Um dos pontos altos no primeiro bloco do debate dos reitoráveis de ontem (19) foi a severa crítica que a candidata da chapa 1, Andrea Caldas, aplicou no discurso do candidato a reitor Ricardo Marcelo da chapa 2, por este reiterar o uso da expressão “acordo de cavalheiros”.
Transcrevemos literalmente as passagens em que o procurador-candidato Ricardo usou os termos criticados depois por Andrea:
Aos 27 minutos do vídeo registrado pela TV UFPR, Ricardo diz: “... que valorize este processo eleitoral agora, que é um grande acordo de cavalheiros e que esse acordo de cavalheiros prossiga como [de] cavalheiros até o seu final”.
Aos 28min35seg, o candidato-procurador repete: “Acho que a gente deve prosseguir fazendo um acordo de cavalheiros nesta eleição”.
E aos 34min22seg, de novo Ricardo Marcelo retoma: “... e jogando esse jogo de cavalheiros é o que eu vou fazer até o último minuto”.
Depois de tanto “cavalheirismo” da chapa da meia-vida na UFPR, a candidata Andrea Caldas não se conteve e replicou a partir dos 39min54seg no vídeo:
“Queria aproveitar aqui para pedir ao [outro] candidato que, em respeito às mulheres aqui, e inclusive em respeito à sua vice, que parasse de repetir que a sua gestão vai fazer ‘acordos de cavalheiros’. É essa velha política que nós queremos mudar, é o empoderamento das mulheres e a construção de processos que não passem por acordos...”
A esta altura brotaram vaias da claque pró-Ricardo na plateia. Andreia parou de falar e o moderador do debate pediu para que cessassem as vaias.
Andreia retoma e dispara: “Essa é que a chapa do ‘Mais Respeito’? Eu simplesmente volto a pedir aos que me vaiaram (...) que a gente valorize a participação das mulheres. ‘Acordo de cavalheiros’ é uma expressão sexista, machista e misógina”. Muitas palmas da plateia e certamente um bom grau de embaraço no candidato da chapa 1 pela puxada de orelha.
Pouco depois, Ricardo Marcelo tentou consertar o mau passo e piorou o soneto porque então disse que passaria a usar a expressão “acordo de damas”...
Cabe aqui comentar ainda que essa insistência em falar de “acordo de cavalheiros” nos embates da campanha eleitoral vinha sendo também um modo de o procurador-candidato se precaver contra as perguntas duras que viriam sobre sua real situação funcional entre AGU e UFPR, paralela à advocacia privada, que lhe rendeu um PAD com multa há alguns anos (penalidade até hoje não cumprida). Parecia esperto, mas não funcionou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário