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sábado, 13 de setembro de 2008

A arrogância do PT do Paraná - um olhar sobre a eleição de Curitiba

LULA TINHA RAZÃO
Roseli Abraão

Ao receber o então diretor da Paraná Esporte, Ricardo Gomyde, em Brasília, no dia 11 de dezembro de 2.007, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não gostou de saber que a “tática eleitoral” da oposição (PT, PMDB e PC do B) em Curitiba consistia em lançar várias candidaturas para forçar o segundo turno. Lula pediu a união da oposição já no primeiro turno também para evitar o “fogo amigo”. “Temos que sair unidos desde já”, aconselhou Lula.


Atentos observadores da cena política curitibana não têm dúvida de que Lula tinha razão. Eles não se surpreendem com o resultado da última pesquisa Ibope, divulgada na noite de quarta-feira, que mostra que a candidata do PT, Gleisi Hoffmann, nem de longe consegue alcançar a quem pretende “despejar” do Palácio 29 de Março, o prefeito Beto Richa.


Para eles, o PT está pagando pela sua própria “arrogância”. Na expectativa de surfar na onda do governo Lula, renegou coligações com aliados históricos e impôs à oposição o lançamento de candidaturas próprias, crente de que assim alavancaria Gleisi rumo ao segundo turno.


Quem acompanhou de perto as articulações políticas antes da definição das candidaturas assegura que foi o PT (leia-se Jorge Samek, Paulo Bernardo, Gleisi Hoffmann, André Vargas e Enio Verri) quem “vendeu” esta estratégia ao governador Roberto Requião.


“Vendeu” Carlos Moreira porque tinha receio da candidatura do ex-prefeito Rafael Greca; e forçou a candidatura própria do PC do B porque os candidatos a vereador do PT não queriam uma aliança na proporcional. O PT teve um ataque de arrogância, jogou fora tudo o que construiu ao lado do PMDB e do PC do B. Fez uma escolha equivocada, diz um histórico militante da oposição.


Quem relembra a história das eleições em Curitiba a partir da redemocratização do País atesta que o PT só se saiu bem quando disputou a prefeitura aliado ao PMDB. Pode até não ter sido vitorioso, mas não teve resultados pífios, como o que se avizinha caso os números das pesquisas se concretizem nas urnas do dia 5 de outubro.
Desde que Curitiba voltou a eleger seu prefeito pelo voto direto, a cidade sempre se dividiu entre dois candidatos.

Foi assim em 1985, entre Jaime Lerner e Roberto Requião; em 1988, entre Jaime Lerner e Maurício Fruet; em 1992, entre Rafael Greca e Maurício Fruet; em 1996, entre Cássio Taniguchi e Carlos Simões; em 2.000, entre Cássio Taniguchi e Angelo Vanhoni; e em 2.004, entre Beto Richa e Angelo Vanhoni.


Sempre foi uma disputa apertada. É a primeira vez na história que isso não acontece. Hoje a cidade se divide, sim, mas 74% para Beto Richa e 13% para Gleisi Hoffmann, ironiza um observador, que tripudia ao prever que o PT corre o risco de voltar ao tamanho que tinha antes das eleições de 2.000.


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Fonte: Jornal HoraHnews

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