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terça-feira, 17 de junho de 2014

Greve e seu desfecho: STJ pode salvar a cara dos ultraesquerdistas da FASUBRA

Já advertíamos aqui, desde uma postagem de 23 de maio : a greve nacional da Fasubra prosseguia só pela vontade de seu Comando Nacional, mas com desaparecimento de perspectivas de alguma conquista, logo, entrava em risco de morrer de inanição.  Algumas Universidades, com suas assembleias debatendo democraticamente e com sensatez, perceberam isso e prudentemente suspenderam suas greves.  Casos da UF do Rio Grande, da UFBA, da UFMG e UFG.  Só o Comando Nacional de Greve, tomado por delegados ligados ao PSTU, PSol e PSL (Pensamento Sindical Livre), resistia - e resiste - a querer debater o real das coisas.

Nesse meio tempo, a Advocacia Geral da União peticionou junto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) uma análise da adequação da greve e seus desdobramentos.  E o ministro-relator do STJ, Napoleão Maia Filho, deu o seguinte parecer em caráter liminar sobre as greves da FASUBRA e do SINASEFE:

"(...)que as entidades promovidas se abstenham de realizar qualquer paralisação das atividades funcionais que afetem as Universidades, os Institutos e o Colégio Pedro II, ora requerentes, em todo o território nacional, devendo retomar imediatamente o desempenho dos seus deveres e obrigações funcionais (...) proíbo a realização de quaisquer bloqueios ou empecilhos à movimentação das pessoas, no desempenho de suas atividades normais e lícitas, considerando que o movimento ora sob análise acha-se eivado de clara abusividade do direito de reinvindicar (...)".

E o mesmo ministro do STJ ainda determinou multa pesada:

"O desatendimento (que não espero) dos deveres aqui impostos (itens 9 e 10) nesta Decisão sujeitará as entidades promovidas à sanção pecuniária diária de R$ 200.000,00 (...)".

Essa decisão é datada de 13/06 (6a.feira passada) e já deve ter sido notificada à FASUBRA, cujo CNG agora deve estar debatendo o que fazer.  Sabemos que a assembleia geral de greve de hoje de manhã do Sinditest sequer foi notificada dessa decisão de greve ilegalizada pelo STJ e seus dirigentes preferem manter o discurso do mundo-da-lua para engabelar a plateia.  

O que é curioso é que a decisão do STJ de considerar a greve ilegal vem muito a calhar para os ultraesquerdistas majoritários na FASUBRA e no CNG.  Eles, que não sabiam mais o que fazer além de proclamações retumbantes e bravatas de continuidade da greve, sem jamais apontar por onde ela poderia alcançar alguma conquista palpável, tem agora na decisão da justiça federal um escape para poder encerrar a greve sem nada nas mãos porque houve essa decisão autocrática do poder judiciário; e então eles não seriam mais responsáveis pelo fiasco de uma greve derrotada.  Isso será o discurso nas assembleias de fim de greve nos próximos dias, podem esperar.  Tosco e triste.

2 comentários:

Luis Otávio disse...

A única coisa boa nesta situação é que o sindicato termina a greve e para de descontar um montão de dinheiro do meu salário que já é merreca. O partido que faça campanha com seu próprio bolso.

Rasia disse...

Dodo excelente analise! O ultraesquerdismo, assim como o ultradiretismo, so sobrevivem as custas das massas de manobra!