, ou qualquer servidor que PAREÇA ser mais crítico, vai ser tratado no "chicote", como gosta de dizer o vice-presidente Antonio Neris. Alias, engraçado como o sr. Neris gosta de usar o termo "chicote" em suas falas, parece que vive num dilema entre ser sindicalista e querer ser na verdade patrão.

Podem esperar, membros da oposição ou servidores que não são ovelhinhas, podem esperar que nesse ano o tratamento com voces será na base do chicote pra pior. Porque pra quem tá lá encarapitado no mando do sindicato, o interesse é continuar por muitas DECADAS!

PAULO HENRIQUE VIEIRA disse...

COMENTÁRIOS DO DR. PAULO HENRIQUE VIEIRA:
QUERO DEIXAR REGISTRADO QUE NÃO FUI CONSULTADO OU DEI QUALQUER PARECER A RESPEITO EM NÃO COLOCAR ASSINATURAS EM DOCUMENTOS A SEREM PROTOCOLADOS NO SINDICATO, EM ESPECIAL OS CITADOS NA MATÉRIA. PODEREI CONFIRMAR PESSOALMENTE A QUEM INTERESSAR ESTE MEU POSICIONAMENTO QUE DIVERGE INTEGRALMENTE DA MATÉRIA.

Dodo, p/ Editoria do Blog disse...

Entendendo que o comentário imediatamente anterior foi de fato enviado pelo Dr. Paulo Vieira, da Assessoria Jurídica do Sinditest, pode-se dizer que ele é bem-vindo por esclarecer melhor as posições. A matéria deste blog, assinada pela colaboradora Guaracira, reproduz informações colhidas por ela quando foi à sede do Sinditest para fazer um simples protocolo de documentos. Partiu da boca do presidente do Sinditest a alegação de que o conselho para nada receber nem assinar teria origem no advogado do Sinditest. Assim, agradecemos o comentário do Dr. Paulo Vieira de que não fez tal orientação à Diretoria do Sinditest, e que portanto apenas esta é responsável pelo ato arbitrário de recusar protocolos e de recear dar declarações e respostas assinadas.

Rita de Cassia disse...

Obrigada Dr. Paulo.
Em nome da verdade o Sr. nos mostrou que ,mais uma vez a dupla presidente e vice faltaram com a verdade junto aos filiados do sindicado.
Qualquer pessoa que queira ver verá que a realidade é exatamente essa.

PARANÁ disse...

Agradeço aqui ao Escritório Jurídico CWV na pessoa do Dr. Paulo, que sempre prestaram relevantes serviços a nossa entidade, e com certeza continuam a faze-lo, e digo com toda certeza conhecendo Dr. Paulo, ele não se prestaria a este tipo de jogo, muito menos compactuaria com ele. em nome de uma grande parcela da categoria o nosso muito obrigado pelo transparencia e acima de tudo pela VERDADE.
"A DESGRAÇA DE QUEM NÃO GOSTA DE POLITICA, É SER USADO E ENGADO POR QUEM GOSTA".
e para que isto não mais ocorra em nossa categoria, basta as pessoas começarem a debater os assuntos, não mais comparecerem nas assembléias feitos cordeirinhos para votar o que estes safados querem e que é só de interesse deles e somente do grupo deles.

Guaracira disse...

Reafirmo o agradecimento,feito por outros colegas, à manifestação do Dr. Paulo Vieira, advogado contratado pelo Sinditest-Pr.
Dr. Paulo demonstrou, com isso, sua lisura e até uma certa coragem ao manifestar-se, uma vez que vem desmentir as informações prestadas pelo Presidente do sindicato, sr. Wilson Messias, correndo o risco inclusive de ser demitido. Ou seria exagero de minha parte?? Lembrem-se do caso da fucnionária demitida sem justa causa, apenas com alegação de " ser amiga de algumas pessoas da oposição". Total falta de ética e respeito dos diretores, principalmente na figura do Presidente. Ele não importou-se em envolver o próprio advogado do Sinditest-Pr em suas mentiras, apenas para cumprir um capricho bobo e eleitoreiro. São atitudes como estas que levantam as desconfiaças das quais os diretores querem tanto fugir.
Volto a questionar:

Se não tem o que temer, por que o medo de assinar o protocolo de recebimento dos documentos? Documentos simples, que em nada irão interferir na gestão. Atas - relatório do trabalho de uma comissão; e um requerimento pedindo explicações sobre uma ata redigida, de forma não coerente e fidedigna com o que se passou na assembléia. Só isso.
Se os diretores estão com a razão e tem certeza de que fizeram tudo certo, com transparência, ética, coerência, POR QUE O MEDO??

Ou será que eles sabem que o conteúdo das atas da Comissão está condizente com a verdade? Eles sabem que lá está relatado o não atendimento à solicitação de varios documentos relacionados à compra do imóvel.
MAS POR QUE NAO APRESENTARAM OS TAIS DOCUMENTOS?
De minha parte, tenho a consci~encia bem tranquila no sentido de tger relatado a verdade e a m,aneira como a Comissão foi tratada, até porque as duas atas redigidas foram aprovadas por todos os cinco membros da Comissão.

Colegas, é preciso pensar e decidir que tipo de representantes queremos.
Quem realmente tem lisura, transparência e capacidade de nos representar?
Onde fica nossa autoestima com uma representação dessas??

Essa é uma pergunta que toda a categoria deve se fazer.. e tentar responder..

Mais uma vez, obrigada, Dr. Paulo. Tua manifestação foi bem importante e coloca à mostra mais uma faceta mentirosa dessa diretoria!
Espero que todos acordem!