Pessoas de visão curta podem achar que basta escolher numa eleição direta e paritária o reitor e, pronto, tudo se resolve pelo melhor, no melhor dos mundos possíveis, como dizia aquele famoso personagem de Voltaire. Mas, não, o processo democrático dentro da Universidade não pode se resumir a apenas escolher dirigentes pelo sufrágio direto. A tomada de decisões é feita pelo reitor, mas também em colegiados, geralmente integrados por representantes eleitos das 3 categorias. Só que a composição desses colegiados privilegia o segmento docente. Além disso, mesmo que os membros de colegiados - como os superiores Conselho de Administração e o de Ensino e Pesquisa - sejam eleitos diretamente, algumas decisões são tão importantes que deveriam envolver toda a comunidade universitária.
Nestes casos, valia a pena que esses Conselhos, possivelmente com coparticipação das entidades, tivessem a iniciativa de chamar plebiscitos ou referendos para decisões que atinjam a vida universitária de modo abrangente. A adoção do PROVAR e mesmo a do Programa REUNI, por exemplo, foram alvos de intensa polêmica em toda a UFPR, e poderiam ter sido objeto de plebiscito. Esta é uma luta difícil, mas tem a ver com o aperfeiçoamento da democracia e a universidade bem pode servir de laboratório para iniciativas a serem depois expandidas para toda a sociedade.
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