-->

terça-feira, 9 de junho de 2015

Sem novidades de Brasília, assembleia de greve polemiza sobre transmissões ao vivo pela internet

O informe dado pelo editor deste Blog, exibido no vídeo acima, gerou involuntariamente uma polêmica no final da assembleia de greve do Sinditest, na manhã de hoje.  É até meio hilário.

De fato, nenhum informe relevante novo veio de Brasília.  Houve alguns informes locais sobre o andamento da greve, insuficientes para se ter um quadro preciso do status da paralisação na UFPR e UTFPR até agora.  No ponto de análise política de conjuntura, muito poucas falas se ativeram ao assunto e vários oradores, no fim de contas, discursaram mais sobre ideias de organização de greve, de atividades locais, e conclamações à participação intensa que todos deveriam ter no movimento.

Na parte final da assembleia, de encaminhamentos, quando já passava de 11h30, a Mesa diretora dos trabalhos apresentou ao plenário um rol de propostas vindas dos que usaram a palavra.  Entre elas, a de retomar a prática de transmitir ao vivo, pela internet, as futuras assembleias de greve, que foi no entanto apenas objeto de uma alusão do servidor Dodô quando deu seu informe no início.

Este editor precisou sair da assembleia antes do final, mas recebeu o relato que segue acerca desse assunto.

O diretor do Sinditest Luiz Fernando Mendes assumiu a defesa da proposta de fazer transmissão das assembleias em tempo real, pela internet (streaming), por entender que isso ajuda a divulgar e propagandear a greve, repassa informes mais rapidamente aos campi afastados e do interior, além de servior de memória audiovisual da história do sindicato.

Contra isso, insurgiu-se outro diretor do Sinditest, o vice-presidente Márcio Palmares, cuja linha de argumentação parece se inspirar em teorias conspiratórias paranoicas.  Isso já havia sido arguído por ele em ocasiões anteriores, de que transmitir pela internet (aberta a todo ser vivente do planeta) os debates da nossa greve "entregaria o jogo para o inimigo", para o patrão Reitoria...  Ele sugeriu apenas que as assembleias fossem filmadas e só depois transmitidas (no intervalo, claro que a filmagem poderia ser cortada, editada).  Uma tolice a paranoia do vice-presidente. Se o Reitor quiser saber, quase simultaneamente, o que rola numa assembleia do sindicato, ele pode enviar pessoas para assisti-la e depois repassar as informações ao patrão.

Na hora da votação, o plenário se dividiu e foi preciso contar os votos.  Parece ter havido mau encaminhamento/esclarecimento da Mesa sobre o teor de cada proposta e consta que gente que apoiava a transmissão ao vivo acabou votando na proposta censuradora da transmissão.  Resultado: 50 votos contra as transmissões e 44 a favor.  Com isto, unidades do interior e de campi afastados do centro ficam privados de acompanhar os debates das assembleias quando não puderem se deslocar até o RU Central.  Venceu a paranoia censora do diretor Márcio Palmares. Viva a "transparência translúcida" e a "democracia operária"!

Interessante também é recordar que, na greve de 2011, a atual presidente Carla foi ardente defensora das transmissões online ao vivo, pois argumentava que a diretoria sindical (na época comandada por Wilson Messias e Antonio Néris) não deveria ter nada a temer em ser filmada e transmitida.  Hoje não sabemos qual a posição que ela tomou na votação.

2 comentários:

Rita disse...

Mesmo que vc proponha que tem que dobrar o salário deles eles sempre serão contra. Sugiro que vc proponha dobrar a verba pro PSTU, quem sabe funciona na mesma lógica e eles param de financiar o partido as nossas custas.

Rita disse...

Infelizmente tem tudo pra ser mais uma greve pra encher o cofre do sindicato com o mega desconto e pra deixar o servidor pior do que já está. Bem difícil confiar no atual grupo de poder tanto do sindicato quanto da Fasubra. Vão fazer mil revoluções, mil protestos, exatamente como fizeram nos hospitais e nada foi conquistado e evitado.