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quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Deformação antidemocrática na eleição dos Conselhos Superiores da UFPR

Aproxima-se a época de renovar a representação dos técnicos-administrativos nos Conselhos Superiores da universidade – Conselho de Planejamento e Administração (COPLAD) e Conselho de Ensino e Pesquisa (CEPE), os quais, reunidos, compõem o Conselho Universitário (CoUn). Edital publicado pela reitoria em 27/11 indica a eleição direta de 10 servidores (5 titulares, 5 suplentes) para 17 de dezembro próximo, uma terça-feira.

A grave deformação da democracia universitária reside em que essa eleição é do tipo majoritária, em vez de proporcional. Sendo de tipo majoritária, significa que a chapa vencedora arremata todas as 10 cadeiras. Pode haver um cenário em que uma chapa “A” obtenha 51% dos votos válidos enquanto uma chapa “B” alcance 49% - ou seja, uma eleição dividida praticamente meio a meio. Não importa: a chapa “A”, pelo sistema majoritário, tem direito a todas as 10 vagas.

Em outras palavras, as opiniões da base que se viram representadas na chapa “B” não terão vez e voz no CoUn... Isso é muito pouco democrático, considerando-se que o CoUn é o “parlamento” da UFPR, o seu poder legislativo. Pelo sistema majoritário, parcelas significativas de opinião dentre os técnicos ficam sem chance de se expressar diretamente no CoUn.

A falta de transparência no site da UFPR sobre essa eleição é de lascar... não se informa sequer quem são os membros da Comissão Eleitoral indicados pelo reitor com poderes para definir as regras do pleito e o prazo de inscrição de chapas. 

Seria muito saudável que essa Comissão Eleitoral mudasse o regimento eleitoral e transformasse o sistema majoritário para proporcional: a cada chapa caberão tantas vagas conforme o percentual de votos que obtiver na eleição. Assim, a diversidade de opiniões dentro da comunidade dos TA estará representada, conforme o acolhimento que cada opinião/chapa obtiver na eleição.

Seria essa Comissão Eleitoral sensível a ouvir esta ponderação, a mudar o regimento? O Sinditest apoiaria isto? Qual o problema de mudar o sistema? A UFPR vai completar 101 anos mas não precisa manter um sistema absurdamente antigo e restritivo da democracia.

4 comentários:

Valdo Cavallet disse...

Pois é: tudo isso e muito mais deveria ser revestido e reconstruído na Estatuinte.Dentre as maiores distorções também consta a eleição de represantes SETORIAIS para o CEPE, onde só podem se candidatar e serem votados docentes. Se são representantes SETORIAIS poderiam ser de diferentes categorias, bem ser eleitos pelo voto da comunidade SETORIAL. Como acontece hoje, só docentes eleitos pelo voto docente, são representantes da categoria docente e não setorial e a categoria docente já elege seus represantes para os conselhos. Distorções essas que distorcem a precária composição dos Conselhos Superiores.

Anônimo disse...

Vejam bem, se for para ter representantes dos T.A. só para saber das notícias, seria interessante os Conselhos aplicarem o que foi ganho através da última greve, publicização das reuniões, das quais mesmo sendo públicas, não nos deixam assistir... como aconteceu diversas vezes durante a aprovação do Regimento do Setor Litoral...

Alessandra Lemes disse...

Bem, desculpem aos REItores, e Diretores, mas a impressão que tenho sobre democracia dentro dos conselhos superiores da UFPR, não passa de coisas montadas a bel prazer do Rei...pois como foi as inúmeras reuniões que estive presente não apenas como servidora técnica-administrativa, mas também como aluna do Setor Litoral, e gentilmente o Sr. REItor solicitou para que "visitantes" se retirassem... não vejo aonde está a DEMOCRACIA, se nem assistir podemos...o ganho que tivemos na ultima GREVE foi de publicizar as reuniões dos conselhos superiores, mas isso parece que não é de interesse dos SUPERIORES...né???

Rita de Cassia disse...

A universidade que deveria ser aberta, universal e democrática é na verdade um centro totalmente fechado e ditatorial de poder.
Não importa o conhecimento que cada um tenha, nem o papel que desempenhe em seu desenvolvimento. Seus donos não abrem mão de continuarem ditando as regras.