-->

sábado, 14 de dezembro de 2013

Filha de Feliciano fez 18 anos e ganhou um carro - de um fiel. Essa picaretagem terá fim?

A picaretagem de Marco Feliciano já é conhecida, mas ele possui uma capacidade diabólica de surpreender. Feliciano tem um patrimônio declarado à Justiça de 634.800,00. Entram nessa conta quatro automóveis, entre eles uma BMW X5. Tem uma casa ampla, com dois coqueiros enfeitando a fachada, em Orlândia, interior de São Paulo. Cobra um cachê avaliado em até 20 mil reais por suas “palestras”.

Sua agenda é cheia — e não só com apresentações no Brasil. Esteve há pouco nos EUA, falando para evangélicos. Sua igreja tem filiais em diversas cidades. Desde que se transformou numa estrela do pentecostalismo, vem ganhando muito dinheiro. É um orgulho da Teologia da Prosperidade.

Um vídeo está circulando de um culto ministrado em abril, um mês depois de ele virar presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara. Foi em Balneário Camboriú, em Santa Catarina.

Feliciano passeia pelo palco. Chama a filha Karen, que havia completado 18 anos. Queixa-se de que sua vida está dura. Que não vive do salário de deputado. “Houve dias, nesses dois meses, em que eu falei: ‘Jesus, acabou tudo’”.

Karen queria um carro de aniversário. “Mas o dinheiro que eu tinha nós usamos para pagar as contas. E eu falei: ‘Jesus vai dar um jeito nessa história’”.

Bem, para resumir o discurso pilantra, ele conta que, num de seus shows, a plateia jogava dinheiro a seus pés. E que um homem — milagre — havia dado o carro da própria mulher para a filha de Feliciano. “’Pastor Marco, Jesus falou comigo que era para eu voltar para casa a pé’”, diz Feliciano, que foi obrigado a se resignar diante do modelo. “Não é o carro que ela quer, mas é um começo. É a forma de eu falar para minha filha: Jesus sempre cuidou da gente. Ele nunca vai te desamparar. Nunca”. A voz fica embargada.

MF é um caso de desfaçatez inacreditável. Se ele, um dia, pegar um microfone e confessar que é mentiroso, um apóstata, que está ali para ludibriar gente humilde, que enriqueceu às custas da ignorância alheia — se confessasse tudo isso, nem assim os fieis o abandonariam.

O Templo de Avivamento, em Orlândia, tem numa parede um painel com 11 motivos para se pagar o dízimo. Um deles: “Porque não quero que Deus me chame de ladrão”. Se Deus existisse, daria um jeito de fazer uma aparição num culto de MF, talvez de maneira mais simples do que naquelas passagens fantásticas do Velho Testamento (não precisa queimar arbusto, por exemplo). Pediria a palavra e diria: “Ladrão”.
-------------------------

2 comentários:

Luis Otávio disse...

Safado, sem vergonha..

Lucia disse...

A cara de pau não tem limite. E a facilidade de enganar pessoas também não.