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terça-feira, 15 de abril de 2008

Jornalismo Marrom lança suspeita absurda contra servidora técnica da UFPR

Imprensa marrom, explica a Wikipedia, é como podem ser chamados meios de comunicação considerados sensacionalistas e que busquem alta audiência e vendagem através da divulgação exagerada de crimes e diversos acontecimentos "apelativos".

Nas marolas de ultradenuncismo que a oposição de direita vive a fazer (pois não tem projeto para o Brasil), neste momento o lance são os gastos com cartões corporativos do governo FEDERAL, objeto de uma CPI. Destaco o termo ‘Federal’ porque ninguém da grande imprensa fala do uso muito maior de cartão no governo de SP do tucano José Serra, o queridinho dessa mídia.

Na UFPR, a compra de livros e revistas estrangeiros indispensáveis ao ensino e pesquisa é paga com um cartão do governo federal, cuja titular nominal é a servidora técnico-administrativa bibliotecária Ligia Eliana Setenareski, hoje diretora do Sistema de Bibliotecas. Quem diz quais livros e revistas comprar são os professores dos departamentos. Quem opera a compra e paga com o cartão às Editoras estrangeiras é a Biblioteca Central da UFPR, não a servidora Ligia. Tudo acompanhado pelo DCF da UFPR e registrado pelo Governo Federal, inclusive com dados colocados no Portal da Transparência (
clique aqui para consultar).

Pois bem: surfando na maré denuncista da oposição demotucana, dois jornalistas levianos do jornal Correio Braziliense (logo copiados pela Gazeta do Povo, até usando as mesmas palavras), publicaram que, no uso do cartão, “a grande vencedora chama-se Lígia Eliana Setenareski, funcionária da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Ela gastou sozinha, em compras, R$ 501.268,50 entre novembro de 2005 e fevereiro deste ano. Todas as despesas foram feitas em dólar.” (Correio Braziliense, 11/04/2008)

O artigo dos jornalistas (?) Leandro Colon e Marcelo Rocha saiu assim mesmo na sexta passada, sem qualquer esclarecimento sobre O QUÊ foi comprado com esses 500 mil, pois não foram capazes de checar antes a informação com a servidora Ligia. Se fossem jornalistas decentes e antes perguntassem à servidora colocada hoje sob suspeição, saberiam que todo o dinheiro público pagou apenas a compra de material bibliográfico para todas as bibliotecas da UFPR. Pago em dólar (ou outra moeda estrangeira), porque todas as compras são de material publicado no exterior.

Mas os patuscos do Correio preferiram o denuncismo fácil e o espalhafato. Seu texto, do modo como foi escrito, induz o leitor a pensar que UMA servidora pública, “SOZINHA” gastou (eles gostariam de escrever “torrou”) 500 mil reais de dinheiro público sabe-se lá em quê. Alunos e professores da UFPR que se beneficiam do material comprado sabem. Mas jornalismo marrom não quer saber. Busca apenas a grande audiência pelo sensacionalismo. Condena por antecipação, sem se importar se está arrebentando a honra de pessoas sem culpa.

Por uma combinação de irresponsabilidade, agressão, desrespeito e mesmo mentira deslavada, o veículo mais típico do atual jornalismo de esgoto - a revista “Veja” - tem processos contra ela da ordem de 40 milhões de reais, e tem vários de seus podres revelados no interessantíssimo dossiê da Veja escrito pelo jornalista Luis Nassif (clique aqui para ler).

Um comentário:

Anônimo disse...

O sistema de bibliotecas da UFPR é um exemplo de seriedade e competência. E graças ao trabalho sério dos profissionais dessa unidade, em particular da sua diretora, Ligia Setenareski, a UFPR hoje possui um dos mais modernos sistemas de biliotecas do Brasil e um dos maiores acervos disponíveis para pesquisadores e estudantes, tanto em meio digital quanto em livros nas prateleiras.