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segunda-feira, 9 de junho de 2014

EBSERH e Reitor da UFPR sofrem segunda derrota em menos de uma semana

A sessão extraordinária do Conselho Universitário (CoUn) da UFPR de hoje - convocada de modo igualmente "extra" para tentar votar a adesão da Universidade a um contrato com a EBSERH para gerir o HC - foi novamente suspensa.  Desta vez, por força de uma liminar assentada no questionamento da convocação irregular do próprio CoUn.  Um oficial de justiça notificou o reitor, em meio à sessão do CoUn, na tarde de hoje, obrigando-o a suspender a reunião.

A coisa já começou estranha, pelo fato de o reitor anunciar, desde a semana passada, que faria uma nova sessão do CoUn no dia 9/6, às 14h00, mas sem especificar o local.  Por esta incógnita, o movimento sindical conduzido pelo Sinditest marcou uma concentração de alerta para a manhã desta 2a.-feira no pátio da Reitoria. Enquanto se aguardava o informe sobre o local do CoUn, os cerca de 200 manifestantes aproveitaram para fazer uma mini-passeata por ruas próximas à UFPR.

Somente perto das 13h00 chegou o informe de que a sessão do CoUn havia sido convocada para a sede da Empresa de Correios (ECT) da rua João Negrão. Em quatro ônibus, os manifestantes se dirigiram até lá e começaram o bloqueio da rua.  O caminhão de som foi atravessado na rua diante do Costelão Iguaçu e começaram a ser organizados piquetes para as diversas entradas (cinco ao todo). 

Na entrada principal da sede da ECT, havia um aparato policial composto por alguns membros da tropa GPI da Polícia Federal e policiais militares.


Essa sede da ECT possui uma entrada pelos fundos, onde passa a rua Conselheiro Laurindo, na qual fora montada uma barricada com pneus em chamas, como pode se ver neste vídeo.  Com isso, toda a quadra em que se situa a ECT ficou bloqueada, sem nenhuma circulação de veículos.

Na porta dos fundos uma das conselheiras do CoUn tentou entrar mas foi dissuadida pelos participantes do piquete, sem maiores entreveros.  Assim aconteceu com outros membros do CoUn, que desistiram de entrar devido aos piquetes, até que, por volta de 15h00, um comboio formado por dois camburões e um micro-ônibus da PM rompeu à força a entrada dos fundos e introduziu no prédio uma dúzia de membros do Conselho protegidos por policiais.

Esse transporte escoltado de conselheiros para dentro da reunião, em que pese o vergonhoso da situação, sinalizava para o fato de que, com isso, o quorum deliberativo devia ter sido atingido e era questão de tempo até o tema da EBSERH ser posto em votação, cujo resultado provavelmente seria o da aprovação da adesão.

O que o reitor e seus acólitos não esperavam é que conseguisse chegar a tempo na sala da reunião um oficial de justiça portando uma liminar que considerava irregular a convocação do Conselho e determinava sua imediata suspensão, ordem que o reitor teve a contragosto de cumprir.  

Conhecido o desfecho de mais esta frustra tentativa da reitoria, toda a mobilização do lado de fora das grades comemorou muito, e a presidente do Sinditest fez o discurso celebrando mais esta vitória parcial, do qual trechos podem ser conferidos aqui e aqui.

A mobilização de hoje contou com apoiamento de vários segmentos, inclusive alguns trabalhadores da própria ECT. Diversas correntes do movimento dos técnicos estavam representadas, como a CTB (companheira Ângela, da UFPB, diretora da FASUBRA), a Tribo (Diego, da UFMS), a Ressignificar (Francisca Maria, da UFCE), além do PSTU, que comandou o ato a partir do caminhão de som e também tinha seu representante da DN-FASUBRA, Gibran Jordão.  

Aqui, registre-se, uma nota crítica exatamente pela falta de amplitude política de dirigentes sindicais do PSTU, que em momento algum chamaram as demais correntes apoiadoras a fazer uso da palavra, arrogando-se em uma posição de exclusivismo, a qual, em vez de ajudar na ampliação da frente pelo HC, mantem-na estreita aos limites dos "amigos da diretoria".

A guerra não acabou.  É previsível que o reitor faça nova tentativa de votação, mas desta vez, ao que parece, a sessão do CoUn será realizada dentro da UFPR mesmo, na Sala dos Conselhos.  O movimento mantem-se alerta.

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