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sábado, 27 de fevereiro de 2010

A Conferência Nacional da Classe Trabalhadora e a eleição presidencial

Por Nivaldo Santana(*)

Nesta segunda-feira, 1º de março, na sede nacional da CTB, haverá importante reunião das seis centrais sindicais (CTB, CUT, Força Sindical, UGT, Nova Central e CGTB) que deliberaram pela convocação de uma nova Conferência Nacional da Classe Trabalhadora. A pauta da reunião terá dois pontos: o andamento da luta pela redução da jornada de trabalho e a preparação da Conferência.


Pelo grau de unidade alcançado pelas centrais, é grande a expectativa de que os trabalhadores joguem papel protagonista nesse decisivo ano de 2010. Sem nenhuma dúvida, as eleições de outubro serão a batalha mais importante do ano. Haverá um verdadeiro plebiscito entre os que defendem a continuidade e aprofundamento do ciclo progressista inaugurado com o governo Lula e as forças do conservadorismo neoliberal, as viúvas do FHC.


Mesmo mantendo sua independência, o movimento sindical não pode se omitir. Tem que ter posição nessa batalha. O fio condutor para orientar a ação dos sindicalistas é a luta por um projeto nacional de desenvolvimento com valorização do trabalho.


Essa luta se desenvolve em terreno mais fértil se o comando do país se pautar pela defesa do progresso social, da democracia, da soberania nacional e da integração latino-americana, temas que deverão compor os debates da Conferência Nacional da Classe Trabalhadora, que ocorrerá em junho.


Uma vitória das forças progressistas nas eleições carimba o passaporte do Brasil para um futuro promissor. E os trabalhadores e trabalhadoras são a força social determinante para assegurar essa vitória.
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(*)Nivaldo Santana é vice-presidente nacional da CTB

9 comentários:

Milton-UFPR disse...

Exato! As forças progressistas como bem mencionado tem que vencer as eleições presidenciais, porém tem que trabalhar com a banda podre do congresso e fazer maracutaias, mensalões, etc.. para poder governar. Eis um paralelo com o que acontece no Sinditest.

Dodo disse...

Ora, "seu Milton", ao menos temos algo em comum: você também espera que vençam as forças progressistas - as que hoje apoiam o governo Lula e farão campanha por Dilma -, se não entendi mal.
A chamada "banda podre" tem que ser diminuída pela ação dos eleitores, que devem conhecer melhor as propostas de candidatos e suas "fichas", o que justifica a campanha do Movimento "Ficha Limpa".

Só não entendi de que forma voce faz esse paralelo com o que acontece com o Sinditest.

Milton-UFPR disse...

O paralelo se faz com o Messias tendo o seu vice Néris que puxa voto no HC para vencer a eleição e se reeleger. Teve que contar com o pessoal banda podre, assim como aconte na capital federal.

Claudio_UFPR disse...

Não sou um "expert", ou desses tipos, "políticos profissionais", que passam a maior parte do tempo militando pela internet (Porque em assembleia há muito não aparecem), mas até eu consigo perceber a incoerência dos militantes comunistas do PC do B.
Várias vezes já li aqui neste site vcs chamarem a atual direção do Sinditest de "pelega", coisa com a qual também concordo. Porém, os que acusam são os mesmos que fazem parte do governo LULA desde o início, e agora estão declaradamente no campanha da Dilma, tentando direcionar todo o movimento sindical para este apoio.
Apoio "acritico", diga-se de passagem.
Isso tem nome, aparelhamento do movimento. Isto é ser herdeiro da tradição comunista? É defender a autonomia do movimento?

E mais uma coisa. Vejo agora no site de vcs a campanha "Ficha Limpa", coisa que eu acho que todo a sociedade tem interesse. Mas vcs, enquanto partido, podem e devem fazer muito mais que isso. É hipocrisia vcs estarem nessa campanha ao mesmo tempo que tem um partido que nos últimos dias tem se notabilizado pela atuação do Deputado Aldo Rebelo na defesa da bancada ruralista. Vcs ajudariam mais se tivesse um partido sério com um programa sério que vcs mesmos cumprissem.
Aí sim, teríamos um partido comunista de verdade.
Abraço.

Dodô disse...

Sr. "Claudio",
Alguns esclarecimentos:

1-Este Blog não é do PCdoB; ele é porta-voz e referencial de um grupo sindical que se formou no movimento da UFPR/UTFPR em 2007, grupo no qual também participam militantes do PCdoB, assim como vários outros sem filiação partidária ou até com outra preferência partidária. Este grupo baliza suas opiniões a partir das posições dos documentos oficiais da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), documentos todos aprovados em congressos sindicais dessa Central.

2-Eu sou militante do PCdoB (há 28 anos) e um dos responsáveis pelo Blog, e percebo que o centro do seu comentário é fazer críticas ao meu partido. Como o escopo deste blog é discutir questões ligadas ao movimento sindical, à UFPR e ao Sinditest, não é este o espaço para tratar de temas relativos a um partido. Se quiser debate-los comigo, pode escrever para o email pcdodob@gmail.com, e ali trataremos disso, aqui não.

3-Percebe-se em seu comentário a confusão entre partido e sindicato, entre os papéis que cabem a cada um.

4-Quando defendemos - clara e abertamente - que o movimento sindical, seja central seja sindicato de base, tem que ter uma posição sobre a conjuntura, sobre o governo e sobre disputas eleitorais como a de 2010, isso faz parte da concepção sindical classista. Aos trabalhadores como classe não é indiferente quem esteja no governo ou quem possa vir a ganhá-lo, pois disso dependem atitudes de autoridades e leis que afetam no concreto a vida e condições de trabalho. Se uma eleição presidencial se polarizar entre uma candidatura do campo que entendemos progressista - como a de Dilma Rousseff - e o campo do retrocesso neoliberal - como a que vier do PSDB de FHC -, para nós é EVIDENTE que o movimento sindical CONSCIENTE tem que tomar posição e orientar (eu disse orientar e não ordenar) os trabalhadores a votarem em quem melhor atende seus interesses e reivindicações! Isso não é atrelamento nem perda de independência, é uma atitude política diante da conjuntura. Quem não entende isso, está no campo do economicismo, do corporativismo, do sindicalismo mais atrasado. Ou o senhor acha que as entidades sindicais não contribuiram em numerosas batalhas nos anos 70 e 80 que resultaram no fim de um governo ditatorial? Pretende por acaso que o movimento sindical ficasse indiferente, só lutando por salário, na época da ditadura? Boa parte do movimento sindical tomou posição POLITICA em relação àquele governo.
Pretende que, agora, fique o movimento indiferente quando está em jogo o poder executivo e o parlamento federais, que corre risco de retroceder à política neoliberal? Classistas tomam posição, sem perder a independencia e o direito a fazer toda critica necessária, mesmo a governos que ajudem a eleger.

Roberto disse...

"O paralelo se faz com o Messias tendo o seu vice Néris que puxa voto no HC para vencer a eleição e se reeleger. Teve que contar com o pessoal banda podre".

Isso foi que o Milton escreveu mais acima. É uma boa piada. Hahaa, quer dizer que a banda podre na diretoria do sindicato é só a parte da turma do Neris? Hahaha, conta outra, Miltão!!

MEDEIA disse...

Mas é claro, Roberto!!
O Messias é o nosso salvador! ele é bom moço, servidor exemplar, foi do Coplad um monte de vezes e consegui um montão de coisas pra todos nos. So o Toninho nao presta, sempre faz e continua fazendo safadezas e maracutaias...

So tem uma coisinha: se o Messia se aconchavou com o Neris, ta na mesma, faz parte também da banda podre, porque tem aquele ditado: diz com quem anda e direi quem és!

Claudio_UFPR disse...

Olá Dodô.
De fato, me excedi falando sobre o PCdoB (mas nem por isso deixa de ser verdade o que disse).
Então, falando sobre o sindicalismo agora. A direção "consciente" deve orientar os trabalhadores sobre os rumos da política que adota. Porém, quão consciente é uma direção que qualifica o governo Lula como progressista? Há diferenças entre Lula e FHC, é claro, mas daí a dizer que os dois são "muito" diferentes não dá.
Voltando a falar sobre a atuação dos partidos, mas somente no que toca à atuação sindical. É profundamente legítimo e benéfico para a luta dos trabalhadores que hajam militantes partidarizados no movimento sindical. O que não é producente é o fato de a FASUBRA, por exemplo, estar travada há muito tempo debatendo a CUT. A posição pela CUT já perdeu, e aqueles que a defendem deviam esperar o momento adequado para propor a refiliação, ao invés de voltar ao impasse a cada nova reunião da direção.
Não estou dizendo que o seu grupo faz isso, mas apenas dando um exemplo de como o movimento pode ser prejudicado por uma parte dele.
É o que também acontece por exemplo quando se substitui o problema da organização da classe trabalhadora pelo apoio acritico a candidatura DILMA. Perde-se, no mínimo, a independência do movimento.

Dodo disse...

Sr. "Claudio",
Já é um avanço que o senhor reconheça que há diferenças entre os governos Lula e FHC, porque setores minoritários do movimento sindical acham que não tem nenhuma, são aqueles que imaginavam que, ganhando a eleição presidencial em 2002, logo ao tomar posse Lula baixaria um decreto instaurando o Socialismo como sistema econômico-social. Como a realidade não se encaixou nos sonhos desses militantes, passaram a dizer que Lula e FHC não tinham muitas diferenças, e a fazer oposição sistemática ao governo Lula.

O Governo Lula é um governo híbrido, inclui setores viúvos do neoliberalismo franco dos anos FHC. Mas também inclui outras forças, e, na prova da realidade, o que se nota é que houve avanços. Se quisermos ficar só no caso da Universidade, o seu sistemático sucateamento foi revertido e se abriram muito mais vagas públicas. E existe alguma recomposição do poder aquisitivo dos salários dos servidores. Pra mim - e PARA A AMPLA MAIORIA DO POVO BRASILEIRA - esse é um governo de sentido progressista, apesar de muitos vacilos e erros.

Não é o que o senhor pensa. Tem esse direito. Convença a maioria dos trabalhadores disso, se tiver argumentos CONCRETOS e não apenas discursos raivosos.

Quanto à renitencia dos cutistas da FASUBRA em aceitar que a unidade da FASUBRA não passa HOJE pela CUT mais, e no momento por nenhuma outra central, estamos de acordo. Isso pode paralisar a FASUBRA se os cutistas insistirem em refiliar a FASUBRA em algum Congresso extraordinário, que, se for realizado antes da eleição presidencial, vai ser um atravanco para o movimento.

Quanto ao PCdoB, parece que 250 mil pessoas hoje a ele filiadas pensam de modo radicalmente diferente do que o senhor afirma. Essas pessoas estão na luta e irão batalhar para impedir que haja retrocesso no caminhar da República brasileira.