-->

terça-feira, 20 de dezembro de 2016

Aniversariam a UFPR e a emancipação política do Paraná, quando assume novo reitor

Dentro de alguns minutos se iniciará a sessão solene do Conselho Universitário da UFPR, em que se dará a transmissão de cargo de Zaki Akel Sobrinho para o novo reitor, Ricardo Marcelo Fonseca. Em que pese este Blog ter apoiado, na campanha da eleição direta da Reitoria, o candidato Marcos Sunye, sinceramente desejamos que o professor Ricardo possa fazer uma boa gestão, que defenda a Universidade Pública, seus alunos e servidores. Os tempos tornaram-se dificílimos, depois do golpe dado contra Dilma Rousseff e os interesses usurpadamente instalados no Palácio do Planalto conspiram contra a escola pública, contra sua qualidade, contra sua expansão, contra os direitos dos servidores e a assistência estudantil.

Por isso, o novo reitor precisa ser um verdadeiro aglutinador da comunidade universitária, sem lero-lero e sem marquetagem, mas com posições francas e firmes. Isto manterá acesa a chama da esperança contra o retrocesso e reforçará a respeitabilidade de sua gestão. De outro modo, em face do crescente esgarçamento de todas as instituições brasileiras e do descrédito que a cada dia vem recebendo do povo brasileiro, há grave risco de isso se refletir em vastos movimentos reivindicatórios sob um clima muito combustível dentro da UFPR.

19 de dezembro, além de data de fundação da UFPR há 104 anos, também o é da emancipação política da antiga província do Paraná em relação a São Paulo, em 1853. Na época do Império, entretanto, quem esteve a governar o novíssimo estado foi o baiano Zacarias de Goes e Vasconcelos. Ora, sem demérito de Goes e Vasconcelos, era um politico não do Paraná.  Hoje, apesar da emancipação formal, parecemos política e culturalmente continuar a ser apêndice de São Paulo: o Tucanistão do Sul, sendo São Paulo o do Norte, a matriz, onde se perpetuam, há mais de 20 anos, governos do PSDB, arautos do retrocesso neoliberal. Aqui também no Paraná repetem-se governos conservadores no estado (dois mandatos do carrasco Beto Richa) e na prefeitura da capital. Além disso, carregar na capital um rótulo reacionário de "República de Curitiba", onde um "professor" do curso de Direito da UFPR atua não como juiz mas como promotor e atropelador dos processos judiciais, sem ser punido por seus abusos e erros na operação "Farsa a Jato".

Uma grande Universidade, pública e gratuita, como a UFPR, tem o dever de questionar o que em inglês gostam de chamar de "big picture", o cenário geral. Queremos continuar sendo caudatários da odiosa política que sopra de São Paulo, da tucanada que rouba impunemente, reprime o povo paulista e implementa políticas a serviço do imperialismo? É hora de uma verdadeira emancipação e a Universidade Pública pode contribuir nisso. Oxalá o reitor Ricardo Marcelo trabalhe e atue nesse sentido, possa constituir-se em comandante político da aplicação de uma outra visão e outro PROJETO, progressista, para o Paraná e Curitiba.

Nenhum comentário: