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segunda-feira, 27 de julho de 2015

Negociação de greve em tempos bicudos

O que disse de concreto e seguro o Governo ao Comando de Greve da FASUBRA na última conversa (23/7)?  Nada.

Rolou muito papo, cheio de “quem sabe”, “talvez”, "vamos ver", sobre o qual os dirigentes do movimento tiveram que fazer esforços interpretativos, tentando achar razões para manter a esperança de que esta greve 2015 algo possa conquistar.

No campo salarial, em nível satisfatório? Não.

Estando o Governo Federal em fase de contingenciamentos e cortes, o representante do MPOG disse que não poderá atender reivindicações que tenham o chamado “impacto financeiro”, além do montante traduzido no índice que eles já ofereceram, ou seja, algo em torno de 5,75% de “reajuste”, a ser pago no começo de 2016.  Isto é, abaixo até da inflação prevista para 2015 (na casa dos 9%). Que dirá recompor perdas passadas...

O CNG-FASUBRA já disse que não topa ficar amarrado em acordo plurianual, como o governo queria (4 anos). Se for para fazer acordo em torno de algum reajuste, seria somente para 2016. E, neste caso, os já anunciados 5,75%.  A não ser que o Governo seja bonzinho e se disponha a dar um índice um pouquinho melhor para os TAEs, primos pobres do Executivo, e menos para as demais categorias de SPFs.

Fora isto, que é do plano de negociação direta com o MPOG, poderia haver algumas conquistas modestas – com impacto financeiro zero ou minimíssimo – em termos de plano de carreira (art. 18), da regulamentação das 30 horas e de eleições diretas para reitor.  Que, no caso da UFPR, provavelmente vai refrescar muito pouco, ou nada.


Em resumo: as conversas entre FASUBRA e Governo até agora permitem um otimismo com temperatura de calota polar.  Nova reunião deve ocorrer dentro de uma a duas semanas em Brasília.  A greve se estende até meados de agosto.  Cruzem os dedos, torçam, rezem, façam macumba, mas fiquem frios. Pode não vir nada.

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