“O Grito dos Excluídos é uma manifestação popular carregada de simbolismo. É um espaço de animação e profecia, sempre aberto e plural de pessoas, grupos, entidades, igrejas e movimentos sociais comprometidos com as causas dos excluídos”. Com esse chamamento a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) quer dividir as atenções com as comemorações oficiais do Dia da Independência do Brasil.
Nas capitais e principais cidades do interior, paralelamente às paradas cívico-militares comemorativas da independência política brasileira, serão realizados os atos que acontecem tradicionalmente desde 1995, cada ano com um lema diferente. Os eventos, que tem seu ponto alto em Aparecida (SP), juntamente com a Romaria dos Trabalhadores, começaram nesta sexta-feira (5) e se concentram, no maior número de cidades, no domingo, 7 de setembro.
A CNBB, que coordena o Grito Nacional, junto com as Pastorais Sociais e movimentos populares, conta ainda com o apoio e a participação de todas as comunidades, escolas e organizações sociais, na realização das diversas atividades.
Dom Pedro Luis Stringhini, da CNBB, lembra que neste ano, na sua 14ª edição, o Grito dos Excluídos reforça a Campanha da Fraternidade com tema “A Vida em primeiro lugar – Direitos e participação popular”.
O "Grito" luta contra as diversas formas de exclusão e as causas que levam o povo a viver em condições de vida precárias, com diminuta perspectiva de futuro. Denuncia também a política econômica que privilegia o capital financeiro em detrimento dos direitos sociais básicos e almeja alternativas que tragam esperança aos excluídos. Defende ainda a pluralidade e igualdade de direitos, bem como o respeito nas relações de gênero, raça e etnia; propõe a multiplicação de assembléias populares para discutir a organização social a partir do Município, fortalecendo o poder popular em tempos de eleições municipais.
O projeto de País divulgado pelo movimento é de “uma nação baseada no desenvolvimento econômico em consonância com o desenvolvimento social, com a realização de grandes reformas estruturais que o país necessita com investimentos para um desenvolvimento sustentável local e regional, que crie oportunidades para o povo”. Nesse projeto popular para o Brasil, o movimento lembra a necessidade da integração latino-americana, baseado em um modelo solidário e de cooperação.
Na região metropolitana de Curitiba, a CMS (Coordenação dos Movimentos Sociais) chama manifestação para o Jardim Itaqui, em São José dos Pinhais, onde se desenvolve uma luta de moradores de baixa renda cujo fundo é o crônico problema da reforma urbana.
Um comentário:
O desfile de 7 de setembro é uma formalidade que nem de longe representa respeito ao país e a seu povo.
Muito mais respeitoso é escancarar a realidade de boa parte desse povo através de um "GRITO".
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